sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Polícia admite erro em certidão de óbito de jornalista morto na Copa

Secretaria de Segurança Pública de São Paulo reconhece que data do falecimento de Jorge López está errada, mas nega outras acusações de noiva do argentino


Por
Rio de Janeiro


saiba mais

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) admitiu que cometeu um erro na certidão de óbito do jornalista argentino Jorge López, morto em um acidente de carro em Guarulhos (SP) durante a Copa do Mundo. Embora o episódio tenha acontecido em 9 de julho, o documento indica que o fato ocorreu um dia antes – a Polícia Civil garante que vai corrigir o equívoco.

A resposta da SSP ocorre depois de a noiva de López, a também jornalista Verónica Brunati, ter iniciado uma campanha na Internet pedindo justiça que contou a participação de nomes como Maradona, Diego Simeone e Robinho. Segundo ela, a polícia brasileira mentiu sobre detalhes do caso, e nenhuma autoridade (governo, Fifa ou Comitê Organizador Local) prestou apoio à família. De acordo com a secretaria, outra acusação da argentina, de que haviam sido colocadas as armas dos ladrões na mochila do noivo, não procede.

- Em relação à data da certidão de óbito, houve um equívoco no preenchimento, que já está sendo corrigido pela Polícia Civil, para posterior comunicação à Justiça. Sobre a afirmação de que armas foram colocadas dentro da mochila da vítima, o delegado titular do 1º Distrito de Guarulhos, Edson Silveira, informa que não houve apreensão de mochila da vítima. A pistola calibre 635 e o revólver calibre 32 foram apreendidos com os criminosos – diz o comunicado da SSP, em resposta ao GloboEsporte.com.

O jornalista argentino Jorge "Topo" López participava da cobertura da Copa do Mundo no Brasil (Foto: Reprodução / Twitter )
Jorge López participava da cobertura da Copa 
do Mundo (Foto: Reprodução / Twitter )


Jorge, de 38 anos, estava no Brasil trabalhando para a rádio "La Red" e o jornal "Olé", da Argentina, e o jornal "Sport", da Espanha. Ele morreu em um acidente de carro na madrugada do dia 9 de julho, depois que o táxi em que estava foi atingido por um veículo pilotado por bandidos que fugiam da polícia. Dois dos três assaltantes estão presos. Mas um está solto por ser menor de idade.

Verónica soube do acidente apenas oito horas depois, pelo Twitter, por causa de uma mensagem do técnico Diego Simeone. López estava com a credencial da Copa no pescoço na hora do acidente e carregava consigo dados do hotel onde estava, segundo a noiva. Entretanto, a polícia afirma que não apreendeu a credencial. 

- Estavam presentes no 1º DP de Guarulhos a cônsul geral adjunta da Argentina, Ana Peñaloza, e Daniel Fava, amigo da vítima, como relatado em boletim de ocorrência – esclareceu a secretaria, em resposta à acusação de que não entrou em contato com os familiares de López.

Pelo Twitter, Diego Simeone lamentou a morte do jornalista argentino Jorge "Topo" López  (Foto: Reprodução / Twitter )
Noiva do jornalista só soube da morte 
por causa de uma mensagem de Diego 
Simeone no Twitter (Foto: Reprodução)

NOIVA CONTESTA VERSÃO

Maradona Justiça jornalista (Foto: Reprodução)Maradona adere à campanha para esclarecimento da morte de jornalista (Foto: Reprodução)


Insatisfeita com as investigações do acidente, Verónica iniciou na Internet a campanha #justiciaparatopo (“Justiça para Topo”, apelido do jornalista). Diversas personalidades do futebol aderiram, como Diego Maradona, Diego Simeone, Di María e o brasileiro Robinho.
Ao tomar conhecimento da resposta da SSP, Verónica contestou a versão sobre as armas na mochila de López. Ela pretende processar os responsáveis pela morte do noivo. A CBF e o Comitê Organizador Local da Copa ainda não se manifestaram sobre o caso.


- As armas estavam na mochila de meu marido, e nossas testemunhas declaram isso em juízo. Nem a polícia nem outro organismo do Brasil se colocou em contato conosco nem com as empresas para as quais Jorge trabalhava para avisar de sua morte. Nós nos inteiramos pelos meios de comunicação e ligamos para a embaixada argentina para avisá-los. Nenhum membro da polícia nem funcionários do Brasil deram assistência a mim ou à minha família. Nem sequer vieram ao hotel - afirmou a jornalista. 


FONTE:

Nenhum comentário: