Técnico diz que sabia da força do rival nos arremessos de lateral, mas não deu tempo para trabalhar devido à série "desumana" de jogos: "Jogadores estão muito cansados"
Um Marcelo Oliveira resignado com a derrota, mas bravo com o
calendário do futebol brasileiro analisou a derrota por 2 a 0 do
Cruzeiro para o Atlético-MG, nesta quarta-feira, no Independência, pela
primeira partida da final da Copa do Brasil (veja os melhores momentos no vídeo abaixo). Ciente da fragilidade de
sua equipe nas ações ofensivas na noite no Horto, o treinador minimizou
até mesmo o gol em impedimento de Luan, que abriu a contagem. A culpa do
revés para o maior rival caiu na conta do desgaste físico, e, por
tabela, na maratona de jogos que a Raposa tem enfrentado.
Como se não bastasse o Galo ter tido um dia a mais para repouso na última rodada do Brasileirão, foi capaz ainda de escalar somente reservas diante do Palmeiras, enquanto o Cruzeiro utilizou força máxima contra o Criciúma. Em análise prática dos 90 minutos, Marcelo Oliveira viu um Galo mais intenso.
- Achei que foi merecido. Não tanto pelo Atlético ter nos sufocado o tempo todo, mas eles tiveram um equilíbrio maior. O Cruzeiro não conseguiu jogar como normalmente joga. Um pouco na marcação, mas principalmente nas jogadas de ataque, no envolvimento que tem, na parte técnica, no conjunto. Isso aconteceu um pouco pelo gol em impedimento, o que faz muita diferença em um jogo difícil como esse, mas não é desculpa. Mesmo depois, finalizamos muito pouco. O Atlético também não finalizou tanto, mas foi mais decisivo. Sabíamos que era difícil e não conseguimos, principalmente jogadores importantes para armação do time. Talvez por cansaço, talvez por inspiração ou mesmo pela marcação. Estamos chateados e teremos o jogo de volta, quando teremos 50 mil pessoas nos incentivando. Poderemos nos preparar melhor.
Os dois gols do jogo saíram de
laterais cobrados na área por Marcos Rocha. Marcelo Oliveira disse que
obviamente já sabia dessa arma do rival, mas optou por poupar o elenco
de treinamento e abriu mão trabalhar especificamente este tipo de
jogada.
- Tenho até falado da preocupação com esse calendário desumano. Os jogadores estão realmente muito cansados. Falo depois de vitórias também. Em quatro meses e meio, jogamos 28 jogos, quarta e domingo, quarta e domingo... Então, o Cruzeiro é um time mal treinado. Sabíamos dessa jogada de lateral, por exemplo, e não treinamos. De repente, podíamos nos proteger melhor, mas os jogadores estavam muito cansados. Isso fica evidente na atuação do Goulart, do Ribeiro... O Atlético em uma condição diferente no Brasileiro atuou com o time reserva. Isso pode ter influenciado no segundo tempo. Não tem como fugir disso, temos que nos superar. Não analisei com os jogadores o motivo das questões técnica e tática terem sido tão baixas.
Durante a entrevista, Marcelo admitiu ainda que jogadores determinantes para sua equipe, como Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, tiveram rendimento abaixo da média e rechaçou se inspirar no Galo para virar o placar na final da Copa do Brasil.
- Não nos motivamos baseados em ninguém. Nos motivamos baseados na nossa união, na nossa condição, no nosso trabalho.
O jogo de volta da final da Copa do Brasil está marcado para o dia 26 de novembro, no Mineirão. Antes, porém, o Cruzeiro ainda tem pela frente o Santos, domingo, na Vila Belmiro; Grêmio, em Porto Alegre; e o Goiás, em BH.
Confira a íntegra da entrevista coletiva de Marcelo Oliveira:
BOA TEMPORADA DO CLUBE
Não muda uma vírgula. Temos um ano brilhante, com uma oportunidade de fazer história com dois Brasileiros seguidos. Dependemos de vitórias e depois vamos pensar na Copa do Brasil novamente. Foi possível para outras equipes modificar situações adversas, por que não o Cruzeiro? Temos um ambiente maravilhoso, torcedores que se doam muito. Vamos incendiar lá (no Mineirão) e buscar o resultado.
ATUAÇÕES RUINS DE GOULART E EVERTON RIBEIRO
São dois jogadores convocados para Seleção e não foram por acaso. Têm muita condição técnica, têm talento. O Goulart é muito decisivo. Hoje, pegou uma bola na frente e não esticou talvez por achar que não conseguiria competir na corrida. O Ribeiro também foi abaixo. São jogadores absolutamente desgastados, mas como o treinador vai tirar o jogador disputando a liderança do campeonato? Só vou tirar aqueles que tiverem com risco de se machucarem. Agora, temos o Alisson talvez voltando essa semana. Estaremos mais fortes e com mais opções. Está aberto para as duas competições.
COMO SUPERAR O CANSAÇO?
Primeiro, devia ser mais justo. São duas competições importantíssimas no fim da temporada e um time joga sábado e o outro domingo. No segundo jogo, vai acontecer a mesma coisa. Não sei o motivo. Um dia de descanso faz muita diferença. Não dá para pegar o jogador, levar para o campo e fazer um trabalho como devia ser feito. Isso aqui é Brasil. Por que acontece? Por interesse de quem patrocina. São duas competições e quem vai muito bem nas duas é punido. Tem que ter elenco grande, mas estar muito atento. Vamos treinar na medida do possível, organizar nas conversas e assim vai ser até o fim do ano.
ARREPENDIMENTO DE TIME TITULAR CONTRA O CRICIÚMA?
Quem não está disputando o título e tem outra possibilidade de Libertadores, pode fazer isso. Foi o caso do Atlético-MG. Mas brigando pelo título, como ia tirar os principais jogadores? Não tem jeito. E a dificuldade do jogo com o Criciúma mostra que se tivéssemos poupado o time não garantiria a vitória aqui e poderíamos perder domingo. Íamos lamentar até hoje.
VIRADAS DO GALO INSPIRAM?
Não nos motivamos baseados em ninguém. Nos motivamos baseados na nossa união, na nossa condição, no nosso trabalho. É isso que nos motiva. Temos um grupo de jogadores não só com qualidade técnicas, mas muito profissionais e com caráter pessoal. Vamos criar uma estratégia para jogar melhor e apertar o adversário para fazer os gols necessários.
FONTE:
http://glo.bo/1zO8Kg2
Como se não bastasse o Galo ter tido um dia a mais para repouso na última rodada do Brasileirão, foi capaz ainda de escalar somente reservas diante do Palmeiras, enquanto o Cruzeiro utilizou força máxima contra o Criciúma. Em análise prática dos 90 minutos, Marcelo Oliveira viu um Galo mais intenso.
- Achei que foi merecido. Não tanto pelo Atlético ter nos sufocado o tempo todo, mas eles tiveram um equilíbrio maior. O Cruzeiro não conseguiu jogar como normalmente joga. Um pouco na marcação, mas principalmente nas jogadas de ataque, no envolvimento que tem, na parte técnica, no conjunto. Isso aconteceu um pouco pelo gol em impedimento, o que faz muita diferença em um jogo difícil como esse, mas não é desculpa. Mesmo depois, finalizamos muito pouco. O Atlético também não finalizou tanto, mas foi mais decisivo. Sabíamos que era difícil e não conseguimos, principalmente jogadores importantes para armação do time. Talvez por cansaço, talvez por inspiração ou mesmo pela marcação. Estamos chateados e teremos o jogo de volta, quando teremos 50 mil pessoas nos incentivando. Poderemos nos preparar melhor.
Marcelo Oliveira grita com o time: técnico
culpou baixo rendimento pelo cansaço dos
jogadores (Foto: Gustavo Andrade)
- Tenho até falado da preocupação com esse calendário desumano. Os jogadores estão realmente muito cansados. Falo depois de vitórias também. Em quatro meses e meio, jogamos 28 jogos, quarta e domingo, quarta e domingo... Então, o Cruzeiro é um time mal treinado. Sabíamos dessa jogada de lateral, por exemplo, e não treinamos. De repente, podíamos nos proteger melhor, mas os jogadores estavam muito cansados. Isso fica evidente na atuação do Goulart, do Ribeiro... O Atlético em uma condição diferente no Brasileiro atuou com o time reserva. Isso pode ter influenciado no segundo tempo. Não tem como fugir disso, temos que nos superar. Não analisei com os jogadores o motivo das questões técnica e tática terem sido tão baixas.
Durante a entrevista, Marcelo admitiu ainda que jogadores determinantes para sua equipe, como Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, tiveram rendimento abaixo da média e rechaçou se inspirar no Galo para virar o placar na final da Copa do Brasil.
- Não nos motivamos baseados em ninguém. Nos motivamos baseados na nossa união, na nossa condição, no nosso trabalho.
O jogo de volta da final da Copa do Brasil está marcado para o dia 26 de novembro, no Mineirão. Antes, porém, o Cruzeiro ainda tem pela frente o Santos, domingo, na Vila Belmiro; Grêmio, em Porto Alegre; e o Goiás, em BH.
Confira a íntegra da entrevista coletiva de Marcelo Oliveira:
BOA TEMPORADA DO CLUBE
Não muda uma vírgula. Temos um ano brilhante, com uma oportunidade de fazer história com dois Brasileiros seguidos. Dependemos de vitórias e depois vamos pensar na Copa do Brasil novamente. Foi possível para outras equipes modificar situações adversas, por que não o Cruzeiro? Temos um ambiente maravilhoso, torcedores que se doam muito. Vamos incendiar lá (no Mineirão) e buscar o resultado.
ATUAÇÕES RUINS DE GOULART E EVERTON RIBEIRO
São dois jogadores convocados para Seleção e não foram por acaso. Têm muita condição técnica, têm talento. O Goulart é muito decisivo. Hoje, pegou uma bola na frente e não esticou talvez por achar que não conseguiria competir na corrida. O Ribeiro também foi abaixo. São jogadores absolutamente desgastados, mas como o treinador vai tirar o jogador disputando a liderança do campeonato? Só vou tirar aqueles que tiverem com risco de se machucarem. Agora, temos o Alisson talvez voltando essa semana. Estaremos mais fortes e com mais opções. Está aberto para as duas competições.
Marcelo Oliveira reclamou da falta de tempo
para os treinamentos entre as partidas
(Foto: Reprodução/TV Globo Minas)
IMPORTÂNCIA DO PRIMEIRO GOL
O gol sempre foi fundamental no futebol, tem um grande poder. É a
essência do jogo, ainda mais no futebol equilibrado atualmente. Você
imagina se fizéssemos um gol impedido aqui dentro? Não dá para lamentar,
o juiz apitou muito bem o jogo. Então, temos que trabalhar com essa
possibilidade. Lá também vamos apertar. O jogo que perdemos (clássico)
tivemos possibilidade de fazer uns dois gols logo no início. Vamos
apostar nisso, descansar na medida do possível. Seria um feito grandioso
ter o Mineiro, possibilidade grande no Brasileiro e buscar essa vitória
lá. Os torcedores podem estar certos que teremos muita dedicação.COMO SUPERAR O CANSAÇO?
Primeiro, devia ser mais justo. São duas competições importantíssimas no fim da temporada e um time joga sábado e o outro domingo. No segundo jogo, vai acontecer a mesma coisa. Não sei o motivo. Um dia de descanso faz muita diferença. Não dá para pegar o jogador, levar para o campo e fazer um trabalho como devia ser feito. Isso aqui é Brasil. Por que acontece? Por interesse de quem patrocina. São duas competições e quem vai muito bem nas duas é punido. Tem que ter elenco grande, mas estar muito atento. Vamos treinar na medida do possível, organizar nas conversas e assim vai ser até o fim do ano.
ARREPENDIMENTO DE TIME TITULAR CONTRA O CRICIÚMA?
Quem não está disputando o título e tem outra possibilidade de Libertadores, pode fazer isso. Foi o caso do Atlético-MG. Mas brigando pelo título, como ia tirar os principais jogadores? Não tem jeito. E a dificuldade do jogo com o Criciúma mostra que se tivéssemos poupado o time não garantiria a vitória aqui e poderíamos perder domingo. Íamos lamentar até hoje.
VIRADAS DO GALO INSPIRAM?
Não nos motivamos baseados em ninguém. Nos motivamos baseados na nossa união, na nossa condição, no nosso trabalho. É isso que nos motiva. Temos um grupo de jogadores não só com qualidade técnicas, mas muito profissionais e com caráter pessoal. Vamos criar uma estratégia para jogar melhor e apertar o adversário para fazer os gols necessários.
FONTE:
http://glo.bo/1zO8Kg2
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