Depois de marcar seu primeiro gol na Europa, no último sábado, ex-Botafogo mira ainda Olimpíadas de 2016 e afirma que foi procurado por times brasileiros
Após quase um ano de Rússia, o ex-botafoguense Vitinho começa
agora a se adaptar no CSKA. Ainda reserva, ele vem ganhando mais espaço com o
treinador Leonid Slutsky e até balançou as redes pela primeira vez em uma partida oficial com a camisa
da equipe de Moscou no último sábado. Em um belo chute
de fora da área, anotou um dos gols da vitória por 4 a 1 sobre o Torpedo, na
abertura do Campeonato Russo. Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, entre outros
assuntos, o atacante garantiu que o sucesso em campo pode ser a ponte para conseguir
uma transferência para uma equipe de ponta na Europa no final do ano.
– O futebol é uma caixinha de surpresa. Estava bem no Brasil, depois, fiquei um ano sem jogar. Posso ir bem e ser vendido depois. Futebol é apaixonante por isso. Estou fazendo de tudo para que as coisas deem certo, para que daqui a seis meses possa jogar em outra equipe. Se sair daqui, tudo vai depender do meu jeito de jogar.
Durante o período de Copa do Mundo - e até mesmo no início do ano -, o nome de Vitinho foi bastante especulado no noticiário do mercado de transferências. Ele disse que três rivais cariocas procuraram seu empresário, mas o clube russo não pretende vendê-lo.
– Nesses últimos dias, soube de Flamengo, Botafogo e Fluminense. Saiu na imprensa, e meu empresário falou comigo. Ele procurou o CSKA, e fiquei sabendo que houve conversas, mas nada foi em frente. O clube descartou e disse que não iria me liberar.
Aos 20 anos, Vitinho dá a entender que o retorno ao futebol
brasileiro não acontecerá tão cedo. Ele indica que quer mostrar seu valor no
CSKA para chamar a atenção das principais forças europeias e jogar em um grande
centro. Isso facilitaria, inclusive, para outro projeto seu: defender a seleção
olímpica nos Jogos de 2016.
– Esse é meu pensamento, já vinha pensando que, depois da Copa, pudesse entrar na lista e ser chamado para possíveis amistosos. Vou me preparar para as Olimpíadas, já que vou ter idade. O Gallo nunca falou, mas tenho certeza que desse jeito que as coisas estão andando terei oportunidade – acrescentou o jogador, que terá 22 anos em 2016 (nas Olimpíadas, são permitidos atletas até 23 anos e outros três jogadores com qualquer idade por seleção).
Na Europa, o ex-botafoguense acompanha de perto a situação
na Ucrânia, que vive um conflito político justamente na região perto da
fronteira com a ex-república soviética. Inclusive, com Donetsk controlada por
rebeldes separatistas pró-Rússia, cinco brasileiros do Shakhtar (Alex Teixeira, Douglas Costa, Dentinho,
Ismaily e Fred, além do argentino Facundo Ferreyra) não quiseram voltar para a
Ucrânia por causa do conflito e, após serem considerados desaparecidos, se
reapresentaram apenas na semana passada.
Diante das notícias, Vitinho confessa um certo temor, apesar de não sentir esse clima de insegurança na Rússia. Ainda assim, confessou que pensou em não se reapresentar ao clube.
– Escutei os comentários. Como moramos perto, vemos muita coisa. Não entendo o que falam, mas vejo as imagens. É complicado para o jogador... Com atentados, bombas e guerras, eu não saberia o que fazer. Isso passou pela minha cabeça, não voltar. Em guerra, é difícil, não sabemos o que vai acontecer. No caso deles, eu não sentiria a menor vontade de voltar, mas eles são funcionários do clube.
A questão é que o primeiro ano de Rússia não foi fácil para Vitinho. Ele deixou o Botafogo até então em alta, que brigava pelo título brasileiro, para virar reserva na Rússia e ver seu espaço diminuir aos poucos.
Ele caiu no esquecimento e só agora começou a recuperar seu
espaço. O brasileiro foi a campo, sempre na etapa final, nos dois jogos da
equipe na temporada e teve participação também em dois gols da vitória por 3 a
1 sobre o Rostov, na final da Supercopa da Rússia.
– A questão é que eu mesmo fiquei um pouco triste. Tem hora que pensamos nesse tipo de situação. Chegou a passar na minha cabeça querer voltar. Mas as coisas estão mudando. É uma situação complicada. Estamos aqui, em progressão... Não descartamos nada, mas teria que pensar. Tomar decisões assim pode criar problemas - disse o brasileiro, que disputou a última Liga dos Campeões, mas caiu na primeira fase com o CSKA.
– O clube tem dívidas. A direção que assume já recebe dívidas
antigas de outros presidentes. Sabemos que isso é difícil, mas o jogador tem o
lado dele. É difícil para os dois lados. Sabemos que tem as dívidas do clube,
mas eu também tenho minhas dívidas – finalizou o jogador, que, por conta do
fuso, diz que não tem acompanhado os jogos do antigo time.
– O futebol é uma caixinha de surpresa. Estava bem no Brasil, depois, fiquei um ano sem jogar. Posso ir bem e ser vendido depois. Futebol é apaixonante por isso. Estou fazendo de tudo para que as coisas deem certo, para que daqui a seis meses possa jogar em outra equipe. Se sair daqui, tudo vai depender do meu jeito de jogar.
Vitinho marcou o primeiro gol com a
camisa do CSKA no último sábado
(Foto: Divulgação)
Durante o período de Copa do Mundo - e até mesmo no início do ano -, o nome de Vitinho foi bastante especulado no noticiário do mercado de transferências. Ele disse que três rivais cariocas procuraram seu empresário, mas o clube russo não pretende vendê-lo.
– Nesses últimos dias, soube de Flamengo, Botafogo e Fluminense. Saiu na imprensa, e meu empresário falou comigo. Ele procurou o CSKA, e fiquei sabendo que houve conversas, mas nada foi em frente. O clube descartou e disse que não iria me liberar.
Vitinho planeja mudança futura (Foto: Getty images)
– Esse é meu pensamento, já vinha pensando que, depois da Copa, pudesse entrar na lista e ser chamado para possíveis amistosos. Vou me preparar para as Olimpíadas, já que vou ter idade. O Gallo nunca falou, mas tenho certeza que desse jeito que as coisas estão andando terei oportunidade – acrescentou o jogador, que terá 22 anos em 2016 (nas Olimpíadas, são permitidos atletas até 23 anos e outros três jogadores com qualquer idade por seleção).
insegurança e reviravolta
Diante das notícias, Vitinho confessa um certo temor, apesar de não sentir esse clima de insegurança na Rússia. Ainda assim, confessou que pensou em não se reapresentar ao clube.
– Escutei os comentários. Como moramos perto, vemos muita coisa. Não entendo o que falam, mas vejo as imagens. É complicado para o jogador... Com atentados, bombas e guerras, eu não saberia o que fazer. Isso passou pela minha cabeça, não voltar. Em guerra, é difícil, não sabemos o que vai acontecer. No caso deles, eu não sentiria a menor vontade de voltar, mas eles são funcionários do clube.
Vitinho encarou o Bayern de Robben na
Liga dos Campeões do ano passado,
mas teve atuação apagada (Foto: EFE)
A questão é que o primeiro ano de Rússia não foi fácil para Vitinho. Ele deixou o Botafogo até então em alta, que brigava pelo título brasileiro, para virar reserva na Rússia e ver seu espaço diminuir aos poucos.
Quando estava um pouco triste, chegou a passar na minha cabeça voltar
Vitinho
– A questão é que eu mesmo fiquei um pouco triste. Tem hora que pensamos nesse tipo de situação. Chegou a passar na minha cabeça querer voltar. Mas as coisas estão mudando. É uma situação complicada. Estamos aqui, em progressão... Não descartamos nada, mas teria que pensar. Tomar decisões assim pode criar problemas - disse o brasileiro, que disputou a última Liga dos Campeões, mas caiu na primeira fase com o CSKA.
crise no botafogo
Por fim, o jovem jogador, vendido ao CSKA há um ano por € 10 milhões (R$ 31,6
milhões, na cotação da época), falou da situação atual do Botafogo, que
deve cinco meses de direitos de imagem e três meses de vencimentos
na carteira de trabalho e FGTS aos jogadores.
Vitinho surgiu bem no Botafogo, mas se
transferiu após o CSKA pagar sua
multa rescisória (Foto: Fabio Castro/Agif)
Nenhum comentário:
Postar um comentário