Paraguaios mantêm discurso humilde diante de momento histórico, e argentinos têm que lidar com pressão por taça tão esperada. Jogo de ida é às 21h15 (de Brasília)
Foi difícil acertar previsões nesta Libertadores. Eram muitos os favoritos no começo,
entre eles alguns brasileiros, mas em 2014 o futebol sul-americano terá um
dono insólito. Nacional do Paraguai e San Lorenzo, os piores entre os 16 classificados
para as oitavas de final, fazem o jogo de ida da decisão nesta quarta-feira,
às 21h15 (de Brasília), em Assunção, no Defensores del Chaco. O
GloboEsporte.com acompanha a decisão em Tempo Real, e o SporTV transmite para
todo o Brasil.
Liderados por Romagnoli (camisa 10),
San Lorenzo busca a sonhada
Libertadores (Foto: Daniel Mundim)
Qualquer
que seja o campeão levará o título pela primeira
vez. Será o terceiro ano seguido com um novato com a taça, depois de
Corinthians em 2012 e Atlético-MG no ano passado – sequência
inédita na história da competição. Paraguaios e argentinos quebram o
domínio brasileiro recente, que se mantinha no topo desde 2010, com
Internacional e Santos campeões, além de Timão e Galo. Mas o ineditismo
desta final não tira o peso
histórico do embate entre o carismático Nacional e o tradicional San
Lorenzo.
Ambos estão em sua primeira decisão de Libertadores.
Vale lembrar que, diferentemente das fases anteriores, o gol fora de
casa não é critério de desempate na final.
Um dos clube mais antigos do Paraguai, o Tricolor viveu
tempos de glória em seu início, mas caiu em ostracismo a partir dos anos 1950. Só
voltou a ser protagonista nos últimos cinco anos, sob a administração do atual
presidente, Robert Harrison. Prudência nos gastos e futebol competitivo levaram
a Academia, que vive à margem de Olimpia e Cerro Porteño, ao protagonismo no
país. O jovem ex-jogador do clube Gustavo Morínigo, de 37 anos, lidera a
campanha histórica, que, segundo ele, não deixou o time eufórico. Pelo
contrário. Diante do momento único, o técnico demonstra tranquilidade.
Gustavo Morínigo: tranquilidade marca o time do Nacional-PAR (Foto: Daniel Mundim)
- Estou bem. É normal. Nós reconhecemos que o San Lorenzo é
uma equipe grande na Argentina, que tem muita fome. Não tem esta Copa. Nós o
respeitamos, damos valor ao que pensam, e, se querem, podem ficar com o status
de favorito. São os favoritos. Mas se mostrou muito em campo que não podemos
nos antecipar. Em campo, o que fica é o que é escrito depois. Ultimamente, o
futebol mundial tem mostrado que nem sempre o favorito ganha. Vimos na Copa do
Mundo. Colômbia, Chile, Costa Rica surpreenderam. Tem que jogar as partidas.
Damos valor ao que eles pensam, mas preferimos manter nossa forma. Humilde, que
luta e busca seu lugar.
Em campo, Morínigo tem um problema. O meia Marcos Riveros
terá que cumprir suspensão por acúmulo de cartões amarelos. Freddy Bareiro deve
ser o substituto, e Benítez atuaria no meio-campo. O restante do time será o
mesmo que perdeu para o Defensor na última terça, em Montevidéu.
Invasão cuerva
O Ciclón chega à final
com o peso de ser o único grande da Argentina sem “La Copa” em sua galeria de
troféus. Entretanto, na mesma medida está o otimismo. Os cuervos aguardam por
esta noite desde sempre. Uma invasão hermana é esperada em Assunção. Serão 25
ônibus e cinco aviões fretados, além dos torcedores que vão por contra própria.
Espera-se mais do que os 4,5 mil que
adquiriram as entradas disponibilizadas pela diretoria do Nacional.
Edgardo Bauza: sem favoritismo ao San Lorenzo (Foto: Daniel Mundim)
Com tanta ansiedade, o experiente técnico Edgardo Bauza,
campeão em 2008 com a LDU, é sereno. Não fala em favoritismo, mesmo que seja o
tema mais abordado nas perguntas que responde. Não fala na possibilidade de dar
a conquista ao San Lorenzo, mesmo que toda a torcida sinta que o título está
perto. Fala de respeito e chances iguais para os dois lados.
- O favoritismo é para muitos de vocês que veem o San
Lorenzo como grande, ao torcedor, que obviamente é passional e não lhe
interessa outra coisa. A verdade é que é uma final, e temos a mesma vontade que
eles de ganhá-la. As mesmas possibilidades. Vai ser uma final intensa, e só
espero que possamos fazer uma boa partida. Fazendo isso, não é preciso nada
mais.
Bauza terá a volta do lateral Buffarini, que cumpriu
suspensão diante do Bolívar no segundo jogo da volta. O zagueiro Cetto e o
atacante Blandi também deixam o time para as entradas de Fontanini e Matos. O
meia Piatti, acertado com o Impact Montreal, do Canadá, está confirmado no
jogo. O jogador sequer atuaria na semifinal, mas foi liberado pelos canadenses.
Entretanto, dificilmente jogará a partida decisiva, em Buenos Aires.
Nacional-PAR x San Lorenzo
Ignacio
Don; Ramón Coronel, Leonardo Cáceres, Raúl Piris e David Mendoza;
Marcos Melgarejo, Silvio Torales, Derlis Orué e Julián Benítez; Brian
Montenegro e Freddy Bareiro.
Torrico; Buffarini, Fontanini, Gentiletti e Más; Villalba, Mercier, Ortigoza e Piatti; Romagnoli e Matos.
Técnico: Gustavo Morínigo
Técnico: Edgardo Bauza
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Auxiliares: Wilmar Navarro e Wilson Berrio (COL)
Auxiliares: Wilmar Navarro e Wilson Berrio (COL)
Local: Estádio Defensores Del Chaco, Assunção
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