Obras no Parque Olímpico engatam, e Deodoro recebe as primeiras intervenções. São 13 locais de competição em construção e 11 em reforma ao custo de R$ 6,5 bilhões
Quando
a pira olímpica for acesa no
Maracanã, no dia 5 de agosto de 2016, terão início os XXXI Jogos
Olímpicos da
Era Moderna. Até lá, milhares de operários seguirão na construção de 13
instalações esportivas e na reforma de outras 11, a um custo de R$ 6,5
bilhões dentro do orçamento total de R$ 37,6 bilhões - até agora. Um
trabalho tão intenso quanto a preparação dos atletas. O Rio de Janeiro
será uma nova cidade a partir de 2016. Não só com novas arenas, mas com
novas vias, novos meios de transporte, um porto remodelado, dentre
várias mudanças. Faltando exatos dois anos para o desfile dos maiores
astros do esporte mundial, o
ritmo das obras engrenou no Parque Olímpico, onde os quatro locais de
competição começam a despontar na paisagem tomada por máquinas, barro e
lama. E o Complexo Esportivo de Deodoro
recebeu as primeiras máquinas há um mês para começar a construção da pista de BMX e do circuito de canoagem slalom, obra que mais preocupa (assista ao vídeo com imagens aéreas dos locais).
Clique e confira as imagens do Parque Olímpico a dois anos do Rio 2016
Clique e confira as imagens do Parque Olímpico a dois anos do Rio 2016
- Nós sofremos pressão por todos os lados. O grande aprendizado é que a jornada não precisa ser tão dolorosa. As obras de legado ou estão prontas ou em andamento. Não é simples desenvolver um evento dessa magnitude. Como exemplo, temos a Transcarioca, o Porto, a linha 4 do metrô... O Parque Olímpico para quem vê dá a impressão que falta muita coisa, parece que tem lama para todo lado, mas a infraestrutura já está adiantada. Não é simples realizar. Até acabar os Jogos Paralímpicos não dá para ficar tranquilo. Posso garantir que não haverá na história das Olimpíadas uma cidade tão impactada quanto o Rio. Barcelona que me desculpe - disse Eduardo Paes em entrevista coletiva na segunda-feira, na sede do Comitê Rio 2016.
No Maracanã, o Governo do Estado garante que não serão necessárias novas intervenções após as reformas para a Copa do Mundo. Um ponto que seguia indefinido até a última segunda-feira era o local das duas quadras de aquecimento do Maracanãzinho exigidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI): em coletiva de imprensa, o governador Luiz Fernando Pezão e o chefe da Casa Civil, Leonardo Espíndola, anunciaram que uma delas será construída dentro do próprio ginásio, e a outra, na Escola Municipal Friedenreich. O Parque Aquático Júlio De Lamare passará por reformas de ampliação das arquibancadas e adequação da piscinas aos padrões exigidos. O Engenhão segue com a recuperação de sua cobertura e iniciou a reurbanização no entorno. Marina da Glória e Estádio de Remo aguardam intervenções e se preocupam com a qualidade das águas da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, respectivamente.
Os três Halls, obras esportivas mais
adiantadas do Parque Olímpico (Foto:
André Durão / Globoesporte.com)
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Na semana passada, a primeira atualização da Matriz de Responsabilidade - que consiste de todos os projetos realizados exclusivamente em razão dos Jogos - indicou avanços com as licitações em Deodoro e o aumento dos custos de R$ 5,6 bilhões para R$ 6,5 bilhões. Com o ritmo acelerado das obras, o Tribunal de Contas da União teme que a qualidade dos serviços seja comprometida e os atrasos aumentem os custos finais. Como aconteceu com o Engenhão, que passa por uma reforma na cobertura, a Vila do Pan, com suas ruas afundadas, e o antigo Velódromo, já demolido, que também apresentou problema em sua cobertura. Embora veja um aumento no esforço dos envolvidos nas obras, o ministro do TCU, Aroldo Cedraz, faz o alerta:
- Esse risco continua, mas estamos entendendo que está havendo um esforço muito maior por parte da União, da Autoridade Pública Olímpica, do estado e do município do Rio.
Paes: pressão de todos os lados (Foto: Divulgação/Beth Santos)
- [Jogos Pan-americanos e Olimpíadas] São produtos diferentes, dois requerimentos diferentes. As Olimpíadas exigem um grau de planejamento e responsabilidade enorme, e as obras estão em dia. Fazemos reuniões semanais para acompanhar esse calendário. Os Jogos acontecem um ano antes, com os eventos-testes.
A experiência do Pan está servindo como aprendizado para evitar estouros no orçamento, como diz o General Fernando Azevedo e Silva, presidente da Autoridade Público Olímpica, entidade que coordena as ações dos três entes de governo e atualiza a Matriz de Responsabilidades:
- Os entes governamentais responsáveis pelos projetos estão atentos para que o Brasil entregue Jogos com orçamento enxuto, e com o compromisso com a eficiência e a qualidade das instalações.
Até 2016, o Rio de Janeiro vai receber 45 eventos-testes para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O objetivo será testar as competições e instalações esportivas. A vela iniciou o calendário com 23 medalhastes olímpicos em ação na Baía de Guanabara. E que com ela venham bons ventos para a Cidade Maravilhosa.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2014/08/dois-anos-do-rio-2016-instalacoes-esportivas-comecam-mostrar-cara.html
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