sexta-feira, 23 de maio de 2014

CBV reduz staff da seleção, e treinos no CT de Saquarema serão opcionais

Em e-mail obtido com exclusividade pelo GloboEsporte.com, entidade explica cortes e diz que duplas só trabalharão no CT se solicitarem. Funcionários vivem apreensão


Por Rio de Janeiro e João Pessoa

O término de um convênio entre o Ministério dos Esportes e a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) vai causar grandes mudanças na gestão das seleções brasileiras de vôlei de praia, criadas pela entidade no ano passado. Sob a alegação de corte de verbas, a CBV reduziu o quadro de funcionários das comissões técnicas e afirmou que a utilização do Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema, passará a ser opcional para as duplas convocadas. Estas informações foram divulgadas em um e-mail enviado pela entidade a todo o staff da seleção de vôlei de praia e obtido com exclusividade pelo GloboEsporte.com.

Comissão técnica da seleção brasileira de vôlei de praia será reduzida após fim de convênio com o Ministério dos Esportes (Foto: Reprodução/Facebook)
No Grand Slam de São Paulo, parte das
 comissões técnicas feminina e masculina
 posam no pódio com os medalhistas: 
staff será reduzido devido a fim de 
contrato com o Ministério dos 
Esportes em 31 de maio (Foto: 
 Reprodução/Facebook)

O convênio entre o Ministério e a CBV vence no dia 31 de maio, sábado da próxima semana. Mas, nesta quinta-feira, os profissionais que trabalham com as seleções masculina e feminina receberam um e-mail da entidade informando sobre os desligamentos. A mensagem pegou a todos de surpresa e causou um temor geral. Sem maiores detalhes, técnicos, assistentes, preparadores físicos, fisioterapeutas e estatísticos ainda estão em dúvida sobre quem de fato será mantido no cargo. A informação ainda não foi divulgada oficialmente pela CBV. Atual superintendente de vôlei de praia da entidade, Radamés Lattari minimizou o problema.

- Não houve demissão de ninguém. Nós temos um convênio com o Ministério de maio a maio. Nós comunicamos à comissão técnica que até agora o contrato não foi renovado e o momento seria de espera. A comissão será mais reduzida em função disso. Vamos ficar com treinador, supervisor, fisioterapeuta e estatístico (em cada naipe). Sendo restabelecido o contrato, vamos analisar a forma do convênio. A gente faz tudo de acordo com os orçamentos. Nas viagens não altera nada. Foi só em função do término do convênio - explicou o dirigente.

Nas etapas da China (Open de Fuzhou e Grand Slam de Xangai) e do México, por exemplo, viajaram 16 membros da comissão técnica das seleções brasileiras masculina e feminina, sem contar com a equipe contratada pelas próprias duplas. Apesar da redução do staff pela metade, Radamés afirma que a estrutura de suporte aos atletas nas viagens será mantida.

vôlei de praia Evandro, Emanuel, Leticia e Vitor Felipe (Foto: Divulgação/CBV)Letícia, técnica que levou suas duplas a três pratas olímpicas, estaria se sentindo desprestigiada (CBV)

Nos bastidores, os jogadores afirmam que a inclusão dos treinadores pessoais no processo de trabalho do Circuito Mundial em 2014 não foi bem recebida por Letícia Pessoa, que comanda a seleção masculina e teria se sentido desprestigiada. Com a redução do staff atual, este sentimento teria se intensificado. A treinadora prefere não se pronunciar oficialmente mas, apesar do momento de indefinição, o GloboEsporte.com apurou que a CBV deseja manter tanto ela quanto Marcos Miranda, técnico da feminina, em seus cargos.

O sistema de seleções foi anunciado em dezembro de 2012. Na ocasião, a CBV anunciou que os atletas precisariam ser convocados pelas federações de seus países para poderem disputar competições internacionais - antes, bastava que o atleta se inscrevesse junto à Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e arcasse com os custos da viagem. Com o novo formato, os técnicos tiveram a opção de separar os atletas e formar novas parcerias.

De cara, o sistema gerou polêmica. Heptacampeã do Circuito Mundial, Juliana o criticou duramente e foi cortada do grupo. Publicamente, outros jogadores evitaram se manifestar. Ao final do ano, o país conquistou o título do Circuito Mundial no feminino com Talita/Taiana e o vice-campeonato no masculino com Pedro Solberg/Bruno Schmidt.

Logo no início desta temporada, a CBV apresentou novidades. A principal delas foi a inclusão dos treinadores pessoais das parcerias (que trabalham com elas durante o Circuito Brasileiro) nos trabalhos em Saquarema. Este novo formato foi testado durante os Opens de Fuzhou e Puerto Vallarta e no Grand Slam de Xangai. Com o fim do vínculo com o Ministério dos Esportes, a concentração em Saquarema só ocorrerá se as duplas solicitarem à entidade. Caso contrário, seguem trabalhando em seus centros de treinamento pessoais.
Confira o email na íntegra:

"Em virtude do término do convênio firmado entre a CBV e o Ministério do Esporte e a atual realidade financeira da CBV, informo a todos vocês que a CBV irá alterar o formato de trabalho das Seleções Brasileiras de Vôlei de Praia a partir de 01 de junho de 2014.
De acordo com o novo formato as equipes que representarão o Brasil  no Circuito Mundial e Sul-americano serão escolhidas pelas comissões técnicas das seleções brasileiras. Em cada naipe, a comissão técnica será formada por um treinador responsável, um supervisor, um fisioterapeuta e um estatístico.

Todas as equipes treinarão em seus centros de treinamento. O CDV pode ser utilizado pelas duplas que desejarem e solicitarem.

As delegações para o Circuito Mundial serão compostas, em cada naipe, por um representante da CBV, pelos 4 membros da comissão técnica da seleção brasileira e pelos atletas dos quatro times convocados. Para toda a delegação a CBV irá arcar com os custos de passagens aéreas, hospedagens, transporte interno e alimentação, nos períodos em que esta não for oferecida pela competição"



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2014/05/cbv-reduz-staff-da-selecao-e-treinos-no-ct-de-saquarema-serao-opcionais.html

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