Em e-mail obtido com exclusividade pelo GloboEsporte.com, entidade explica cortes e diz que duplas só trabalharão no CT se solicitarem. Funcionários vivem apreensão
O
término de um convênio entre o Ministério dos Esportes e a Confederação
Brasileira de Vôlei (CBV) vai causar grandes mudanças na gestão das
seleções brasileiras de vôlei de praia, criadas pela entidade no ano
passado. Sob a alegação de corte de verbas, a CBV reduziu o quadro de
funcionários das comissões técnicas e afirmou que a utilização do Centro
de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema, passará a ser opcional
para as duplas convocadas. Estas informações foram divulgadas em um
e-mail enviado pela entidade a todo o staff da seleção de vôlei de praia
e obtido com exclusividade pelo GloboEsporte.com.
O convênio entre o Ministério e a CBV vence no dia 31 de maio, sábado da próxima semana. Mas, nesta quinta-feira, os profissionais que trabalham com as seleções masculina e feminina receberam um e-mail da entidade informando sobre os desligamentos. A mensagem pegou a todos de surpresa e causou um temor geral. Sem maiores detalhes, técnicos, assistentes, preparadores físicos, fisioterapeutas e estatísticos ainda estão em dúvida sobre quem de fato será mantido no cargo. A informação ainda não foi divulgada oficialmente pela CBV. Atual superintendente de vôlei de praia da entidade, Radamés Lattari minimizou o problema.
- Não houve demissão de ninguém. Nós temos um convênio com o Ministério de maio a maio. Nós comunicamos à comissão técnica que até agora o contrato não foi renovado e o momento seria de espera. A comissão será mais reduzida em função disso. Vamos ficar com treinador, supervisor, fisioterapeuta e estatístico (em cada naipe). Sendo restabelecido o contrato, vamos analisar a forma do convênio. A gente faz tudo de acordo com os orçamentos. Nas viagens não altera nada. Foi só em função do término do convênio - explicou o dirigente.
Nas etapas da China (Open de Fuzhou e Grand Slam de Xangai) e do México, por exemplo, viajaram 16 membros da comissão técnica das seleções brasileiras masculina e feminina, sem contar com a equipe contratada pelas próprias duplas. Apesar da redução do staff pela metade, Radamés afirma que a estrutura de suporte aos atletas nas viagens será mantida.
Nos
bastidores, os jogadores afirmam que a inclusão dos treinadores
pessoais no processo de trabalho do Circuito Mundial em 2014 não foi bem
recebida por Letícia Pessoa, que comanda a seleção masculina e teria se
sentido desprestigiada. Com a redução do staff atual, este sentimento
teria se intensificado. A treinadora prefere não se pronunciar
oficialmente mas, apesar do momento de indefinição, o GloboEsporte.com apurou que a CBV deseja manter tanto ela quanto Marcos Miranda, técnico da feminina, em seus cargos.
O sistema de seleções foi anunciado em dezembro de 2012. Na ocasião, a CBV anunciou que os atletas precisariam ser convocados pelas federações de seus países para poderem disputar competições internacionais - antes, bastava que o atleta se inscrevesse junto à Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e arcasse com os custos da viagem. Com o novo formato, os técnicos tiveram a opção de separar os atletas e formar novas parcerias.
De cara, o sistema gerou polêmica. Heptacampeã do Circuito Mundial, Juliana o criticou duramente e foi cortada do grupo. Publicamente, outros jogadores evitaram se manifestar. Ao final do ano, o país conquistou o título do Circuito Mundial no feminino com Talita/Taiana e o vice-campeonato no masculino com Pedro Solberg/Bruno Schmidt.
Logo no início desta temporada, a CBV apresentou novidades. A principal delas foi a inclusão dos treinadores pessoais das parcerias (que trabalham com elas durante o Circuito Brasileiro) nos trabalhos em Saquarema. Este novo formato foi testado durante os Opens de Fuzhou e Puerto Vallarta e no Grand Slam de Xangai. Com o fim do vínculo com o Ministério dos Esportes, a concentração em Saquarema só ocorrerá se as duplas solicitarem à entidade. Caso contrário, seguem trabalhando em seus centros de treinamento pessoais.
Confira o email na íntegra:
"Em virtude do término do convênio firmado entre a CBV e o Ministério do Esporte e a atual realidade financeira da CBV, informo a todos vocês que a CBV irá alterar o formato de trabalho das Seleções Brasileiras de Vôlei de Praia a partir de 01 de junho de 2014.
De acordo com o novo formato as equipes que representarão o Brasil no Circuito Mundial e Sul-americano serão escolhidas pelas comissões técnicas das seleções brasileiras. Em cada naipe, a comissão técnica será formada por um treinador responsável, um supervisor, um fisioterapeuta e um estatístico.
Todas as equipes treinarão em seus centros de treinamento. O CDV pode ser utilizado pelas duplas que desejarem e solicitarem.
As delegações para o Circuito Mundial serão compostas, em cada naipe, por um representante da CBV, pelos 4 membros da comissão técnica da seleção brasileira e pelos atletas dos quatro times convocados. Para toda a delegação a CBV irá arcar com os custos de passagens aéreas, hospedagens, transporte interno e alimentação, nos períodos em que esta não for oferecida pela competição"
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2014/05/cbv-reduz-staff-da-selecao-e-treinos-no-ct-de-saquarema-serao-opcionais.html
No
Grand Slam de São Paulo, parte das
comissões técnicas feminina e
masculina
posam no pódio com os medalhistas:
staff será reduzido devido a
fim de
contrato com o Ministério dos
Esportes em 31 de maio (Foto:
Reprodução/Facebook)
O convênio entre o Ministério e a CBV vence no dia 31 de maio, sábado da próxima semana. Mas, nesta quinta-feira, os profissionais que trabalham com as seleções masculina e feminina receberam um e-mail da entidade informando sobre os desligamentos. A mensagem pegou a todos de surpresa e causou um temor geral. Sem maiores detalhes, técnicos, assistentes, preparadores físicos, fisioterapeutas e estatísticos ainda estão em dúvida sobre quem de fato será mantido no cargo. A informação ainda não foi divulgada oficialmente pela CBV. Atual superintendente de vôlei de praia da entidade, Radamés Lattari minimizou o problema.
- Não houve demissão de ninguém. Nós temos um convênio com o Ministério de maio a maio. Nós comunicamos à comissão técnica que até agora o contrato não foi renovado e o momento seria de espera. A comissão será mais reduzida em função disso. Vamos ficar com treinador, supervisor, fisioterapeuta e estatístico (em cada naipe). Sendo restabelecido o contrato, vamos analisar a forma do convênio. A gente faz tudo de acordo com os orçamentos. Nas viagens não altera nada. Foi só em função do término do convênio - explicou o dirigente.
Nas etapas da China (Open de Fuzhou e Grand Slam de Xangai) e do México, por exemplo, viajaram 16 membros da comissão técnica das seleções brasileiras masculina e feminina, sem contar com a equipe contratada pelas próprias duplas. Apesar da redução do staff pela metade, Radamés afirma que a estrutura de suporte aos atletas nas viagens será mantida.
Letícia, técnica que levou suas duplas a três pratas olímpicas, estaria se sentindo desprestigiada (CBV)
O sistema de seleções foi anunciado em dezembro de 2012. Na ocasião, a CBV anunciou que os atletas precisariam ser convocados pelas federações de seus países para poderem disputar competições internacionais - antes, bastava que o atleta se inscrevesse junto à Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e arcasse com os custos da viagem. Com o novo formato, os técnicos tiveram a opção de separar os atletas e formar novas parcerias.
De cara, o sistema gerou polêmica. Heptacampeã do Circuito Mundial, Juliana o criticou duramente e foi cortada do grupo. Publicamente, outros jogadores evitaram se manifestar. Ao final do ano, o país conquistou o título do Circuito Mundial no feminino com Talita/Taiana e o vice-campeonato no masculino com Pedro Solberg/Bruno Schmidt.
Logo no início desta temporada, a CBV apresentou novidades. A principal delas foi a inclusão dos treinadores pessoais das parcerias (que trabalham com elas durante o Circuito Brasileiro) nos trabalhos em Saquarema. Este novo formato foi testado durante os Opens de Fuzhou e Puerto Vallarta e no Grand Slam de Xangai. Com o fim do vínculo com o Ministério dos Esportes, a concentração em Saquarema só ocorrerá se as duplas solicitarem à entidade. Caso contrário, seguem trabalhando em seus centros de treinamento pessoais.
Confira o email na íntegra:
"Em virtude do término do convênio firmado entre a CBV e o Ministério do Esporte e a atual realidade financeira da CBV, informo a todos vocês que a CBV irá alterar o formato de trabalho das Seleções Brasileiras de Vôlei de Praia a partir de 01 de junho de 2014.
De acordo com o novo formato as equipes que representarão o Brasil no Circuito Mundial e Sul-americano serão escolhidas pelas comissões técnicas das seleções brasileiras. Em cada naipe, a comissão técnica será formada por um treinador responsável, um supervisor, um fisioterapeuta e um estatístico.
Todas as equipes treinarão em seus centros de treinamento. O CDV pode ser utilizado pelas duplas que desejarem e solicitarem.
As delegações para o Circuito Mundial serão compostas, em cada naipe, por um representante da CBV, pelos 4 membros da comissão técnica da seleção brasileira e pelos atletas dos quatro times convocados. Para toda a delegação a CBV irá arcar com os custos de passagens aéreas, hospedagens, transporte interno e alimentação, nos períodos em que esta não for oferecida pela competição"
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2014/05/cbv-reduz-staff-da-selecao-e-treinos-no-ct-de-saquarema-serao-opcionais.html
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