Meia-atacante inicia segunda passagem pelo Botafogo falando em honra, ressalta a confiança na diretoria e confirma que não há mais dívida pendente por parte do clube
Carlos
Alberto treina no Botafogo desde o último sábado, e nesta terça-feira o
clube fez sua apresentação oficial. O meia vestiu a camisa 19, sua
preferida. e afirmou que é uma honra voltar ao Glorioso depois de uma
passagem rápida em 2008. O objetivo do jogador é retomar sua carreira
depois de um tempo sem conseguir uma boa sequência de jogos.
Ciente de que existe uma desconfiança de parte da torcida, Carlos Alberto avisou que está preparado para ser cobrado. Sobre o penúltimo lugar do Bota no Brasileiro, o meia afirmou estar muito confiante de que a equipe dará a volta por cima rapidamente.
Existe a chance de ele estrear já neste sábado, contra o Criciúma, mas ele preferiu não garantir.
- É uma hora grande voltar a jogar em um lugar que conheço bem. Acho que 80% das pessoas que trabalhei estão aqui. Tive uma aceitação boa, tenho a confiança da diretoria, jogadores, treinador... É o que tenho de mais valioso.
A motivação está grande. Desde que aconteceu o doping mentiroso estou com muita vontade de trabalhar. Gosto de ser cobrado, de falar de futebol. Acredito que o Botafogo tem condições de brigar em cima. A posição na tabela não me assusta nem um pouco, é momentâneo.
A alegria de Carlos Alberto só mudou quando lembrou de quando foi pego no doping. Em julgamento realizado em agosto do ano passado no STJD, o meia foi punido pelo uso das substâncias proibidas hidroclorotiazida e carboxi-tamoxifeno. Em dezembro, porém, uma decisão da Corte Arbitral do Esport (CAS) revogou a punição e liberou o jogador para exercer sua profissão.
- Acho que o divisor de águas foi o doping, que guardo com muito rancor. Vinha bem no Vasco. Abdiquei das minhas férias. Só minha família sabe como sofri (se emociona e engasga). Sou uma pessoa que se dedica ao futebol. Disse que ia provar minha inocência porque não fiz nada de errado. Me marginalizaram. Fiquei sete meses sem jogar. Quando saiu isso, parecia até que eu tinha matado alguém. Todo mundo ficou me ligando. Ouvi muita coisa feia sobre mim, e de pessoas que nem me conhecem. Até hoje não sei o que aconteceu direito. Tiram a minha alegria. Amo jogar futebol e fiquei muitas noites sem dormir. Fiquei eufórico quando teve o convite do Botafogo. Pensei: "Tenho que estar no meio desses caras". Nós vamos brigar na parte de cima.
Confira outros trechos da entrevista de Carlos Alberto:
Estreia sábado, contra o Criciúma
Pela parte da vontade, ansiedade, claro que quero jogar o mais rápido possível, mas existe todo um protocolo. Vou seguir todas as determinações para ele poder me utilizar. Quero jogar o mais rápido possível.
Dívida do clube com ele
O Botafogo não me deve nada. Tudo que tinha de débito da outra gestão já foi pago. Tenho um novo contrato agora.
Referência na criação do meio de campo?
Acho que posso ser, estou preparado e motivado para isso. O que mais me deixa contente é ter ao lado as pessoas que trabalham aqui. Todos aqui conhecem minha batalha, conhecem meu caráter. Tenho certeza de que vão me ajudar no que eu precisar. Eles sabem o que posso dar para o clube também.
Polêmicas na carreira
Não sei o que é ser polêmico... fico tentando entender. Falar o que penso? Minha natureza é essa. Hoje não tenho mais 20 anos, tenho responsabilidade, dois filhos, mas digo que ainda estou maturando. Todos estão sujeitos a chuvas e trovoadas. Mas estou muito feliz de estar aqui e quero que isso conte a meu favor.
Diferença do Bota de 2008 para o de 2014
Vejo o clube muito mudado, principalmente em infraestrutura. Se fosse esta gestão, não tinha saído naquela época. Acho que minha passagem foi boa, joguei bem, mas jogador gosta que falem a verdade para ele. Acredito nessa diretoria, por isso que eu vim.
Desconfiança de parte da torcida
A desconfiança de alguns é normal, ninguém é uma unanimidade. O torcedor tem que cobrar, exigir, mas sei como trazer ele para o meu lado.
Parceria com Emerson Sheik
O Emerson é um cara sensacional, espero servir muito ele. Todo mundo precisa de um jogador como ele no time. Ele tem personalidade, enfrenta as dificuldades dentro de campo. Precisamos de mais gente com este perfil. Há outros atletas assim aqui no elenco, mas não vou ficar citando nomes.
Saída do Goiás é chegada ao Bota
O Goiás é um clube fantástico, não tenho nada a reclamar. Mas quando um treinador como o Mancini te liga, a diretoria te quer, o presidente te quer... Agora vou ficar perto da minha família, a vida é feita de escolhas e eu faço as minhas. Sou grato ao Goiás e hoje estou no Botafogo. Aqui vejo mais possibilidade de buscar uma aproximação da parte de cima da tabela. Posso até ser criticado por isso. Se quisesse ficar na zona de conforto, permaneceria lá até o fim do ano.
Frustração por não ter chance de jogar a Copa?
Desde criança, todo menino sonha jogar na Seleção. Imagina o privilégio de quem estiver na lista desta quarta-feira. Mas também não posso lamentar, de repente não era mesmo para ser para mim. Mas nem por isso me considero mal sucedido.
Dez anos do título da Champions League com o Porto
Faz tempo... estou ficando velho. Já vai completar dez anos. Foi um momento importante, que marcou minha vida. Foi quando comecei a ficar mais importante, conhecido no futebol. Lembro com o maior carinho, mas agora tenho que conquistar coisas novas. No Brasil, segundo lugar não vale nada.
* Colaborou Sofia Miranda, estagiária
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2014/05/carlos-alberto-e-apresentado-e-se-diz-pronto-para-jogar-motivacao-e-total.html
Ciente de que existe uma desconfiança de parte da torcida, Carlos Alberto avisou que está preparado para ser cobrado. Sobre o penúltimo lugar do Bota no Brasileiro, o meia afirmou estar muito confiante de que a equipe dará a volta por cima rapidamente.
Carlos Alberto é apresentado oficialmen-
te no Botafogo pelo diretor Sidnei
Loureiro (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
- É uma hora grande voltar a jogar em um lugar que conheço bem. Acho que 80% das pessoas que trabalhei estão aqui. Tive uma aceitação boa, tenho a confiança da diretoria, jogadores, treinador... É o que tenho de mais valioso.
A motivação está grande. Desde que aconteceu o doping mentiroso estou com muita vontade de trabalhar. Gosto de ser cobrado, de falar de futebol. Acredito que o Botafogo tem condições de brigar em cima. A posição na tabela não me assusta nem um pouco, é momentâneo.
A alegria de Carlos Alberto só mudou quando lembrou de quando foi pego no doping. Em julgamento realizado em agosto do ano passado no STJD, o meia foi punido pelo uso das substâncias proibidas hidroclorotiazida e carboxi-tamoxifeno. Em dezembro, porém, uma decisão da Corte Arbitral do Esport (CAS) revogou a punição e liberou o jogador para exercer sua profissão.
- Acho que o divisor de águas foi o doping, que guardo com muito rancor. Vinha bem no Vasco. Abdiquei das minhas férias. Só minha família sabe como sofri (se emociona e engasga). Sou uma pessoa que se dedica ao futebol. Disse que ia provar minha inocência porque não fiz nada de errado. Me marginalizaram. Fiquei sete meses sem jogar. Quando saiu isso, parecia até que eu tinha matado alguém. Todo mundo ficou me ligando. Ouvi muita coisa feia sobre mim, e de pessoas que nem me conhecem. Até hoje não sei o que aconteceu direito. Tiram a minha alegria. Amo jogar futebol e fiquei muitas noites sem dormir. Fiquei eufórico quando teve o convite do Botafogo. Pensei: "Tenho que estar no meio desses caras". Nós vamos brigar na parte de cima.
Carlos Alberto sorri durante entrevista
coletiva no Botafogo (Foto: Satiro
Sodre / Ss Press)
Confira outros trechos da entrevista de Carlos Alberto:
Estreia sábado, contra o Criciúma
Pela parte da vontade, ansiedade, claro que quero jogar o mais rápido possível, mas existe todo um protocolo. Vou seguir todas as determinações para ele poder me utilizar. Quero jogar o mais rápido possível.
Dívida do clube com ele
O Botafogo não me deve nada. Tudo que tinha de débito da outra gestão já foi pago. Tenho um novo contrato agora.
Referência na criação do meio de campo?
Acho que posso ser, estou preparado e motivado para isso. O que mais me deixa contente é ter ao lado as pessoas que trabalham aqui. Todos aqui conhecem minha batalha, conhecem meu caráter. Tenho certeza de que vão me ajudar no que eu precisar. Eles sabem o que posso dar para o clube também.
Polêmicas na carreira
Não sei o que é ser polêmico... fico tentando entender. Falar o que penso? Minha natureza é essa. Hoje não tenho mais 20 anos, tenho responsabilidade, dois filhos, mas digo que ainda estou maturando. Todos estão sujeitos a chuvas e trovoadas. Mas estou muito feliz de estar aqui e quero que isso conte a meu favor.
Diferença do Bota de 2008 para o de 2014
Vejo o clube muito mudado, principalmente em infraestrutura. Se fosse esta gestão, não tinha saído naquela época. Acho que minha passagem foi boa, joguei bem, mas jogador gosta que falem a verdade para ele. Acredito nessa diretoria, por isso que eu vim.
Desconfiança de parte da torcida
A desconfiança de alguns é normal, ninguém é uma unanimidade. O torcedor tem que cobrar, exigir, mas sei como trazer ele para o meu lado.
Parceria com Emerson Sheik
O Emerson é um cara sensacional, espero servir muito ele. Todo mundo precisa de um jogador como ele no time. Ele tem personalidade, enfrenta as dificuldades dentro de campo. Precisamos de mais gente com este perfil. Há outros atletas assim aqui no elenco, mas não vou ficar citando nomes.
Saída do Goiás é chegada ao Bota
O Goiás é um clube fantástico, não tenho nada a reclamar. Mas quando um treinador como o Mancini te liga, a diretoria te quer, o presidente te quer... Agora vou ficar perto da minha família, a vida é feita de escolhas e eu faço as minhas. Sou grato ao Goiás e hoje estou no Botafogo. Aqui vejo mais possibilidade de buscar uma aproximação da parte de cima da tabela. Posso até ser criticado por isso. Se quisesse ficar na zona de conforto, permaneceria lá até o fim do ano.
Frustração por não ter chance de jogar a Copa?
Desde criança, todo menino sonha jogar na Seleção. Imagina o privilégio de quem estiver na lista desta quarta-feira. Mas também não posso lamentar, de repente não era mesmo para ser para mim. Mas nem por isso me considero mal sucedido.
Dez anos do título da Champions League com o Porto
Faz tempo... estou ficando velho. Já vai completar dez anos. Foi um momento importante, que marcou minha vida. Foi quando comecei a ficar mais importante, conhecido no futebol. Lembro com o maior carinho, mas agora tenho que conquistar coisas novas. No Brasil, segundo lugar não vale nada.
* Colaborou Sofia Miranda, estagiária
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2014/05/carlos-alberto-e-apresentado-e-se-diz-pronto-para-jogar-motivacao-e-total.html
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