segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Valcke afirma que Fifa não pagará por estruturas temporárias dos estádios

Na última semana, Internacional divulgou que Beira-Rio pode ficar fora da Copa por não ter quem arque pelos recursos

Por Brasília


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A conta das estruturas temporárias necessárias para o entorno dos estádios durante os jogos da Copa do Mundo segue gerando polêmica. Questionado nesta segunda-feira sobre o problema em Porto Alegre, onde o presidente do Internacional afirmou que o Beira-Rio pode ficar fora da Copa por conta da indecisão sobre as estruturas, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, se esquivou, mas garantiu que a Fifa não arcará com os custos.

- Eu não vou responder diretamente essa pergunta, mas o que posso dizer é que um estádio não pode receber a Copa sem essas estruturas. Agora, se a Fifa vai pagar, a resposta é não - afirmou o dirigente francês durante coletiva após vistoria no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.


Jerome Valcke coletiva visita estádio Mané Garrincha (Foto: AFP) 
Jérôme Valcke em coletiva durante sua visita 
aos estádio Mané Garrincha, em 
Brasília (Foto: AFP)


Segundo o contrato da Fifa com as cidades-sedes, os responsáveis por cada estádio devem arcar com os custos das estruturas temporárias. No caso de Porto Alegre, a responsabilidade contratual seria do Internacional. Porém, documentos da Prefeitura de Porto Alegre e do governo do Rio Grande do Sul comprovam que tanto o executivo municipal quanto o estadual já previam investimentos para custear a infraestrutura temporária necessária para a realização da Copa do Mundo no Beira-Rio, estimada em R$ 30 milhões.


A polêmica em torno do pagamento das estruturas temporárias não se restringe ao Beira-Rio. A questão já foi parar, inclusive, na Justiça. Em outubro do ano passado, o Ministério Público Federal entrou com uma ação propondo que os custos sejam arcados pela Fifa e o Comitê Organizador Local (COL), pois não são de interesse público e não deixarão legado à população brasileira. O valor total estimado para o Mundial é de R$ 1,2 bilhão nas 12 cidades-sedes. O MPF também cobra o ressarcimento dos recursos públicos gastos com estruturas temporárias na Copa das Confederações: cerca de R$ 230 milhões. O processo segue em tramitação na 8ª Vara da Justiça Federal

Fazem parte das despesas com estruturas temporárias, por exemplo, gastos com assentos provisórios, tendas, plataformas, passarelas, cercas, iluminação, cabos, mobiliário, divisórias e preparação de piso. Itens que serão desmontados após a Copa.

Protestos: para Valcke, polícia deve garantir acesso dos torcedores

Outro assunto polêmico abordado por Jérôme Valcke durante a coletiva em Brasília foi a possibilidade de protestos contrários à realização da Copa do Mundo durante o Mundial. O dirigente defendeu o direito a manifestações pacíficas, mas disse que a polícia deve garantir o acesso dos torcedores aos estádios.

- O que posso dizer é que temos certeza que a Copa do Mundo é um evento enorme. É importante para qualquer país apoiar a organização deste evento. Não apoiar a Fifa, não é essa a questão, mas apoiar a competição. Em Manaus, o governo falou sobre a possibilidade de demonstrações pacíficas. É um direito. Agora uma demonstração não pacífica, violenta, com pessoas apenas querendo fazer baderna e provocar as autoridades, só há uma maneira de combater. A polícia terá que fazer com que as pessoas possam chegar aos jogos. Os torcedores têm o direito de ir ver o jogo.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também falou sobre a questão dos protestos e afirmou que se trata de um direito previsto em lei. No entanto, condenou as manifestações violentas e lembrou a morte recente do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão durante ato no Rio de Janeiro.

- A legislação permite as manifestações pacíficas. São protegidas pela Lei. É um direito constitucional. As manifestações violentas, que ameaçam a vida e depredam o patrimônio público e privado, também tem tratamento previsto em Lei. Com Copa ou sem Copa, em qualquer circunstância, basta aplicar a Lei. Não estávamos na Copa do Mundo, mas em uma manifestação no Rio de Janeiro um cinegrafista foi brutalmente assassinado. No caso, a lei foi aplicada e já levou a prisão dos dois responsáveis.




FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/02/valcke-afirma-que-fifa-nao-pagara-por-estruturas-temporarias-dos-estadios.html

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