Sem Soldado, clube espanhol luta contra dívidas, monta elenco mais modesto, mas ainda sonha voltar à Liga dos Campeões da Europa
Diego Alves no gol do Valencia: confiança em dias melhores (Foto: Divulgação | Valenciacf.com)
Atrapalhado por dívidas e com um elenco mais modesto em relação a anos anteriores, o Valencia terá sua primeira temporada fora da Liga dos Campeões desde 2009, o que impactou ainda mais os já combalidos cofres do clube, que contava com o dinheiro do torneio para se manter estável. Sem a grana da competição continental, os Ches tiveram de vender Soldado, seu principal astro, que saiu do clube criticando a diretoria, dizendo não acreditar no projeto do presidente Amadeo Salvo. Entretanto, o goleiro brasileiro Diego Alves acredita que os cartolas estão se esforçando.
- O presidente fala com o grupo frequentemente, e eu encaro da maneira que acho mais adequada: como jogador, minha obrigação é treinar bem para jogar bem, sempre, independente da situação do clube. O Valencia está honrando seus compromissos – disse o jogador.
Valencia na estreia no Campeonato Espanhol: vitória sobre o Málaga (Foto: Divulgação | Valenciacf.com)
- Mesmo jogando mais recuado nessas duas temporadas, em relação ao posicionamento que tinha no Brasil, consegui manter a regularidade desde que cheguei aqui. Isso fez com que direção e torcida acreditassem na minha capacidade. Aos poucos fui me afirmando e hoje estou contente com tudo que vem acontecendo – explicou o atacante brasileiro.
Jordi Alba: vendido pelo Valencia em 2012, lateral agora defende o Barça (Foto: Agência Getty Images)
Vender seus principais jogadores não é algo novo no Valencia. Os problemas financeiros do clube começaram com a decisão de construir um novo estádio em 2007. Entretanto, a crise econômica na Europa impediu que o clube conseguisse negociar sua antiga arena, o Mestalla, e, assim, levantar fundos para a construção.
Por causa disso, o novo estádio, chamado de Nuevo Mestalla, está parado atualmente, sem previsão para que as obras sejam retomadas. A arena deveria ter ficado concluída em 2009, mas a falta de dinheiro atrapalhou o desenvolvimento. Para piorar, a dívida do Valencia está agora em cerca de € 350 milhões.
Para sobreviver, o Valencia se habituou a vender seus principais jogadores a cada temporada. Primeiro, em 2010, David Silva foi para o Barcelona por € 40 milhões, e David Silva rumou para o Manchester City por € 28 milhões. No ano seguinte, Juan Mata foi negociado com o Chelsea e rendeu € 26 milhões aos cofres do clube espanhol. Por fim, em 2012, Jordi Alba acertou com o Barcelona por € 14 milhões.
Fé nos reforços
Na atual temporada não foi diferente. Além de Soldado, o lateral Cissokho, o atacante Valdez e os meias Gago e Tino Costa foram embora. O nível da reposição é uma incógnita: chegaram os centroavantes Pabón e Postiga e os volantes Oriol Romeu e Javi Fuego. Para Diego Alves, porém, o elenco é capaz de seguir brigando na parte de cima da tabela.
- A expectativa é boa. Apesar da saída de Soldado, temos um grupo de qualidade. A base foi mantida, chegou um treinador novo e aos poucos ele vai colocando a maneira dele de pensar em prática. Fizemos uma pré-temporada de evolução ao longo dos amistosos e começamos a liga vencendo um adversário difícil – disse o arqueiro, que não acredita que o Valencia tenha perdido força em relação a outras equipes, como Bétis, Sevilla e Real Sociedad.
Postiga é um dos principais reforços para a temporada (Foto: Getty Images)
O discurso de Diego Alves é parecido com o do técnico Djukic. Ex-jogador do clube, o sérvio foi contratado após se destacar no Valladolid e chegou com personalidade. Não pediu reforços, afirmou que trabalharia com o plantel disponível e que não aceitaria desculpas para não lutar pelo título. Segundo Jonas, a chegada de Djukic foi bem-recebida pelo elenco.
- Ele é um cara de personalidade, mas tranquilo. Já jogou aqui, sabe como as coisas funcionam no clube. Não foi preciso muito esforço do grupo para se adaptar ao estilo dele. É enérgico, cobra, mas sabe a hora de “tirar o pé” também. Tem tudo para dar certo aqui no Valencia.
Jonas está no Valencia desde 2011 (Foto: AFP)
Contra o Barcelona, o Valencia tem a oportunidade de mostrar que ainda pode brigar pelas primeiras posições. Os Ches recebem os catalães no Mestalla e, apesar do duelo com Neymar e Messi, há confiança na vitória.
- Não dá para escolher momento para enfrentar grandes equipes. Encarar Barcelona e Real Madrid sempre é complicado. Nesse ano, acho que vai aumentar a dificuldade com a chegada do Neymar. Já joguei com ele e contra ele em compromissos e treinos da Seleção, sei da capacidade dele de improvisar e fazer algo que ninguém espera. Acho que o potencial dele vai aumentar aqui na Europa pelo estilo de jogo e por chegar a um clube de muita técnica e velocidade. Vou me concentrar ao máximo para esse duelo – disse Diego Alves.
O Valencia tem três pontos na parte intermediária da classificação. Nas duas primeiras rodadas, venceu o Málaga por 1 a 0 e perdeu para o Espanyol por 3 a 1. Mesmo com o início irregular, a pedreira contra o Barcelona e os problemas financeiros, o objetivo segue ambicioso: Liga dos Campeões e, consequentemente, um alívio econômico.
- Essa é a meta. Mesmo com a saída de jogadores importantes, a maior parte do grupo ficou e os reforços que chegaram têm qualidade para manter o nível. Podemos brigar pelas primeiras posições sim – finalizou Jonas.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-espanhol/noticia/2013/09/remodelado-valencia-encara-barcelona-de-neymar-e-messi.html
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