Luxa vê punição injusta a Michael: 'Tirar o garoto do futebol é um crime'

Técnico lembra caso do atacante, diz que jovem não quis melhorar sua performance cheirando cocaína e cita conversa com membro da WADA

Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro

Michael aguarda ansiosamente o dia em que poderá jogar futebol novamente.

Suspenso inicialmente por 16 meses pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelo uso de cocaína, o jovem de 19 anos pode ter sua pena reduzida pela metade (o que o dará direito a voltar a defender o Fluminense no início de 2014) se cumprir uma série de requisitos do Tribunal. Dentro desse panorama, o atacante participou de uma palestra para jogadores das categorias de base do Tricolor na última quinta-feira, falando sobre sua experiência com as drogas. O evento trouxe à tona novamente a punição por doping e gerou uma reclamação do técnico Vanderlei Luxemburgo. Após o treino de sexta, o comandante desabafou e criticou o que considerou uma pena injusta.

Michael segue treinando nas Laranjeiras: atacante deve poder voltar a jogar futebol no início de 2014 (Foto: Bruno Haddad / FluminenseFC)

- Sou contra a forma como essa punição pelo uso de drogas como a cocaína é feita no futebol. Se fosse meu filho, eu o mandaria para uma clínica de reabilitação. Ele precisa é de uma ocupação. Tirar o garoto do futebol é um crime. Michael precisa trabalhar. Em nenhum segmento o cara fica sem poder trabalhar porque usou cocaína. No futebol tiram isso dele. Ele não cheira para melhorar seu desempenho. É um vício, uma doença. Ele precisa de tratamento, precisa jogar futebol. Precisa servir de exemplo e não ser execrado - resumiu Luxemburgo.

Natural de São Francisco de Sales (MG), Michael chegou ao Fluminense em 2011 e fez no ano passado a sua estreia entre os profissionais. No total, o atacante tem 12 jogos e cinco gols (quatro na atual temporada) com a camisa tricolor. Atualmente, o jogador vem conciliando os treinos como tratamento em uma clínica de reabilitação.

- Já discuti muito isso com o De Rose (Eduardo, brasileiro membro da Agência Mundial Antidoping  - WADA, em inglês). Perguntei o que ele faria se fosse o filho dele, e ele ficou sem resposta. A cocaína é um mal da sociedade mundial, não do futebol. Qualquer cidadão do mundo continua trabalhando em um caso como esse. A punição dessa maneira é injusta. É preciso punir quem quer tirar vantagem do uso da substância, e não que tem uma doença - reforçou Luxa.


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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2013/09/luxa-ve-punicao-injusta-michael-tirar-o-garoto-do-futebol-e-um-crime.html