terça-feira, 28 de maio de 2013

Justiça Federal cancela contrato de Eike Batista com Marina da Glória

Objetivo comercial da sede da vela no Rio 2016 originou ação popular; projeto estava à espera da aprovação de órgãos para obra ser iniciada

Por Leonardo Filipo Rio de Janeiro


O projeto de revitalização da Marina da Glória sofreu um revés. Por decisão da 11ª Vara da Justiça Federal do Rio, o contrato entre a Prefeitura da cidade e a EBTE (Empresa Brasileira de Terraplanagem e Engenharia), que administrou o local entre 1996 e 2009, foi cancelado. Dessa forma, a REX, empresa de Eike Batista, que comprou a EBTE, não pode colocar em prática o projeto de revitalização pretendido na sede da vela nos Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com a sentença do juiz Vigdor Teitel, motivada por uma ação popular de 1999, a exploração comercial não pode ser o principal objetivo do equipamento:
  
“A exploração comercial da Marina da Glória está diretamente relacionada com sua aptidão natural (eminentemente náutica) e com a observância dos interesses coletivos dos usuários do local, não se concebendo que o desenvolvimento de atividades comerciais em uma marina se identifique com a exploração de empreendimentos e complexos comerciais", diz o trecho da sentença.

LEGADO DO PAN: Marina da glória (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Projeto da Marina prevê 50 lojas e um centro de convenções  (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)

Em nota, a REX diz não ser parte da ação judicial em questão e que está apenas acompanhando o andamento. E que por se tratar de uma decisão em primeira instância, não afeta a concessão atual da Marina.

O projeto da REX prevê a ampliação do número de lojas de 23 para 50 e a construção de um centro de convenções para 700 pessoas. O estacionamento seria ampliado em 40% e chegaria a 600 vagas, provocando a derrubada de várias árvores. Donos de embarcações reclamam da extinção de vagas secas, onde os barcos são reparados fora d´água. Urbanistas alegam que a área do Parque do Flamengo é tombada. Velejadores lametam que no projeto não consta um centro de treinamento para a vela olímpica. O anteprojeto havia sido aprovado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O caminho seguinte para a início das obras seria a aprovação do projeto executivo, também pelo Iphan, e por órgãos ambientais e de tráfego. Desde o início do ano já foram realizadas três audiências públicas sobre a revitalização.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2013/05/justica-federal-cancela-contrato-de-eike-batista-com-marina-da-gloria.html

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