quinta-feira, 7 de março de 2013

Sorte no jogo e no amor: após título, Ágatha se prepara para casamento


Paranaense, que vai oficializar união com o preparador físico Renan Rippel no dia 23 de março, comenta boa fase no Brasileiro e ausência na seleção

Por Helena Rebello Rio de Janeiro

Diz o ditado popular que quem tem sorte no jogo tem azar no amor. A atual fase de Ágatha Bednarczuk, porém, prova que os bons ventos podem alinhar os dois fatores na mesma direção. Campeã do Open de João Pessoa há dez dias, a jogadora de vôlei de praia vai se casar com o preparador físico Renan Rippel no próximo dia 23, em Morretes, no Paraná. Enquanto acerta os últimos detalhes para a cerimônia, a bloqueadora treina pesado para que conquistas como a da Paraíba passem a fazer parte da rotina do casal.

Apesar de atuar no Circuito Brasileiro desde 2004 e ter disputado diversas finais – três só na atual temporada -, Ágatha desencantou apenas em fevereiro deste ano ao lado de Bárbara Seixas, com quem pode conquistar o título 2012/2013 do Circuito. E o bom momento profissional conta com contribuição direta de Renan, que cuida da preparação da noiva desde 2010.

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agatha volei de praia casamento (Foto: Roberto Souza/Divulgação)Ágatha e Renan em book para o casamento na Ilha do Mel, no Paraná (Foto: Roberto Souza/Divulgação)

Na época, após um ano de namoro à distância, o paranaense mudou-se para o Rio de Janeiro para recomeçar a vida ao lado da bloqueadora. Com o fim da parceria com Raquel, Ágatha estava sem dupla, sem local de treino e patrocínio, além de ter precisado procurar um novo apartamento para alugar. Contou com a ajuda do técnico Abel e de Talita e Maria Elisa, utilizando a estrutura da dupla olímpica para treinar, e passou a competir com Luiza Amélia. Renan cuidou da parte física e, quando começou o trabalho com Bárbara Seixas, a carreira de ambos tomou rumos promissores. Vieram os patrocínios, a visibilidade e, finalmente, o lugar mais alto do pódio.

agatha volei de praia casamento (Foto: Roberto Souza/Divulgação)Casamento será após três anos e três meses de relacionamento (Foto: Roberto Souza/Divulgação)

- Ele foi importantíssimo para mim em um momento muito difícil. Me ajudou não só como preparador, mas como amigo, como alguém que torcia pelo meu sucesso e me dava força para não desanimar. Não sei como teria sido aquele ano se ele não estivesse do meu lado. E agora não posso estar mais feliz com esse clima que estamos vivendo. Desde janeiro, o casamento se tornou mais intenso nas nossas vidas, pois é nessa reta final que os detalhes se resolvem. É muito gostosa toda essa preparação, o carinho das pessoas queridas. Quando veio esse título, tudo ficou perfeito.
Renan não estava presente em João Pessoa. Acompanhou os jogos preliminares pela internet e, a partir das semifinais, torceu diante da televisão. Apesar de reconhecer sua contribuição para a conquista, prefere ressaltar os méritos da amada ao colher frutos plantados durante toda a carreira profissional.

- No início eu apresentei o trabalho que poderia ser feito, ela acreditou e as coisas foram acontecendo. Vejo como ela evoluiu, como está cada vez melhor e mais leve, sempre melhorando. E minha alegria com o título foi proporcional, foi um orgulho gigantesco. Eu ri, chorei, berrei no prédio... Eu estava feliz por ver minhas duas atletas campeãs e por ver minha noiva realizar o sonho da vida dela. Esse primeiro título tinha que sair, e veio em ótima hora.

Presença ou não na seleção vai definir rumos da carreira


Apesar do bom desempenho no Circuito Brasileiro (assista ao vídeo da vitória em João Pessoa), Ágatha começou o ano sem muitas perspectivas em termos internacionais. Mesmo tendo conquistado pontos suficientes para entrar diretamente na fase principal de torneios do Circuito Mundial depois do bronze no Open da Tailândia, em outubro, a paranaense se distanciou da competição com a criação do sistema de seleções. Ausente da lista do técnico Marcos Miranda, ela não poderá competir no exterior enquanto seu nome permanecer fora da relação de convocados. Sua parceira, Bárbara, foi chamada e treina no CT de Saquarema com outras nove atletas atualmente.

Ágatha garante que decepção inicial já foi superada. Mas os planos para o futuro serão repensados ao final deste ano. A jogadora de 29 anos ainda acredita em uma reviravolta mas, se permanecer impedida de disputar as principais competições mundiais do vôlei de praia, cogita até uma aposentadoria precoce.

- Quando fiquei fora da seleção, fiquei muito triste. Cheguei a conversar com o técnico, e a impressão que eu tive é que dificilmente seria convocada mais para a frente. Mas eu vi que se fosse ficar embalada pela tristeza, a tendência seria decair. Resolvi usar isso como incentivo para treinar mais. Foquei em mim, na minha alimentação, nos treinos. Vi dentro de mim que tinha uma esperança de que tudo pudesse ser revertido, de que as coisas poderiam mudar, já que as regras estão mudando toda hora e muitos atletas estrangeiros estão revoltados. Pode ser que haja reivindicações, não sabemos. Se chegar até o final do ano e eu não for convocada, vou pensar na minha vida, se vou seguir, se vou parar. O objetivo de um atleta é ser grande, e o meu é jogar o Circuito Mundial, tentar chegar às Olimpíadas. No final do ano vou decidir o que vou fazer.

podio feminino volei de praia (Foto: Daniel Fonseca/CBV)Primeiro título com Bárbara no Open de João Pessoa, no final de fevereiro (Foto: Daniel Fonseca/CBV)

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