Lutadora diz não achar justo lutar contra atletas mais bem ranqueadas e melhores que as rivais de Ronda Rousey e ganhar centavos enquanto a campeã fatura milhões
Miesha Tate disse que não aceitará uma luta se achar que não deve (Foto: Evelyn Rodrigues )
- Não quero me aposentar, mas há formas e formas de se estar de acordo com alguma coisa. Se não concordo com algo, eu não me curvo e nem cedo. Sou uma pessoa muito determinada, com personalidade forte, mas também muito justa. Não acho que estou pedindo muito. Joe Rogan - comentarista do UFC - disse em seu podcast que não entende o porquê de haver tanta discrepância entre a número um e a número dois do peso-galo feminino do UFC. Ele também disse que Ronda ganhou cerca de seis milhões de dólares, de acordo com a revista Forbes, apenas em suas lutas em 2014. Eu não ganhei, nem de longe, algo parecido com isso, e eles querem que eu enfrente lutadoras muito melhores e mais bem ranqueadas do que as que Ronda tem enfrentado. Enquanto ela ganha milhões com essas lutas, eu ganho centavos. Me ofereceram Amanda Nunes em um card que seria transmitido pelo "UFC Fight Pass". Me tiraram de um evento numerado, transmitido em pay-per-view, e me ofereceram uma luta no Fight Pass. Nada contra Amanda, que é uma grande lutadora e faria uma luta sensacional comigo, mas ela é a número quatro ou cinco do ranking, e Holly Holm é a nona ou algo assim. Eu não sou a campeã, então por que devo lutar contra garotas mais duras que as que Ronda está enfrentando e ganhando muito menos?
Miesha Tate, que recusou recentemente a oferta para enfrentar a brasileira Amanda Nunes, diz entender a necessidade de se promover lutas rentáveis, mas garante que não pretende fazer o jogo político que, segundo ela, bagunça o aspecto esportivo do MMA, e do UFC.
Miesha Tate disse não saber se algum dia
voltará a disputar o cinturão do UFC
(Foto: Evelyn Rodrigues)
- Entendo que o trabalho deles é promover e realizar lutas que vendam, mas essa também é a minha vida. Não sou um robô nem uma marionete, e não vou defender algo que eu não ache ser certo. Não vou aceitar lutas que meu coração não deseje que eu faça, ponto. Não importa quem seja, se eu não me sentir bem com uma luta, eu não vou lutar. Eu só estou nesse esporte porque eu o amo. Mas, quando a política entra em cena e bagunça tudo, eu não vou bater palmas para isso.
Tate também comentou como se sentiu ao descobrir através de uma entrevista de Ronda Rousey ao programa "Good Morning, America", que não mais enfrentaria a campeã pelo cinturão peso-galo do UFC, sendo substituída por Holly Holm.
- Acordar daquela forma foi como se eu estivesse em um pesadelo. Eu não sabia se ainda estava dormindo, nem o que estava acontecendo. Fiquei muito deprimida, não sabia o que pensar, e levei algumas semanas para me acostumar com a ideia e retomar o rumo da minha vida, voltando a treinar e a pensar sobre o que eu queria fazer. Foi então que ouvi Dana white anunciar que eu estava "a uma luta da disputa do título". Beleza, tudo bem, não era o ideal, mas uma luta a mais não é tão ruim assim. Depois, ele disse "Ela está a algumas lutas de disputar o cinturão". O que estava acontecendo? Primeiro era uma luta, depois várias lutas. Quantas? Duas? Três? Eu disputaria o cinturão algum dia? - revelou a lutadora.
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