quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Marcelo Oliveira critica time por erros: "Fomos incompetentes"


Técnico diz que Verdão jogou melhor no segundo tempo, mas vacilou nas finalizações e por isso não aproveitou oportunidade de voltar ao G-4 do Brasileirão




Por São Paulo



O técnico Marcelo Oliveira lamentou a oportunidade perdida pelo Palmeiras de voltar ao G-4 do Campeonato Brasileiro na noite desta quarta-feira. Jogando em sua arena, o Verdão foi derrotado por 1 a 0 pela Ponte Preta e se manteve fora do grupo que assegura vaga na Taça Libertadores da América de 2016. Segundo o técnico, por erros da própria equipe. 

– Nós fomos ineficientes, incompetentes. O time estava lutando, com espírito bom. No segundo tempo jogou muito mais, mas pecou muito na jogada final, na hora de fazer o gol. Com um gol poderíamos virar o jogo – afirmou, em entrevista coletiva após a partida.


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A irritação da torcida alviverde foi evidente. Marcelo Oliveira minimizou as vaias e reclamações dos palmeirenses e disse que a goleada por 5 a 1 sofrida para a Chapecoense, na última rodada, não influenciou a postura da equipe nesta quarta-feira – embora a partida não tenha sido conforme o esperado após uma semana dedicada somente aos treinamentos. 

– As derrotas sempre são ruins. Uma derrota como foi contra a Chapecoense, muito mais. Já comentamos, mas entendemos que é uma situação superada. Já treinamos. Treinamos bastante, até. Poucos times no Brasil treinaram no domingo. Nós treinamos, e foi muito intenso, todo mundo comprometido. Havia uma mobilização para esse jogo, entendendo que era uma oportunidade imensa de entrar no G-4, pensando ou não nos resultados de adversários. Não funcionou como queríamos – resumiu o treinador.

O Palmeiras volta a campo no próximo sábado, às 18h30 (horário de Brasília), contra o Avaí, na Ressacada. Na sexta colocação do Brasileirão, com 45 pontos, o time pode ver a distância para o Santos, quarto colocado, com 46, aumentar nesta quinta, caso o Peixe bata o Grêmio em Porto Alegre.

Marcelo Oliveira Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)
Marcelo Oliveira comentou erros do Palmeiras 
contra a Ponte Preta (Foto: Marcos Ribolli)


Veja a entrevista coletiva na íntegra: 

FALTOU RESPOSTA APÓS GOLEADA?
As derrotas sempre são ruins. Uma derrota como foi contra a Chapecoense, muito mais. Já comentamos, mas entendemos que é uma situação superada. Já treinamos. Treinamos bastante, até. Poucos times no Brasil treinaram no domingo. Nós treinamos,  e foi muito intenso, todo mundo comprometido. Havia uma mobilização para esse jogo, entendendo que era uma oportunidade imensa de entrar no G-4, pensando ou não nos resultados de adversários. Não funcionou como queríamos.

RECLAMAÇÃO DA TORCIDA
O torcedor tem toda razão. Se você tiver o tempo todo o torcedor do lado, melhor, mas não vi nada exagerado. O torcedor incentivou bastante no segundo tempo, embora o time estivesse afoito.  Conseguimos jogar um pouco mais, sair um pouco mais. A Ponte Preta ficou atrás só para o contra-ataque, pouco incomodou, mas não conseguimos aquele gol que incendiaria novamente para virar o resultado. Uma oportunidade perdida, e temos de cuidar disso. Não perdemos com uma produção boa. Foi um primeiro tempo muito ruim, o time não conseguia jogar, e no segundo melhorou, mas não foi o suficiente.

NERVOSISMO COM ARBITRAGEM
Eu acho que pode ter colaborado, sim, mas não justifica. Estávamos jogando em casa. Por mais que soubéssemos que a Ponte Preta é um time organizado, que joga junto há algum tempo, tem um bom posicionamento, que viria para fazer contra-ataques. Esse lance (do pênalti), essa nova interpretação dá margem a tudo. Como o zagueiro vai combater dentro da área? Ele vai tirar os braços? Você corre e precisa do braço para se equilibrar, para agir, ter uma ação defensiva. O zagueiro tem de jogar sem braço ou colocar para trás o tempo todo. Às vezes é marcado, às vezes não, isso que preocupa. Mas nós fomos ineficientes, incompetentes. O time estava lutado, com espírito bom. No segundo tempo jogou muito mais, mas pecou muito na jogada final, na hora de fazer o gol. Com um gol poderíamos virar o jogo.

MAIS SOBRE TORCIDA
Talvez o torcedor quisesse que eu permanecesse com o Dudu. É um jogador insinuante rápido, mas pelo nervosismo talvez fosse expulso. Já tinha amarelo, a marcação estava forte em cima dele, por isso optei por deixar o Rafael Marques e colocar o Allione, que tem treinado bem e até fez algumas boas jogadas. A bola não entrou, somos responsáveis por esse momento. Acho que vamos ficar na mesma posição, mas é uma oportunidade única que perdemos de voltar ao G-4. 

O QUE DEU ERRADO?
Às vezes você tira um ou dois jogadores de um time e esse time se desarruma, perde o poder de conjunto. Às vezes você coloca dois jogadores que dão uma nova cara. Nós treinamos bastante, em dois períodos, no domingo... Treinamos, na primeira parte dessa folga, com o Robinho. Nós treinamos o Thiago, com o Robinho por um lado e o Zé por outro. O time treinou muito bem, mas infelizmente o Robinho não pôde jogar. Aí escalamos dois volantes com a intenção de marcar mais, soltar laterais e usufruir da bola aérea. Não conseguimos.

SAÍDA DE ANDREI GIROTTO
Todos no grupo são importantes, todos podem sair em algum momento e todos podem entrar. É pouco comum, principalmente no Brasil, substituir no primeiro tempo. Mas nós não conseguimos jogar, levamos um gol, então por que esperar o intervalo? O Girotto é ótimo, tem futuro, pode crescer aqui no Palmeiras, é jovem, teve uma transformação grande na carreira. Poderia ser ele ou outro, o time todo estava muito mal. A ideia era colocar um time mais ofensivo, mesmo correndo riscos de contra-ataques, mas a gente precisava tomar uma decisão. Isso não vai afetá-lo em nada, e o Alecsandro da mesma forma. O Cristaldo sempre entra muito bem. Lutou também, teve uma ou outra oportunidade. Mas a gente pode até estar satisfeito com o segundo tempo porque o time esteve no campo do adversário, tentando jogar, mas eu e o time todo estamos muito chateados. Era uma oportunidade boa, a Ponte tem seu valor, mas o Palmeiras precisa impor mais desde o início do jogo. Entrou um pouco mole contra uma Ponte Preta que tocou a bola com facilidade.

JOGADAS AÉREAS OFENSIVAS
Pois é, dá a impressão até que não se treina. Ainda bem que vocês são testemunhas que treinamos muito, muitos cruzamentos, a saída de bola também. O Coritiba e o Cruzeiro saíam jogando, tenho isso como filosofia de trabalho. Hoje, o gol tem um poder grande num jogo de futebol. Levar o gol naquele momento fez com que a Ponte viesse toda para trás, no segundo tempo mais ainda, o Borges estava quase como meia. A gente até melhorou, mas teve dificuldade, não por falta de treinamento ou orientação, mas talvez por falta de confiança de um time que está se formando como time e sendo muito mexido.

IRRITAÇÃO DE ALECSANDRO
Eu não fiquei sabendo disso. Acho que não é o caminho. O jogador quando sai, sai muito pilhado, principalmente o que está acostumado a fazer gols e ganhar. Por mais experiência que ele tenha, tem que ter uma relação boa com o torcedor e admitir. Deve ter sido um momento de nervosismo, tomara que não tenha desdobramento, porque é um jogador que pode nos ajudar.

MOMENTO DECISIVO
Por mais que o Palmeiras tenha sido inconstante, irregular, com momentos bons e outros nem tanto, o Palmeiras está brigando na Copa do Brasil. Eram 80 times, agora só quatro. E está próximo também do G4. Se o Santos não vencer, fica praticamente a mesma coisa. Mas não é ideal o que aconteceu aqui hoje. Tínhamos quase que obrigação de fazer algo diferente, melhor do que foi feito.

PRESSÃO NO CARGO
É assim que funciona mesmo. A pressão existe desde que estou aqui, cara. Tivemos uma sequência de oito jogos sem perder e via uma pressão para continuar aquela sequência, chegar na frente. Eu me preparei para ser técnico, ser profissional e trabalhar muito, com lealdade, intensamente. Esse é meu pensamento sempre, independentemente do que passe externamente em relação ao nosso trabalho. Estamos tão chateados quanto o torcedor.

FOCO NA COPA DO BRASIL?
Vamos ver os resultados. A princípio, temos que estar fortes nas duas competições, porque temos possibilidades. Temos que recuperar jogadores que não jogaram por lesão e esperar que voltem rapidamente. Mas só nos dias que antecedem os jogos do Fluminense vamos ter essa certeza se vamos priorizar uma ou outra.

CULPA DE QUEM?
A torcida, às vezes, tem preferência por um ou outro jogador e pensa movida pela paixão. Ou porque um jogador sempre entra bem ou porque acha que outro seja importante. Eu tomo minhas decisões dentro da minha convicção, que é formada no dia a dia. Possivelmente o torcedor não pensou que o Dudu pudesse ser expulso. Talvez a manifestação do torcedor tenha sido muito mais pela substituição do que pelo jogo como um todo, porque até o fim tivemos possibilidade de empatar, mesmo estando um pouco ansiosos.

O QUE FALTA AO TIME
Jogadores velozes a gente tem, e propor, a gente propõe. Temos o Jesus, o Dudu, com boa velocidade. O nosso problema está na saída de bola. Jogávamos com dois jogadores que cumpriam as duas funções. Perdemos um, depois perdemos o outro, e o próprio Robinho, que cadencia, dá uma boa saída de trás. Nesse jogo, poderia utilizá-lo como segundo volante, porque ele faz bem essa função. Estamos pecando nessa transição da defesa ao ataque através do volante, e isso não é uma crítica aos que estão jogando. É o que está acontecendo.

MENSAGEM PARA A TORCIDA
Nós temos que achar soluções para essas dificuldades que citei. Precisamos quebrar um pouco a ansiedade, retomar a confiança para jogar, isso é o que precisa ser atacado. E ser mais decisivo. Temos um grupo de jogadores comprometidos, bons profissionais, que gostam de trabalhar. Não posso me queixar do comprometimento, da luta, mas técnica e taticamente não foi bem. E torcer um pouco para a volta de jogadores importantes que poderiam fazer o time render muito mais.

PONTE MELHOR NO PRIMEIRO TEMPO
Veja a incoerência. Você está jogando com dois volantes marcadores, o Thiago e o Girotto, e mesmo assim a Ponte Preta jogou. E não deveria ter jogado. O pior de tudo é que eles jogaram e nós não conseguimos quando tivemos a bola. No segundo tempo, a Ponte incomodou muito pouco, não lembro de lances de gol. Ficamos no campo deles, mas sem uma definição de jogadas.

FELLYPE GABRIEL
O Fellype estava treinando normal, até poderia ser uma opção para fazer essa saída, como segundo volante. No treinamento de ontem, teve um desconforto, estava meio travado as coisas, e saiu da concentração. Estava relacionado.

ROBINHO

Ele voltou, estava animado, começou o treino muito bem e voltou a sentir um pouquinho exatamente o lugar onde havia machucado. Esperamos, senão para o Brasileiro, que ele possa voltar para a Copa do Brasil. Nesse jogo temos que abrir mão do Thiago, que já jogou pelo América-MG, que é mais uma dificuldade que teremos.


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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2015/10/marcelo-lamenta-chance-perdida-pelo-palmeiras-fomos-incompetentes.html

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