Técnico afirma que desfalques da Seleção pesaram, reconhece falta de experiência do grupo e faz diagnóstico após eliminação nas quartas: "Temos que trabalhar muito"
Dunga não consegue levar o Brasil à semifinal da Copa América no Chile (Foto: EFE)
Fala pausada e tom sereno. Dunga mostrou-se tranquilo após a
eliminação da seleção brasileira na Copa América, neste sábado, em Concepción.
Após a derrota nos pênaltis para o Paraguai e a queda precoce nas quartas de
final da competição, o treinador fez uma avaliação positiva da participação do
Brasil. Na avaliação dele, ficam bons ensinamentos para as eliminatórias.
- Todos nós vamos tirar muitas lições da Copa América, eliminatória
é difícil, complicado, tem que jogar no limite. Muitas vezes tem que jogar no
aspecto físico. Não podemos deixar de jogar no aspecto técnico. Sem a bola,
marcar. Com a bola, colocar a nossa qualidade técnica. Acho que foi ótimo,
poucos jogadores jogaram a Copa América, poucos tiveram nas eliminatórias. Vão
saber o que encontrar lá na rente. Cada um se preparar individualmente e depois
trabalhar coletivamente.
Questionado sobre a ausência de Neymar, que ficou fora após
suspensão de quatro jogos imposta pela Conmebol, procurou minimizar.
- Historicamente a Copa América é complicada. O Brasil ganhou
poucas vezes a Copa América. Argentina e Uruguai estão na frente. Quando ganha,
não se fala do que faltou. Quando perde, se diz que falta. Neymar é importante para
o Barcelona, para a Seleção. Temos jogadores de qualidade, bons jogadores.
Falta um pouco de experiência. Esse torneio é importante para irmos nos
ambientando como se joga a eliminatória.
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O técnico deixa o Chile ciente de que será ainda mais cobrado após o resultado ruim.
- A pressão no Brasil sempre tem. Quando ganha, tem pressão.
Quando perde, muito mais. Se estamos aqui, é porque temos condições. Tenho que trabalhar
muito com minha equipe e confederação para dar resposta aos torcedores que
estão tristes, assim como nós. É inútil lamentar. Temos que trabalhar muito.
A seleção brasileira volta ao Brasil na manhã deste domingo.
O voo fretado sai de Concepción direto para São Paulo.
Confira como foi a entrevista de Dunga:
Jogadores com viroseTentamos neutralizar a principal jogada deles, que é a bola aérea,
alternamos bons momentos durante a partida, tentamos impor a velocidade, a
troca de jogo de uma lateral para outra. Não é desculpa ou atenuante, mas 15
jogadores tiveram virose durante a semana. Era um jogo fundamental para usar a
velocidade. Isso veio a faltar para nós que era a chave para conseguir chegar
ao gol do adversário. Tiveram virose, muita dor de cabeça, dor nas costas, uns
sentiram mais do que os outros, tivemos de diminuir a intensidade dos
treinamentos, alguns tiveram ânsia de vômito.
Saídas e Willian e Robinho no segundo tempo
Willian passou mal no intervalo, Robinho estava muito casado. Para ter os pênaltis, tinha que acabar a partida. Tinha que equilibrar na questão física para tentar ter controle de bola, jogada em velocidade, tentar ganhar o jogo. Só depois pensar nos pênaltis. Não poderia pensar nos pênaltis naquele momento.
Willian passou mal no intervalo, Robinho estava muito casado. Para ter os pênaltis, tinha que acabar a partida. Tinha que equilibrar na questão física para tentar ter controle de bola, jogada em velocidade, tentar ganhar o jogo. Só depois pensar nos pênaltis. Não poderia pensar nos pênaltis naquele momento.
Próximos passos
Acredito que a gente vai continuar no trabalho, na nossa forma de pensar no que tinha programado, perdemos cinco jogadores para o torneio, dificulta o trabalho, principalmente quando se fala de experiência, renovação, mas nunca deixar de lado o quanto é importante a experiência dos jogadores dentro de uma competição como é difícil a Copa América e a Libertadores.
Acredito que a gente vai continuar no trabalho, na nossa forma de pensar no que tinha programado, perdemos cinco jogadores para o torneio, dificulta o trabalho, principalmente quando se fala de experiência, renovação, mas nunca deixar de lado o quanto é importante a experiência dos jogadores dentro de uma competição como é difícil a Copa América e a Libertadores.
Erro estratégico ou crise de geração
É um todo. Eu já expliquei outras vezes. O Brasil teve seleções fantásticas e ficou 40 anos sem ganhar a Copa América. Numa competição como essa, perdemos cinco jogadores, entramos numa competição sem esses jogadores e isso é importante. É uma preparação, gostaríamos de ganhar, foi uma ótima lição, ótimo aprendizado para a eliminatória, que continua sendo o principal objetivo.
É um todo. Eu já expliquei outras vezes. O Brasil teve seleções fantásticas e ficou 40 anos sem ganhar a Copa América. Numa competição como essa, perdemos cinco jogadores, entramos numa competição sem esses jogadores e isso é importante. É uma preparação, gostaríamos de ganhar, foi uma ótima lição, ótimo aprendizado para a eliminatória, que continua sendo o principal objetivo.
Dunga revela que 15 jogadores da Seleção sofreram com virose (Foto: Richard Souza)
Paraguai surpreendeu?
Paraguai jogou da sua forma, sua característica. Nós fizemos o gol, estávamos neutralizando bem até o instante do pênalti. Não sei o que se passou no pênalti, foi um lance muito confuso, o árbitro estava perto, temos que ver na televisão.
Paraguai jogou da sua forma, sua característica. Nós fizemos o gol, estávamos neutralizando bem até o instante do pênalti. Não sei o que se passou no pênalti, foi um lance muito confuso, o árbitro estava perto, temos que ver na televisão.
Decisão por pênaltis
Se fosse fácil, quem tinha que bater era o presidente. Fácil para quem está fora, muitas coisas em jogo, é o futebol. Não se pode ganhar sempre.
Se fosse fácil, quem tinha que bater era o presidente. Fácil para quem está fora, muitas coisas em jogo, é o futebol. Não se pode ganhar sempre.
Momento do futebol brasileiro
Meu diagnóstico é que todos temos que pensar no futebol brasileiro. Quando se fala em repensar o futebol, não é só o campo. A gente não pode deixar de notar que outras seleções melhoraram bastante, até pelo intercâmbio, uma série de circunstâncias. Vamos ter que arregaçar as mangas, trabalhar muito, até para ter o conceito no Brasil de que jogador que joga bem dois jogos é craque Não é porque não joga bem dois jogos que não presta e nem quando vai bem é o melhor do mundo. A gente tem que ser mais objetivo nas análises e saber que vamos ter muito trabalho pela frente. Sabíamos que não seria fácil. A sequência de vitórias não nos deixou contentes, sabia que teríamos de melhorar. É o que o Gilmar disse: agora que vamos ver se somos bons ou não. Com a derrota, vamos ter que ressurgir e ter a força para reagir.
Meu diagnóstico é que todos temos que pensar no futebol brasileiro. Quando se fala em repensar o futebol, não é só o campo. A gente não pode deixar de notar que outras seleções melhoraram bastante, até pelo intercâmbio, uma série de circunstâncias. Vamos ter que arregaçar as mangas, trabalhar muito, até para ter o conceito no Brasil de que jogador que joga bem dois jogos é craque Não é porque não joga bem dois jogos que não presta e nem quando vai bem é o melhor do mundo. A gente tem que ser mais objetivo nas análises e saber que vamos ter muito trabalho pela frente. Sabíamos que não seria fácil. A sequência de vitórias não nos deixou contentes, sabia que teríamos de melhorar. É o que o Gilmar disse: agora que vamos ver se somos bons ou não. Com a derrota, vamos ter que ressurgir e ter a força para reagir.
Pode convocar mais jogadores que atuam no Brasil para eliminatórias?
Esse problema de viagem e eliminatória sempre teve. Tem que
olhar onde estão os jogadores que podem corresponder. Chamamos vários jogadores
do futebol dentro do Brasil, assim como de fora. Temos de ver a velocidade que
se joga o futebol, começar a pensar na forma, no ritmo que se joga, para
conseguir acompanhá-lo.
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