Simulação de corrida em Xangai demonstra que, ao longo das 56 voltas da prova de domingo, Lewis Hamilton e Nico Rosberg deverão ver pilotos da Ferrari bem próximos
Ainda que tenham sido apenas dois treinos livres, nesta sexta-feira no Circuito Internacional de Xangai já foi possível compreender que a Ferrari realmente se aproximou da Mercedes. Não como no GP da Malásia, há duas semanas, quando Sebastian Vettel venceu com o carro italiano, mas a simulação de corrida realizada hoje pelo companheiro de Vettel, o finlandês Kimi Raikkonen, demonstrou que ao longo das 56 voltas da prova, no domingo, Lewis Hamilton e Nico Rosberg deverão ver os pilotos da Ferrari bem próximos.
É uma notícia surpreendente. Esperava-se que Ferrari, Williams-Mercedes e RBR-Renault reduzissem este ano um pouco a diferença de desempenho imposta pela Mercedes no ano passado e na etapa de abertura do campeonato, na Austrália. Agora, o que nem mesmo os integrantes da reestruturada Ferrari imaginavam é que poderiam já na segunda etapa vencer e, diante do exposto hoje, em Xangai, até ameaçar nova conquista de Hamilton ou Rosberg.
Sebastian Vettel já levou a Ferrari à vitória
no embate com a Mercedes neste início de
temporada (Foto: F1 Fanatic)
Na sessão de classificação, amanhã, ao menos em condições normais, será muito difícil para Vettel ou Raikkonen inserirem-se na primeira fila do grid. Hamilton, primeiro colocado hoje, foi 443 milésimos mais rápido que o finlandês, segundo, e mais de um segundo melhor que Vettel, quarto. Mas o que conta de verdade, o que garante pontos à equipe é a corrida. E com os pneus médios o ritmo evidenciado por Raikkonen no long run (série seguida de voltas sem parar nos boxes) impressionou. Foram 19 voltas com um tempo total pouca coisa abaixo do registrado por Rosberg, na mesma hora, com os mesmos pneus. O que levou o alemão a dizer não estar satisfeito com o comportamento do seu carro.
A Pirelli levou para a terceira etapa do calendário pneus médios e macios. Apesar da baixa temperatura, pois o asfalto variou de 23 a 31 graus, metade do registrado em Sepang, na Malásia, o modelo SF15-T da Ferrari adaptou-se muito bem aos 5.451 metros. Sua maior vantagem em Sepang decorreu de explorar melhor que o W06 Hybrid da Mercedes os pneus duros e médios da Pirelli sob calor intenso. E agora, em outro cenário, menos quente, de novo o monoposto de Vettel e Raikkonen se mostrou veloz.
Existe a possibilidade de Paddy Lowe, diretor técnico da Mercedes, e Andy Cowell, chefe do programa da eficiente unidade motriz alemã, estarem blefando, ou seja, liberaram Hamilton e Rosberg para a sessão da tarde, quando todos usaram os pneus macios e médios e simularam ao menos algumas voltas na condição de corrida, com um pouco mais de gasolina dos 50 quilos usuais nesse treino. O que passaria a Ferrari a impressão de estar bem próxima. Trata-se de uma estratégia clássica da F-1 quando dois times se encontram na condição de Ferrari, o caçador, e a Mercedes, a presa. Se isso proceder, a vantagem da Mercedes seria maior da que o treino mostrou.
Lewis Hamilton é o líder da temporada pela Mercedes (Foto: Divulgação)
A leitura inicial das atividades do GP da China, portanto, indicam vantagem importante da Mercedes na sessão de classificação e bem menor na condição de corrida. E se existe uma equipe que pode, eventualmente, desafiá-la, é a Ferrari. A Williams e a RBR, segundo seus próprios pilotos, Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo, avançaram em relação à performance de Sepang, mas não parecem poder acompanhar o ritmo da Ferrari, a partir do trabalho de Raikkonen na simulação de prova. Assim, em condições normais, faz bem mais sentido Vettel e Raikkonen lutarem pelo terceiro lugar, quem sabe até pela segunda colocação com Rosberg, do que Bottas, Felipe Massa, Ricciardo e Daniil Kvyat. Estes devem, provavelmente, lutar do quarto lugar para trás.
Os elementos disponíveis nesta sexta-feira sugerem que Hamilton reúne as melhores condições para estabelecer a pole position e liderar a corrida até a bandeirada, ainda que Vettel e Raikkonen possam acompanhá-lo de bem mais perto do que estava acostumado.
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Se a projeção lógica permitida pelos treinos livres desta sexta-feira se confirmar, não deixa de ser uma ótima notícia para a F-1. A maioria na competição acreditava que para a Mercedes ser ameaçada iria demorar bem mais.
Pela primeira vez Felipe Nasr, da Sauber-Ferrari, pôde participar dos dois treinos livres. Em Melbourne a Sauber manteve seu pilotos nos boxes na primeira sessão por causa da decisão judicial favorável a Guido van der Garde, com contrato para ser piloto titular, mas preterido. Na Malásia, a direção da Sauber decidiu, numa demonstração enorme de falta de sensibilidade, dar o carro de Nasr para o italiano Raffaelle Marciello e conseguir um bom desconto no pagamento da unidade motriz e o câmbio adquiridos da Ferrari. Marciello pertence à academia de formação de pilotos da escuderia italiana.
O modelo C34 da Sauber é mais rápido e equilibrado que o do ano passado, mas a principal vantagem do carro é a nova unidade motriz da Ferrari, quase tão eficiente quanto a da Mercedes. O avanço impressionante da unidade italiana está por trás, também, do que a Ferrari vem realizando este ano. O oitavo tempo de Nasr, hoje, se ratificado amanhã na definição do grid, embora deverá ser bem mais difícil, o deixará numa condição muito boa para marcar pontos novamente, seu objetivo nessa fase inicial da carreira na F-1 e por ser piloto de uma equipe média.
FONTE;
http://glo.bo/1JwraEc
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