sexta-feira, 10 de abril de 2015

Perto do adeus, Fofão afirma que essa será a última final: "Aonde eu assino?"

Com bom humor, levantadora confirma sua aposentadoria aos 45 anos, comemora a vitória sobre o Minas que levou o Rio à sua 11ª final seguida e elogia sua substituta


Por 
Rio de Janeiro

 

"Aonde eu assino?" Foi com esse bom humor que Fofão garantiu que a final do dia 26 de abril realmente será sua última de Superliga. Se apesar dos 45 anos a técnica e a habilidade com a bola nas mãos ainda salta aos olhos e faz seus fãs lembrarem daquela menina que começou a jogar profissionalmente em 1985 pelo extinto Pão de Açúcar, o corpo castigado pelo tempo e uma série de lesões pedem descanso. Descanso mais do que merecido para uma das maiores e mais vitoriosas jogadores de vôlei de todos os tempos. Cansada por mais uma batalha, mas com o sorriso largo de sempre escancarado, a levantadora do Rio de Janeiro comemorou a vitória por 3 a 0 sobre o Minas Tênis, que levou a equipe comandada por Bernardinho à sua 11ª final consecutiva, com o coração apertado.

- Desta vez não tem volta, é a última final mesmo. Aonde eu assino? (risos). Estou muito feliz de chegar aonde a gente queria, mas passa um filme na cabeça e começa a dar um friozinho na barriga por saber que será a última e está chegando a hora de parar. Espero que essa emoção não interfira no dia da final. Será um dia inesquecível e uma partida especial e quero fazer de tudo para ajudar minhas companheiras a conquistar esse título - afirmou a capitã do time comandado por Bernardinho.

Eleita a melhor em quadra na vitória que levou o Rio de Janeiro à sua 11ª decisão de Superliga seguida, Fofão demonstrou toda sua emoção ao se ajoelhar em quadra assim que a atacante Carla parou no bloqueio da central Carol e o Rio de Janeiro fez 3 a 0 no placar. Com a sensação do dever cumprido, a campeã olímpica em Pequim aposta na jovem Roberta, sua provável substituta no Rio de Janeiro, e espera ter deixado um legado para as gerações futuras.

Mari Paraíba fez nove pontos na derrota para o Rio de Janeiro (Foto: Orlando Bento)
Fofão tenta parar o ataque de Mari Paraíba (Foto: Orlando Bento)


- Quando somos mais velhas as pessoas nos olham como uma jogadora diferente, uma referência para as demais e isso aumenta muito nossa responsabilidade. Sabia que não podia fraquejar e quando isso aconteceu o time sentiu. Tentei servir de exemplo para as mais jovens e procurei ajudar ao máximo a Roberta nessas três temporadas pelo Rio de Janeiro. Acho que ela amadureceu bastante nesse período. Só deixei pedreira para ela nas vezes que não pude jogar e acho que isso fortaleceu muito o jogo dela. Quando ela assumir a equipe tudo isso vai fazer a diferença. Ela está pronta para me substituir - garantiu a camisa 7 do time carioca.

Sem preferência pelo adversário da final - Osasco e Sesi-SP disputam a outra semifinal -, Fofão ainda mostrou diplomacia ao elogiar o jovem time mineiro e a talentosa levantadora paraense Naiane, de apenas 20 anos.

- O Minas foi um time guerreiro e fez uma semifinal muito boa. É uma equipe jovem e que conta com algumas jogadoras talentosas, como a Naiane, que mostrou ser uma levantadora de muita técnica e personalidade. Elas nos deram muito trabalho e estão de parabéns - afirmou.

Não será só o torcedor carioca que sentirá a falta de Fofão. Sua companheira de longa data nas principais conquistas da seleção brasileira e nas últimas três temporadas com o Rio de Janeiro, a líbero Fabi não segurou às lágrimas no fim da partida e fez uma promessa à amiga.
- Nós já colocamos a Fofão na disputa do Mundial Interclubes, que era o que ela mais queria, agora vamos dar a vida nessa final como demos nesses jogos contra o Minas para que ela se despeça das quadras com o título da Superliga - disse a jogadora mais antiga do elenco carioca.


FONTE:
http://glo.bo/1DrqPld

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