quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Musa que disse "não" às passarelas quer tentar de novo após primeira taça

Tímida na infância, Rosamaria recusou convites para virar modelo. Aos 20 anos e mais extrovertida, ponteira do Pinheiros mostra confiança com título da Copa do Brasil


Por
Rio de Janeiro


Rosamaria (Foto: Arquivo Pessoal)Ainda criança, Rosamaria se arriscou em trabalhos fotográficos como modelo (Foto: Arquivo Pessoal)


Loira, pele clara, olhos verdes, 1,85m, 20 anos. Por onde passa, Rosamaria costuma chamar a atenção por sua beleza. Desde pequena, quando andava pelas ruas de Nova Trento, cidade natal em Santa Catarina, a atual ponteira do Pinheiros já fazia sucesso e despertava o interesse das grandes agências e suas câmeras fotográficas. Convites para se tornar modelo, logo aos 10 anos, vinham aos borbotões. Em casa, o apoio partia da mãe, Adelir, entusiasta por ter em sua filha uma "nova Gisele Bündchen". Mas a caçula queria caminhar com as próprias pernas. Não em passarelas, mas sim nas quadras.

- Desde pequena, quando eu tinha 10, 11, 12 anos, era muito alta e magrinha. Minha mãe falava: "Vamos fazer alguma coisa de modelo". As agências me procuraram na época. Resolvi fazer um teste em Blumenau-SC. Fiz num fim de semana, acho que no dia 15 de novembro. Foi na época das chuvas, enchentes em SC. Não consegui voltar para minha cidade, já que teve deslizamento de terra, estradas interditadas. Fiquei três dias ilhada em Brusque, na casa do meu tio. Recebi a resposta positiva da agência para fazer um book, mas não voltei. Não queria - declarou Rosamaria, que acabou fazendo um mais adiante, com outro fotógrafo.

A timidez sempre foi o principal adversário de Doda, apelido de infância pela dificuldade em falar seu próprio nome. A recusa em ser uma popstar das passarelas passava pela certeza do que queria fazer. Já apaixonada pelo vôlei, Rosa defendia as cores do Nova Trento, clube por onde atuou antes de se transferir para Brusque e, posteriormente, São Caetano, Campinas e agora Pinheiros.

- Naquela época, eu já pensava em vôlei, queria jogar. Minha mãe queria que eu conciliasse os dois, mas eu dizia que não queria, pois tinha muita vergonha. Era muito tímida. Um pouco mais velha, fiz um novo trabalho para uma loja de roupas de uma conhecida da nossa família, mas nunca nada profissional - destacou.

Pinheiros comemora título da Copa do Brasil no vôlei feminino (Foto: Reprodução Facebook)
De língua de fora, Rosamaria comemora título 
do Pinheiros na Copa do Brasil de vôlei 
(Foto: Reprodução Facebook)


Os anos se passaram, e o pensamento mudou. O que era uma vergonha agora virou quase uma curiosidade. Mais vivida, experiente e solteira, a camisa 9 do Pinheiros não vê empecilhos em retomar a curta carreira interrompida. Uma nova oportunidade deve vir em breve.

- Hoje, já mais velha, voltaria a tirar fotos. Sou mais tranquila, adoro falar e acho que levo jeito. Tentaria, sim. A minha prioridade é o vôlei e jamais trocaria de carreira, mas me vejo fazendo as duas coisas. Aqui no Pinheiros, um de nossos patrocinadores é uma empresa que gerencia carreira de modelos. Nós devemos fazer um ensaio assim que tivermos um pouco de folga - admitiu a vaidosa menina-musa, que costuma ver seu nome em site sobre as gatas do vôlei.

Rosamaria, jogadora do Pinheiros, vôlei (Foto: CBV)Rosamaria, camisa 9, em ação pelo Pinheiros
(Foto: CBV)


- No mundo do vôlei tem essas eleições de musa, e eu gosto de ver meu nome no meio, quem não gosta? - admitiu.

No último sábado, ela e suas companheiras deram ao Pinheiros o primeiro título da história do clube no vôlei feminino. A vitória sobre o Sesi-SP no tie-break, numa final histórica da Copa do Brasil, também significou o primeiro troféu da carreira profissional da catarinense, que atuou no sacrifício, com um incômodo no ombro direito.

- Estamos muito felizes por esse título, que também é o primeiro do clube. Mas o nosso objetivo principal é chegar na Superliga. Sabemos das dificuldades, mas temos condições. Não joguei contra o Rio (na sexta), mas, no sábado, pude entrar durante o jogo e ajudar. Graças a Deus, tudo está dando certo. Troquei o Campinas pelo Pinheiros, são situações bem diferentes. Lá (Campinas), era treinada por um campeão olímpico, cheio de estrelas no grupo. Cheguei lá deslumbrada, só cresci. Estava lá para aprender com elas, sugar tudo o que podia. Aqui (Pinheiros), vim com a cabeça de que não queria sentar no banco, vim para jogar, e o Pinheiros está me dando essa oportunidade, é um clube que costuma revelar atletas, muitas saíram daqui - apontou a segunda maior pontuadora da competição mais importante do país.

Rosamaria, Vôlei, Pinheiros (Foto: Arquivo Pessoal)Antes tímida e morena, Doda admite vontade de voltar a fotografar (Foto: Arquivo Pessoal)

Jovem, mas sonhadora, Rosamaria vai provando aos mais céticos que beleza e capacidade podem caminhar lado a lado. Se a vontade de entrar num estúdio existe, a maior delas é virar protagonista no vôlei nacional.

- Esse ano tem o Mundial da categoria (sub-23), e o técnico da seleção é o Wagão, que também é meu técnico no Pinheiros. Ele gosta de lapidar atletas novas, e eu buscava isso. Confiou no meu trabalho, e está dando certo. Espero ajudar a seleção, além de continuar bem na Superliga. Quero ajudar a equipe a chegar entre as quatro, e temos condições para isso, pois estamos fazendo um grande trabalho. No futuro, espero fazer parte da seleção adulta - concluiu Rosamaria.


saiba mais
Rosamaria, Vôlei, Pinheiros (Foto: Arquivo Pessoal)
Já mais velha, Rosamaria posa para uma marca 
de roupas de uma conhecida 
(Foto: Arquivo Pessoal)


Rosamaria e Gabi (Foto: Divulgação)
Versão casual: Rosamaria tira selfie ao 
lado da amiga Gabi, do Rio de Janeiro 
(Foto: Divulgação)


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