Após sete meses sem jogar, espanhol conquista seis dos oitos torneios disputados em 2013 e pode confirmar mais uma vez o favoritismo em Paris
Quando levantou o troféu do Masters 1000 de Roma, no último domingo, após triunfar sobre Roger Federer, Rafael Nadal estava repetindo o ato pela 41ª vez em uma quadra de saibro desde que se tornou tenista profissional. Afastado por sete meses após uma grave lesão no joelho esquerdo, o atleta retornou às competições em fevereiro e surpreendeu com a rápida recuperação e o excelente desempenho. Campeão de seis dos oitos torneios disputados em 2013 (foi vice nos outros dois), o espanhol está cada vez mais próximo de se tornar o maior vencedor da história na terra batida, marca que pertence hoje ao argentino Guillermo Vilas, com 46 títulos. Rafa também é o maior vencedor de Roland Garros e está em busca do seu oitavo troféu em Paris.
A última conquista representou também mais uma vitória sobre a lesão no joelho esquerdo, que o deixou sem competir desde julho do ano passado. O espanhol sofre há alguns anos com uma tendinite crônica e em 2010 descobriu ter uma doença chamada síndrome de Hoffa, uma inflamação na gordura dos joelhos, atrás do tendão patelar. O problema o deixou fora dos Jogos Olímpicos de Londres e tem difícil tratamento.
Mas até agora, nada tem sido obstáculo para Nadal em 2013. O tenista disputou 38 partidas neste ano e perdeu apenas duas: uma para o argentino Horacio Zeballos no ATP 250 de Viña del Mar, no Chile, e outra para o sérvio Novak Djokovic no Masters 1000 de Monte Carlo, ambas finais. O espanhol é o tenista de melhor desempenho na temporada com um aproveitamento de aproximadamente 95%, seguido de Novak Djokovic (87,5%), Andy Murray (81%) e Roger Federer (75%). Com o feito, Rafa subiu uma posição no ranking da ATP após Roma, retornando ao quarto lugar e desbancando o compatriota David Ferrer.
- Pelos resultados apresentados, a recuperação dele foi muito boa, embora só tenha sido muito exigido na final de Monte Carlo, contra o Djokovic - afirma Eusébio Resende, narrador de tênis do SporTV.
E por falar no sérvio número 1 do mundo, Alexandre Cossenza, autor do blog Saque e Voleio, do GLOBOESPORTE.COM, acredita que somente Djoko pode impedir o oitavo título de Nadal no saibro francês:
- Pelo que foi demonstrado nos Masters do saibro, parece-me que Novak Djokovic é o único capaz de derrotar Nadal em melhor de cinco sets na terra batida. E será interessantíssimo ver os dois batalhando em Paris - escreveu Cossenza.
Aos 26 anos, Nadal é o único a conquistar a gira europeia do saibro (Masters de Monte Carlo, Roma e Madri, além de Roland Garros) em uma única temporada, em 2010, e o tenista com o maior número de conquistas consecutivas na terra batida, com 81 vitórias, entre abril de 2005 e maio de 2007, sequência quebrada por Federer no Masters Series de Hamburgo. Vilas vem em seguida, com uma série de 53 triunfos, e Bjorn Borg, com 46.
Conhecido como o Rei do Saibro, Nadal está muito próximo de alcançar outra marca expressiva na carreira: a de maior vencedor da história na terra batida. Hoje o título pertence a Vilas, com 46 vitórias. O espanhol precisa de mais seis conquistas no terreno para ultrapassá-lo.
Nadal posa com troféu conquistado em Roma (Foto: Divulgação/Internazionali BNL d'Italia)
Assumidamente fã de Rafa, o sueco afirmou em uma entrevista ao site oficial da competição que o considera um artista na terra batida e que está confiante em uma nova conquista em solo francês neste ano.
- Ele é incrível. É o melhor jogador que já existiu no saibro. Enquanto ele estava lesionado era o que dava aos outros um raio de esperança. No saibro, porém, ele ainda é o homem a ser batido e vai ser sempre enquanto estiver jogando. Vimos isso em Monte Carlo e não vai mudar em Roland Garros. Ele só perdeu uma vez em Paris e não há ninguém melhor do que ele nesta superfície. Rafa é simplesmente um artista quando se trata de barro.
Para Eusébio Resende, a regularidade nas trocas de bola do fundo da quadra, a perseverança e a resistência são as características principais que fazem de Nadal um fenômeno no saibro.
- Nadal não só pode ser considerado o Rei do saibro, como já é há muito tempo.
CORREÇÃO: Ao contrário do que o Globoesporte.com publicou inicialmente nesta nota, Rafael Nadal não foi o segundo tenista da Era Aberta a liderar o ranking da ATP antes dos 20 anos. Na verdade, ele liderou em 2008, quando tinha 22 anos. A informação foi publicada equivocadamente às 8h e corrigida às 10h30m.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2013/05/com-95-de-aproveitamento-no-ano-nadal-supera-campanhas-dos-top-3.html
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