A CRÔNICA
por
Alexandre Lozetti e Rodrigo Faber
“Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!”
No dia do seu aniversário de 45 anos, tudo que Gilson Kleina queria ouvir eram versos de carinho. Desejos de saúde, paz, prosperidade. Um bolinho, brigadeiros e amigos. E menos sofrimento... O mistão do Palmeiras esperou 90 minutos para dar o presente ao chefe: vitória no sufoco por 2 a 1 sobre o Linense. Um gol de Marcelo Oliveira após cobrança de falta de Souza aliviou a noite do aniversariante. E um abraço coletivo mostrou o apoio de seus jogadores. Um parabéns sem ressaca.
Kleina não tem vivido dias tranquilos. Viu o emprego em risco após sofrer 6 a 2 do Mirassol, mas recebeu como presente antecipado da diretoria a garantia de ficar. Até quando? Não se sabe. Mais de cinco mil pessoas compareceram à sua festa. Pouco, mas convidados dispostos a incentivar. Durante o jogo não se ouviu cobranças ou ameaças, um contraste com as cruzes que foram colocadas em frente ao Pacaembu em um protesto de torcedores. Apenas vaias quando o time não foi bem.
O Linense, frágil e coadjuvante durante grande parte do jogo, teve até chance de vencer depois que empatou. Um gol inesperado, fruto de uma raríssima boa jogada articulada. Um gol que talvez não acontecesse contra um time em melhor astral. Quase uma crueldade com o técnico palmeirense. Mas justiça a Gilsinho, jogador que mais se movimentou na equipe do interior e havia falhado anteriormente.
Sem sete titulares no Verdão, a dificuldade para bater o rival não pode ser considerada surpreendente. A decisão de poupar jogadores deixou claro que a meta era a Libertadores. Na terça-feira, no mesmo Pacaembu, o time recebe o Tigre para tentar dar o troco após ter sido derrotado na Argentina. Só uma vitória leva o time à vice-liderança do grupo.
Gilson Kleina vai escalar uma equipe bem diferente. Sem Vilson, suspenso, André Luiz, Léo Gago e Leandro, que não estão inscritos, ele terá os retornos de Weldinho, Maurício Ramos, Juninho, Marcio Araújo, Charles, Wesley, e ainda espera poder contar com Henrique, quase recuperado de lesão.
Já o Linense só volta a campo no próximo sábado, em casa, contra o Oeste. A equipe segue na luta por uma vaga entre os oito melhores do Campeonato Paulista. O Verdão, agora sete pontos à frente, é justamente um dos adversários pela classificação.
E pro Gilson, nada?
O aniversariante demorou cinco minutos para se levantar do banco. Nada ocorreu nesse período, a não ser uma novidade de posicionamento. A variação a que Kleina se referia na véspera era escalar Wendel como lateral-direito e Ayrton mais pelo meio, em função semelhante à que Wesley costuma exercer. Assim o Palmeiras foi a campo, e os dois, pela direita, mostraram bom entrosamento.
João Denoni era o volante mais recuado, mas o Linense demorou muito a exigir trabalho do sistema defensivo alviverde. Com um esquema de jogadores estáticos e muito precavido, o time do interior pouco conseguiu trocar passes nos primeiros 30 minutos. Lenilson, com título brasileiro pelo São Paulo e o número 10 nas costas, parecia carregar um bonde. Gilsinho se movimentava e até deu bom chute de pé esquerdo, mas o time esbarrou também na ineficiência do centroavante Fábio Lopes.
E pro Gilson, nada? Nada mesmo! Ninguém parecia disposto a dar um presentinho para o chefe. Leandro, sozinho, se desequilibrou e chutou na trave. Marcelo Oliveira, ao receber de Wendel, bateu para fora. E Caio, após passe de Ronny e boa jogada, finalizou de pé esquerdo, mas o goleiro Leandro conseguiu a defesa.
Os convidados, que no início até pareciam estar no clima da festa, foram se cansando. O Verdão dominou o jogo e criou, insistiu, batalhou. Mas os gols perdidos desanimaram, os passes errados também, e o primeiro tempo terminou com vaias no Pacaembu.
Para animar a festa
Faltava um convidado no aniversário. No intervalo, Gilson Kleina sentiu falta de Patrick Vieira e o chamou para animar a festa. Ayrton, que até fez boa partida no primeiro tempo, nem voltou do intervalo. Patrick é daqueles jovens cheios de vigor, que chegam e mudam o clima do evento. Logo em seu primeiro lance, bateu de esquerda, e Leandro espalmou.
É pique, é pique, é pique... Que pique de Patrick Vieira! No contra-ataque, após vacilo de Gilsinho, ele arrancou, não perdeu o controle da bola, e ainda achou Leandro livre. O atacante, com categoria, finalizou e, enfim, deu o presente que o chefe esperava. O primeiro abraço de parabéns veio do massagista Serginho. Em seguida, Wendel correu em direção a Kleina.
O problema é que numa festa com tantas pessoas, é preciso ficar de olho até o fim. Pouca gente observou que o Linense havia trocado Fábio Lopes, após péssimo primeiro tempo, por Dudu. Foi justamente ele, um bicão nos festejos alviverdes, que ganhou de Wendel no corpo e deixou um corredor para Tarracha colocar a bola no pé de Gilsinho. Empate, redenção do meia do Linense, e frustração do jovem senhor Kleina.
A festa ficou animada mesmo. Alguns foram embora, como Caio e João Denoni... Outros chegaram: Vinicius e Souza. E o salão ficou aberto. Ataque pra cá, ataque pra lá. O jogo se tornou imprevisível. E os convidados na arquibancada resolveram reclamar. Vaias e mais vaias. E o goleiro Bruno ainda evitou o pior ao defender chute de Dudu, cara a cara.
Quando Kleina já nem tinha muita esperança de comemorar o aniversário em grande estilo, Souza botou a bola na cabeça de Marcelo Oliveira. No finzinho da festa. Já sem comida, sem bebida, mas com alegria de sobra. Todos os jogadores foram abraçar o chefe.
É hora, é hora, é hora... De comemorar! Rá-tim-bum...
No dia do seu aniversário de 45 anos, tudo que Gilson Kleina queria ouvir eram versos de carinho. Desejos de saúde, paz, prosperidade. Um bolinho, brigadeiros e amigos. E menos sofrimento... O mistão do Palmeiras esperou 90 minutos para dar o presente ao chefe: vitória no sufoco por 2 a 1 sobre o Linense. Um gol de Marcelo Oliveira após cobrança de falta de Souza aliviou a noite do aniversariante. E um abraço coletivo mostrou o apoio de seus jogadores. Um parabéns sem ressaca.
Kleina não tem vivido dias tranquilos. Viu o emprego em risco após sofrer 6 a 2 do Mirassol, mas recebeu como presente antecipado da diretoria a garantia de ficar. Até quando? Não se sabe. Mais de cinco mil pessoas compareceram à sua festa. Pouco, mas convidados dispostos a incentivar. Durante o jogo não se ouviu cobranças ou ameaças, um contraste com as cruzes que foram colocadas em frente ao Pacaembu em um protesto de torcedores. Apenas vaias quando o time não foi bem.
O Linense, frágil e coadjuvante durante grande parte do jogo, teve até chance de vencer depois que empatou. Um gol inesperado, fruto de uma raríssima boa jogada articulada. Um gol que talvez não acontecesse contra um time em melhor astral. Quase uma crueldade com o técnico palmeirense. Mas justiça a Gilsinho, jogador que mais se movimentou na equipe do interior e havia falhado anteriormente.
Sem sete titulares no Verdão, a dificuldade para bater o rival não pode ser considerada surpreendente. A decisão de poupar jogadores deixou claro que a meta era a Libertadores. Na terça-feira, no mesmo Pacaembu, o time recebe o Tigre para tentar dar o troco após ter sido derrotado na Argentina. Só uma vitória leva o time à vice-liderança do grupo.
Gilson Kleina vai escalar uma equipe bem diferente. Sem Vilson, suspenso, André Luiz, Léo Gago e Leandro, que não estão inscritos, ele terá os retornos de Weldinho, Maurício Ramos, Juninho, Marcio Araújo, Charles, Wesley, e ainda espera poder contar com Henrique, quase recuperado de lesão.
Já o Linense só volta a campo no próximo sábado, em casa, contra o Oeste. A equipe segue na luta por uma vaga entre os oito melhores do Campeonato Paulista. O Verdão, agora sete pontos à frente, é justamente um dos adversários pela classificação.
Jogadores comemoram o gol salvador de Marcelo Oliveira no fim da partida (Foto: Marcos Ribolli)
E pro Gilson, nada?
O aniversariante demorou cinco minutos para se levantar do banco. Nada ocorreu nesse período, a não ser uma novidade de posicionamento. A variação a que Kleina se referia na véspera era escalar Wendel como lateral-direito e Ayrton mais pelo meio, em função semelhante à que Wesley costuma exercer. Assim o Palmeiras foi a campo, e os dois, pela direita, mostraram bom entrosamento.
João Denoni era o volante mais recuado, mas o Linense demorou muito a exigir trabalho do sistema defensivo alviverde. Com um esquema de jogadores estáticos e muito precavido, o time do interior pouco conseguiu trocar passes nos primeiros 30 minutos. Lenilson, com título brasileiro pelo São Paulo e o número 10 nas costas, parecia carregar um bonde. Gilsinho se movimentava e até deu bom chute de pé esquerdo, mas o time esbarrou também na ineficiência do centroavante Fábio Lopes.
E pro Gilson, nada? Nada mesmo! Ninguém parecia disposto a dar um presentinho para o chefe. Leandro, sozinho, se desequilibrou e chutou na trave. Marcelo Oliveira, ao receber de Wendel, bateu para fora. E Caio, após passe de Ronny e boa jogada, finalizou de pé esquerdo, mas o goleiro Leandro conseguiu a defesa.
Os convidados, que no início até pareciam estar no clima da festa, foram se cansando. O Verdão dominou o jogo e criou, insistiu, batalhou. Mas os gols perdidos desanimaram, os passes errados também, e o primeiro tempo terminou com vaias no Pacaembu.
Para animar a festa
Faltava um convidado no aniversário. No intervalo, Gilson Kleina sentiu falta de Patrick Vieira e o chamou para animar a festa. Ayrton, que até fez boa partida no primeiro tempo, nem voltou do intervalo. Patrick é daqueles jovens cheios de vigor, que chegam e mudam o clima do evento. Logo em seu primeiro lance, bateu de esquerda, e Leandro espalmou.
É pique, é pique, é pique... Que pique de Patrick Vieira! No contra-ataque, após vacilo de Gilsinho, ele arrancou, não perdeu o controle da bola, e ainda achou Leandro livre. O atacante, com categoria, finalizou e, enfim, deu o presente que o chefe esperava. O primeiro abraço de parabéns veio do massagista Serginho. Em seguida, Wendel correu em direção a Kleina.
O problema é que numa festa com tantas pessoas, é preciso ficar de olho até o fim. Pouca gente observou que o Linense havia trocado Fábio Lopes, após péssimo primeiro tempo, por Dudu. Foi justamente ele, um bicão nos festejos alviverdes, que ganhou de Wendel no corpo e deixou um corredor para Tarracha colocar a bola no pé de Gilsinho. Empate, redenção do meia do Linense, e frustração do jovem senhor Kleina.
A festa ficou animada mesmo. Alguns foram embora, como Caio e João Denoni... Outros chegaram: Vinicius e Souza. E o salão ficou aberto. Ataque pra cá, ataque pra lá. O jogo se tornou imprevisível. E os convidados na arquibancada resolveram reclamar. Vaias e mais vaias. E o goleiro Bruno ainda evitou o pior ao defender chute de Dudu, cara a cara.
Quando Kleina já nem tinha muita esperança de comemorar o aniversário em grande estilo, Souza botou a bola na cabeça de Marcelo Oliveira. No finzinho da festa. Já sem comida, sem bebida, mas com alegria de sobra. Todos os jogadores foram abraçar o chefe.
É hora, é hora, é hora... De comemorar! Rá-tim-bum...
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