Filho de jamaicana, Michael Willians nasceu no Canadá, dá aula de futebol americano na Alemanha desde 2006 e é apaixonado pela Seleção Brasileira
Michael Williams sentia orgulho, mas não levava o filme "Jamaica Abaixo
de Zero" muito a sério... Até o dia em que, na Alemanha, recebeu um
telefonema de um amigo pedindo para que ele ligasse a TV. Era fevereiro
de 2010. Em uma prova de esqui cross country, um esquiador representava a
Jamaica nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver, no Canadá, país onde
nasceu. Filho de jamaicana, Michael mal podia acreditar. Ali, nascia
nele o sonho de tentar o mesmo. Três invernos depois, aos 43 anos, o
esquiador completou quatro provas no Mundial de Schadming, na Áustria, e se tornou a maior sensação do esqui alpino.
O esquiador que aparecia na tela da TV naquele dia de 2010 era Errol
Kerr. Nascido nos Estados Unidos, ele detém o melhor resultado de um
país caribenho em Jogos de Inverno: nono colocado do cross country.
Assim com Errol, Michael veio ao mundo um tanto longe da Jamaica. Em
busca de uma vida melhor, sua avó se mudou para o Canadá em 1967 e, lá,
teve uma filha e um neto. E elas levavam o menino, sempre que possível, a
passar férias com a família jamaicana. Ele cresceu na cidade de
Ontario, fez carreira no futebol americano e, em 2006, se mudou para
Frankfurt, onde mora até hoje.
O "sonho maluco" de Michael ganhou destaque e apoio na Europa. Hoje, tem sete patrocinadores - conta com um time que garante suporte financeiro, logístico, equipamento, etc. Do que ainda precisa? Alcançar 140 pontos no ranking da Federação Internacional de Esqui (FIS) para se classificar aos Jogos Olímpicos de 2014. Até o momento, disputou nove provas oficiais. No Mundial, terminou em 63º no slalom e em 96º no slalom gigante.
- Eu devo muito ao time de bobsled de 1988, em Calgary, pelo que fez nas Olimpíadas. Eles foram corajosos e mostraram ao mundo que jamaicanos podem se adaptar e ser bons em qualquer coisa. Eles nos fizeram orgulhosos. Tenho sorte de ser amigo de Devon Harris, um dos membros originais do time. Ele me ajuda muito - disse, em entrevista por e-mail, referindo-se à saga que deu origem ao filme "Jamaica Abaixo de Zero", lançado em 1993.
A equipe de bobsled foi uma das inspirações. A outra, Kwame
Nkrumah-Acheampong, mais conhecido como "Leopardo da Neve". Nascido em
Gana, ele foi morar na Inglaterra, para estudar, e lá viu neve pela
primeira vez. Apenas cinco anos depois de começar a esquiar, se
classificou a Vancouver 2010 - foi 47º no slalom.
- Pensei: se ele conseguiu, eu consigo também. Sonhos não morrem quando se chega a uma certa idade, sonhos não têm idade. Moro em Franckfurt e minha história se tornou especial por eu representar uma ilha exótica como a Jamaica e em um esporte de inverno.
Sonho de conhecer Bolt e Roberto Carlos pessoalmente
A perseverança de Michael tem, no dia a dia, o empurrãozinho inconsciente de Usain Bolt, recordista mundial dos 100m e 200m rasos. O esquiador acredita que o velocista ampliou as oportunidades para todos os atletas jamaicanos. E sonha um dia conhecê-lo pessoalmente.
- Usain Bolt levou a Jamaica ao topo do esporte mundial. E conquistou fãs em todos os setores da sociedade, não só fãs do esporte. Ele é carismático, charmoso e muito bom no que faz. As pessoas se lembram do Bolt e querem fazer o que for possível para ajudar outros jamaicanos, em outros esportes. A Jamaica se tornou o segundo time de todo mundo...
Para Sochi, a Jamaica deve ter apenas Michael como provável representante. Errol se casou e parou de competir em 2011.
- Nós não temos muito contato, mas a mãe dele me ajudou muito. Quando ouvi falar dele pela primeira vez, liguei para ela. E ela, então, sugeriu que eu entrasse em contato com a Federação Jamaicana e fosse atrás do meu sonho.
Para manter o sonho vivo, aos 43 anos, Michael treina musculação três
vezes por semana, joga tênis e treina um time de futebol americano
quando pode. Nas horas vagas, assiste a jogos de futebol (tradicional). E
é fã da Seleção Brasileira.
- Tenho quatro camisas da seleção brasileira. Desde criança, sempre amei. Meu primo Howard Bell costumava jogar contra a seleção brasileira na década de 70 e, na casa dele, na Jamaica, há fotos dele com o Pelé. Adoraria conhecer Roberto Carlos ou Dunga, ainda mais o Roberto Carlos, com sua bomba na perna esquerda. Fui a dois jogos do Brasil, um deles na final da Copa, contra a França, quando "nós" perdemos. Foi muito triste.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas-de-inverno/noticia/2013/02/abaixo-de-zero-esquiador-de-43-anos-sonha-levar-jamaica-sochi-2014.html
Michael Williams no Mundial de esqui, na Áustria (Foto: AFP)
O "sonho maluco" de Michael ganhou destaque e apoio na Europa. Hoje, tem sete patrocinadores - conta com um time que garante suporte financeiro, logístico, equipamento, etc. Do que ainda precisa? Alcançar 140 pontos no ranking da Federação Internacional de Esqui (FIS) para se classificar aos Jogos Olímpicos de 2014. Até o momento, disputou nove provas oficiais. No Mundial, terminou em 63º no slalom e em 96º no slalom gigante.
- Eu devo muito ao time de bobsled de 1988, em Calgary, pelo que fez nas Olimpíadas. Eles foram corajosos e mostraram ao mundo que jamaicanos podem se adaptar e ser bons em qualquer coisa. Eles nos fizeram orgulhosos. Tenho sorte de ser amigo de Devon Harris, um dos membros originais do time. Ele me ajuda muito - disse, em entrevista por e-mail, referindo-se à saga que deu origem ao filme "Jamaica Abaixo de Zero", lançado em 1993.
Michael Williams já disputou nove provas oficiais (Foto: EFE)
- Pensei: se ele conseguiu, eu consigo também. Sonhos não morrem quando se chega a uma certa idade, sonhos não têm idade. Moro em Franckfurt e minha história se tornou especial por eu representar uma ilha exótica como a Jamaica e em um esporte de inverno.
Sonho de conhecer Bolt e Roberto Carlos pessoalmente
A perseverança de Michael tem, no dia a dia, o empurrãozinho inconsciente de Usain Bolt, recordista mundial dos 100m e 200m rasos. O esquiador acredita que o velocista ampliou as oportunidades para todos os atletas jamaicanos. E sonha um dia conhecê-lo pessoalmente.
- Usain Bolt levou a Jamaica ao topo do esporte mundial. E conquistou fãs em todos os setores da sociedade, não só fãs do esporte. Ele é carismático, charmoso e muito bom no que faz. As pessoas se lembram do Bolt e querem fazer o que for possível para ajudar outros jamaicanos, em outros esportes. A Jamaica se tornou o segundo time de todo mundo...
Para Sochi, a Jamaica deve ter apenas Michael como provável representante. Errol se casou e parou de competir em 2011.
- Nós não temos muito contato, mas a mãe dele me ajudou muito. Quando ouvi falar dele pela primeira vez, liguei para ela. E ela, então, sugeriu que eu entrasse em contato com a Federação Jamaicana e fosse atrás do meu sonho.
Michael: 43 anos e o sonho de ir às Olimpíadas de Sochi, em 2014 (Foto: Divulgação)
- Tenho quatro camisas da seleção brasileira. Desde criança, sempre amei. Meu primo Howard Bell costumava jogar contra a seleção brasileira na década de 70 e, na casa dele, na Jamaica, há fotos dele com o Pelé. Adoraria conhecer Roberto Carlos ou Dunga, ainda mais o Roberto Carlos, com sua bomba na perna esquerda. Fui a dois jogos do Brasil, um deles na final da Copa, contra a França, quando "nós" perdemos. Foi muito triste.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas-de-inverno/noticia/2013/02/abaixo-de-zero-esquiador-de-43-anos-sonha-levar-jamaica-sochi-2014.html
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