quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Terezinha e guia dão volta por cima e se despedem com ouro nos 100m T11


paralimpíadas

Dupla deixa a queda que impediu pódio nos 400m T12 no passado e pinta
de dourado a sua última imagem nos Jogos com direito a recorde mundial

Por Cahê Mota Direto de Londres

Do solo ao topo do pódio. Em uma competição marcada por histórias de quem ignorou as dificuldades para vencer na vida, Terezinha Guilhermina e Guilherme Santana usaram a velocidade para provar que não é preciso um passado trágico para bater no peito orgulhoso de uma volta por cima. Menos de 24 horas após viverem momentos de frustração com a queda do guia, que recebeu a solidariedade da velocista, nos 400m rasos T12, a dupla voltou ao Estádio Olímpico e pintou de dourado sua última imagem nas Paralimpíadas de Londres. Com 12s01, levaram a melhor nos 100m T11, quebraram o recorde mundial (12s04) e voltam para casa com dois ouros e a sensação de dever cumprido. Com "maria-chiquinha" no cabelo e a sua alegria de sempre, Terezinha fez a festa e vibrou muito com mais essa conquista. (Confira prova no vídeo acima)

 Terezinha Guilhermina e Guilherme Soares, Jerusa Gerber e Luiz Henrique, Atletismo, Paralimpiadas (Foto: Agência Getty Images) Com 'maria-chiquinha' no cabelo, Terezinha brilha ao lado do guia Guilherme Soares (Foto: Getty Images)

- Foi muito especial ter conquistado esse ouro depois de tudo que aconteceu ontem. Pude mostrar ao mundo que um dia podemos chorar, mas no outro temos a oportunidade de sorrir, de dançar... Essa medalha foi um presente, o sabor bem mais especial. Queria voltar para o Brasil sorrindo, e tenho um motivo enorme para isso agora – comemorou a brasileira.

Terezinha explicou ainda o visual especial para prova. Além da "maria-chiquinha", a velocista apresentou prendedores de cabelo coloridos e acessórios extravagantes nas pernas e nos braços.

- Tenho muitos fãs que são crianças no Brasil e sei que para eles é importante me ver no pódio, me ver sorrindo. Por isso, vim vestida de criança.

O pódio da prova mais veloz para cegas dos Jogos foi todo brasileiro: Jerusa Santos, com o guia Luiz Henrique Barboza, cravou 12s75 e ficou com a prata, enquanto Jhulia Santos, com o guia, Fábio Dias de Oliveira, foi bronze, com 12s76. A chinesa Jia Juntingxia, com Donglin Xu, largou bem, mas ficou com a quarta colocação (12s79).

Recordista mundial, Terezinha Guilhermina era a grande favorita para prova. Esta foi a sexta medalha da mineira de Betim em Paralimpíadas (três ouros, duas pratas e um bronze).

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