Dupla deixa a queda que impediu pódio nos 400m T12 no passado e pinta
de dourado a sua última imagem nos Jogos com direito a recorde mundial
Por Cahê Mota
Direto de Londres
Do solo ao topo do pódio. Em uma competição marcada por histórias de quem ignorou as dificuldades para vencer na vida, Terezinha Guilhermina
e Guilherme Santana usaram a velocidade para provar que não é preciso
um passado trágico para bater no peito orgulhoso de uma volta por cima.
Menos de 24 horas após viverem momentos de frustração com a queda do guia,
que recebeu a solidariedade da velocista, nos 400m rasos T12, a dupla
voltou ao Estádio Olímpico e pintou de dourado sua última imagem nas
Paralimpíadas de Londres. Com 12s01, levaram a melhor nos 100m T11,
quebraram o recorde mundial (12s04) e voltam para casa com dois ouros e a
sensação de dever cumprido. Com "maria-chiquinha" no cabelo e a sua
alegria de sempre, Terezinha fez a festa e vibrou muito com mais essa
conquista. (Confira prova no vídeo acima)
Com 'maria-chiquinha' no cabelo, Terezinha brilha ao lado do guia Guilherme Soares (Foto: Getty Images)
- Foi muito especial ter conquistado esse ouro depois de tudo que
aconteceu ontem. Pude mostrar ao mundo que um dia podemos chorar, mas no
outro temos a oportunidade de sorrir, de dançar... Essa medalha foi um
presente, o sabor bem mais especial. Queria voltar para o Brasil
sorrindo, e tenho um motivo enorme para isso agora – comemorou a
brasileira.
Terezinha explicou ainda o visual especial para prova. Além da
"maria-chiquinha", a velocista apresentou prendedores de cabelo
coloridos e acessórios extravagantes nas pernas e nos braços.
- Tenho muitos fãs que são crianças no Brasil e sei que para eles é
importante me ver no pódio, me ver sorrindo. Por isso, vim vestida de
criança.
O pódio da prova mais veloz para cegas dos Jogos foi todo brasileiro:
Jerusa Santos, com o guia Luiz Henrique Barboza, cravou 12s75 e ficou
com a prata, enquanto Jhulia Santos, com o guia, Fábio Dias de Oliveira,
foi bronze, com 12s76. A chinesa Jia Juntingxia, com Donglin Xu, largou
bem, mas ficou com a quarta colocação (12s79).
Recordista mundial, Terezinha Guilhermina era a grande favorita para
prova. Esta foi a sexta medalha da mineira de Betim em Paralimpíadas
(três ouros, duas pratas e um bronze).
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