sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Brasil quer retomar brilho de "geração de ouro", e EUA, a hegemonia mundial

Copa do Mundo da Turquia reúne 16 melhores seleções, de 27 de setembro a 5 de outubro, em Ancara e Istambul. Americanas buscam o 9º título


Por Direto de Ancara, Turquia

Adrianinha, basquete Brasil (Foto: José Jimenez / FIBA)Adrianinha vai disputar o Mundial pela quarta vez (Foto: José Jimenez / FIBA)


A Copa do Mundo da Turquia será iniciada neste sábado com o Brasil buscando retomar o brilho da "geração de ouro", liderada por Hortência, Magic Paula e Janeth Arcain, e os Estados Unidos brigando para manter a sua hegemonia, apesar do recente tropeço para França em um amistoso preparatório para o torneio, o primeiro depois de três anos. Se no masculino, o time americano não veio com a força de suas principais estrelas, como LeBron James, Kevin Durant, Kevin Love e Carmelo Anthony, no feminino, o "Dream Team" vem praticamente completo, tendo como desfalques apenas Candace Parker (lesão no joelho) e Tamika Catchings (lesão nas costas). Adversárias a serem batidas, elas são pentacampeãs olímpicas e as atuais detentoras do título mundial. A competição irá reunir as 16 melhores seleções do mundo entre os dias 27 de setembro e 5 de outubro, em Ancara e Istambul.

- Não tem como descrever a emoção de disputar o meu quarto Mundial. Entrei para a seleção brasileira com 18 anos e estar defendendo essa camisa aos 35 é o orgulho muito grande. O Brasil está passando por uma renovação e eu voltei pela proposta do Zanon (técnico da seleção brasileira), fiquei muito animada de ajudar esse jovem grupo com a minha experiência. Vou dar o meu máximo e ajudar no que for preciso. Estou aprendendo muito com as meninas, o basquete de hoje é outro, mais físico e de muita velocidade. É gratificante olhar essa meninada evoluindo tanto. Elas são o futuro do basquete - disse Adrianinha, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Sidney 2000 e com quatro edições dos Jogos na bagagem.

Campeã mundial em 1994, na Austrália, a seleção brasileira está passando por um processo de renovação e vem com nove estreantes no grupo de 12 atletas. O ouro conquistado por Hortência & cia trouxe a esperança de dias melhores para o país, no entanto, a falta de um trabalho nas categorias de base fez com que o basquete entrasse em crise. Depois disso, foram um quarto lugar (1998), um sétimo (2002), um outro quarto (2006) e um nono (2010). A campanha verde-amarela nas Olimpíadas de Londres 2012, por sua vez, foi um fracasso. Eliminada na primeira fase, evitou o vexame da lanterna ao conquistar a sua primeira e única vitória sobre a Grã-Bretanha por 78 a 66. Apesar do fiasco, a pivô Érika, destaque do Atlanta Dream na WNBA e uma das melhores do mundo, salvou a reputação brasileira ao terminar o torneio como cestinha, com média de 16,2 pontos por partida. As Olimpíadas marcaram a despedida de Adrianinha, que desistiu da aposentadoria no ano passado para servir como modelo para as meninas da seleção - com média de idade de 25 anos, é o quarto elenco mais jovem do Mundial. 

O Brasil garantiu a vaga na Copa do Mundo ao conquistar a medalha de bronze na Copa América, no ano passado, em Xalapa, no México. Após o título sul-americano na cidade de Ambato, no Equador, a equipe comandada por Luiz Augusto Zanon terá uma prova de fogo logo na estreia no "grupo da morte": superar a atual vice-campeã mundial República Tcheca, sétima colocada do ranking mundial. O jogão deste sábado, às 15h15 (de Brasília), terá transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar os lances pelo SporTV Play. O Grupo "A" ainda conta com a presença de Japão e Espanha, sexta do mundo, em um desafio que promete ser um dos complicados para o Brasil na primeira fase. Esta será a 16ª participação brasileira no torneio.

basquete estados unidos final mundial  (Foto: agência AFP)
Acostumadas com títulos, americanas 
fizeram comemoração discreta após 
serem campeãs em 2010 
(Foto: agência AFP)


Maiores vencedores da competição, com oito títulos em 16 edições, os Estados Unidos estão no Grupo "D", ao lado de China, Sérvia e Angola. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, as americanas conquistaram o pentacampeonato ao derrotar a França por 86 a 50. O ouro olímpico foi o sétimo dos Estados Unidos em 10 edições do basquete feminino na história das Olimpíadas. Segunda colocada no ranking, a Austrália reforça o Grupo "C", com Cuba, Coreia do Sul e Belarus. O Grupo "B" tem França, Turquia, seleção anfitriã, Canadá e Moçambique.

Até hoje, apenas quatro países conquistaram o título mundial: Estados Unidos (1953, 1957, 1979, 1986, 1990, 1998, 2002 e 2010), União Soviética (1959, 1964, 1967, 1971, 1975 e 1983), Brasil (1994) e Austrália (2006).


grupos do mundial

Com base na localização geográfica de cada uma das 16 seleções, foram colocados quatro potes para o sorteio visando o maior equilíbrio possível. No primeiro, estavam Austrália, França, Espanha e Estados Unidos, enquanto no segundo ficaram Belarus, República Tcheca, Sérvia e Turquia. No terceiro, eram Brasil, Canadá, China e Cuba e no quarto Moçambique, Angola, Japão e Coreia do Sul. As equipes foram divididas em quatro grupos de quatro países: o "A" e o "B" tem como sede Ancara, capital da Turquia, enquanto o "C" e o "D" estão em Istambul. As equipes jogam entre si em suas chaves e as três melhores avançam. Os primeiros colocados de cada grupo vão direto para as quartas de final. Os segundos e terceiros colocados disputam uma rodada equivalente às oitavas para definir os rivais seguintes dos líderes da primeira fase.


Grupo "A" (Ancara):
Brasil, Japão, Espanha e República Tcheca

Grupo "B" (Ancara)
Moçambique, Turquia, França e Canadá

Grupo "C" (Istambul)
Coreia do Sul, Cuba, Austrália e Belarus

Grupo "D" (Istambul)
Sérvia, China, Estados Unidos e Angola


confira todos os campeões dos mundiais

1953 - Campeão: Estados Unidos. Vice: Chile.
1957 - Campeão: Estados Unidos. Vice: União Soviética
1959 - Campeão: União Soviética. Vice: Bulgária
1964 - Campeão: União Soviética. Vice: Tchecoslováquia
1967 - Campeão: União Soviética. Vice: Coreia do Sul
1971 - Campeão: União Soviética. Vice: Tchecoslováquia
1975 - Campeão: União Soviética. Vice: Japão
1979 - Campeão: Estados Unidos. Vice: Coreia do Sul
1983 - Campeão: União Soviética. Vice: Estados Unidos
1986 - Campeão: Estados Unidos. Vice: União Soviética
1990 - Campeão: Estados Unidos. Vice: Iugoslávia
1994 - Campeão: Brasil. Vice: China
1998 - Campeão: Estados Unidos. Vice: Rússia
2002 - Campeão: Estados Unidos. Vice: Rússia
2006 - Campeão: Austrália. Vice: Rússia
2010 - Campeão: Estados Unidos. Vice: República Tcheca


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2014/09/brasil-quer-retormar-brilho-de-geracao-de-ouro-e-eua-hegemonia-mundial.html

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