quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Após turbilhão de mudanças, Fê Berti se inspira em Niemeyer e volta a pintar

Depois de série de viagens, troca de local de treino e de casa, atleta aproveita temporada nacional para retomar hobby antes do Open de Niterói, no Rio


Por Niterói, RJ



Nos últimos meses, os pincéis pouco foram usados. Desde que formou dupla com Taiana, Fernanda Berti iniciou uma maratona de viagens internacionais, mudou de casa e quase não teve tempo para pintar, hobby que funciona como sua principal válvula de escape para a intensa rotina de treinos e competições nas areias. Em Niterói, sede do segundo Open do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 2014/2015, a bloqueadora aproveitou a inspiração de uma das mais famosas obras de Oscar Niemeyer para reincluir a arte em seu dia a dia de atleta.

Fernanda Berti vôlei de praia quadro MAC (Foto: Helena rebello)
Fernanda Berti exibe o quadro pronto: 
observação somada à interpretação 
pessoal (Foto: Helena rebello)


Há dois anos no vôlei de praia, Fernanda teve sua maior oportunidade até então na carreira no início de julho. Com a separação de Talita e Taiana, a ex-jogadora da quadra juntou-se à cearense e teve a chance de disputar efetivamente o Circuito Mundial. Já no segundo torneio que disputaram, em Haia, na Holanda, as duas sagraram-se campeãs. Ficaram praticamente um mês na Europa competindo e evoluindo como parceiras, deixando outros planos de lado.

Com a alteração de seu local de treinos da Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para a Barra, na Zona Oeste da cidade, Fernanda optou por trocar de apartamento para facilitar a logística. E a série de mudanças em sua vida fez com que as telas e tintas ficassem em segundo plano em prol do investimento no promissor rumo profissional. Com o início da temporada nacional, porém, a agenda ficou mais calma, e a carioca pôde retomar seu hobby.


Fernanda Berti vôlei de praia quadro MAC (Foto: Helena rebello)
A concentração de Berti 
(Foto: Helena Rebello)


- Foi tudo muito novo e muito rápido. Foram só quatro dias de treinos antes de viajarmos, depois seis Grand Slams seguidos, sendo que mal nos conhecíamos em quadra. Como a gente sempre se deu bem fora, esse bom relacionamento ajudou muito a pegarmos entosamento. Mudei o lugar de treino, mudei literalmente de casa, e minha vida como um todo mudou muito nesses últimos meses. Agora não tem tanta viagem seguida nem tanta viagem internacional, então acho que vou ter um pouco mais de tempo para pintar. Eu sinto falta, sempre falo que é minha terapia funcional.

Fã do mestre do surrealismo Salvador Dalí, Fernanda ilustrou nesta semana o Museu de Arte Contemporânea, uma das obras de arquitetura mais famosas de Oscar Niemeyer e cartão postal de Niterói, sede da próxima competição do calendário. Para o quadro, a atleta observou bem o local e acrescentou sua própria visão, em uma interpretação pessoal, com cores fortes. Essa releitura é algo que a carioca também costuma fazer nas quadras, ao assistir aos movimentos das adversárias e adaptá-los para o próprio jogo.


- Eu procuro ver o que as jogadoras tem de bom e copiar. No Brasil e lá fora tem várias jogadoras que admiro e me espelho. Vejo tanto o lado comportamental quanto a parte técnica. Fico olhando uma atleta bloquear para imitar o movimento que ela faz, o posicionamento. Se o comportamento em quadra também for legal, converso até com a Taiana sobre isso, falo pra gente jogar assim também. É sempre um aprendizado.

Mosaico Fernanda Berti (Foto: Globoesporte.com)
Fernanda Berti pinta no pátio do 
Museu de Arte Contemporânea de 
Niterói (Foto: Globoesporte.com)

Essas lições tornaram-se ainda maiores no Circuito Mundial. Com a chance de enfrentar adversárias estrangeiras e atletas de nível olímpico, Fernanda vê claramente novas metas para continuar a evolução a que se propôs desde que trocou a quadra pelas areias, em 2012.

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Em segundo torneio juntas, Taiana e Fernanda Berti vencem (Foto: Reprodução)
erti e Taiana conquistaram o Grand 
Slam de Haialogo depois de formarem 
dupla (Foto: Reprodução)


- Acho que vou criando experiência, e acho que posso evoluir mais rápido jogando neste nível. Minha adaptação da quadra para a praia ainda ocorre. Na quadra você não tem muito uma leitura de bloqueio, há uma marcação. Na praia você precisa de uma leitura para pegar uma largada. Você tem responsabilidade sobre uma área muito maior, então tem que ter essa leitura. Acho que jogando neste nível vou melhorar neste aspecto, ter um sideout mais eficiente. Há ainda vários fatores do meu jogo em que posso evoluir, e esse nível vai me ajudar a conseguir isso rapidamente.

Em quinto lugar na etapa de abertura do Circuito Brasileiro 2014/2015, Fernanda Berti e Taiana estão entre as 16 duplas da elite feminina que disputam o Open de Niterói. Em busca do primeiro pódio na temporada nacional, as duas terão como adversárias Ágatha/Bárbara Seixas, Juliana/Maria Elisa, Maria Clara/Carol, Lili/Rebeca, Val/Ângela, Elize Maia/Josi, Talita/Larissa, Thati/Rachel, Izabel/Camila, Michelle/Amanda Maltez, Carolina Horta/Duda, Pauline/Bruna, Naiana/Andrezza, Fabíola/Thaís e Érica Freitas/Luiza Amélia.



FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2014/09/apos-turbilhao-de-mudancas-fe-berti-se-inspira-em-niemeyer-e-volta-pintar.html

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