Após superar dificuldades na infância com o apoio dos parentes, volante da Seleção sonha com a conquista do título em seu país: "É uma história para a vida inteira"
- Meu irmão foi o cara que me guiou. A figura paterna que eu tenho é meu irmão Maicon. Realmente, eu não tenho nome do meu pai. Meu nome é da minha mãe. Meu sobrenome é da minha mãe - conta.
Na infância do craque, a mãe trabalhava em outra cidade e só podia estar presente nos fins de semana. Durante a semana, entrava em ação Dona Teresa, avó de Ramires de outros muitos netos. Considerada um pilar da família pelo jogador, ela sofreu um derrame quando o atleta tinha apenas 11 anos.
Ramires em ação pelo poderoso
Chelsea, da Inglaterra (Foto: EFE)
- Durante a doença dela toda, eu que cuidei. Eu chegava da escola e tinha até que trocar fralda, essas coisas - lembra.
A avó Teresa não conseguiu ver de perto o neto magrinho de Barra do Piraí, no Rio, vestir a camisa da Seleção e vencer uma Liga dos Campeões pelo Chelsea. Mas o núcleo familiar de Ramires permaneceu forte e unido. As tias da família Nascimento estão sempre presentes.
O bairro Boa Sorte, em Piraí, trouxe mesmo bons ventos para a carreira do menino que deu os primeiros chutes pelos campos de lá. Um dos bairros mais afastados do centro, foi onde Ramires nasceu, cresceu, estudou e chegou a trabalhar como pedreiro. Aos 17 anos, ele deixou o local para se arriscar como jogador profissional.
Ramires pela atuando com a camisa da seleção brasileira (Foto: Agência Reuters)
- Esse jogo aí, América x Joinville, foi o jogo da minha vida - lembra.
Aos 17 anos, ele subia os primeiros degraus na carreira. Precisou então convencer a mãe, Judith, a deixá-lo se mudar.
- Sair de casa para um lugar que eu nunca ouvi nem falar. Eu conhecia Barra do Piraí e Mendes. O mais longe que fui era Aparecida do Norte - conta Dona Judith.
Foram dois anos em Joinville até ser comprado pelo Cruzeiro. Permaneceu mais dois anos brilhando com a camisa do time celeste até, enfim, chegar ao futebol europeu. Atuou pelo Benfica antes de chegar ao Chelsea.
Esteve na Copa
do Mundo da África 2010, na equipe do ex-técnico Dunga. Na época, era o
mais novo da seleção brasileira. Por conta de um segundo cartão amarelo,
ficou fora do jogo da eliminação para a Holanda por suspensão. Hoje,
ele acredita que faltou experiência naquele lance e, aos 27 anos, se vê
mais pronto em 2014.
- É uma história para a vida inteira, né? Só de disputar uma Copa. Se
você ganhar no seu país, é uma história para a vida inteira - diz o
jogador.
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