terça-feira, 13 de maio de 2014

Com exemplo de Vitinho, Botafogo preserva e aposta em Daniel

Gerente Sidnei Loureiro afirma que meia vem sendo acompanhado para superar oscilações e se firmar na equipe principal


Por Rio de Janeiro


A atuação e os três gols na vitória por 6 a 0 fizeram o Brasil voltar suas atenções para Daniel, eleito o craque da rodada na avaliação do GloboEsporte.com. Mas o desempenho vem sendo monitorado pelo Botafogo desde que o meia despontava como um talento da base do Cruzeiro. Mesmo em pouco tempo como profissional do alvinegro, o jogador já viveu baixos e altos e, com o exemplo recente de Vitinho em mente, diretoria e comissão técnica do clube tomam cuidados para que o jogador de 20 anos mantenha o caminho ascendente traçado desde a chegada de Vagner Mancini.

Por coincidência, Daniel veste o mesmo número 31 que foi de Vitinho, vendido por 10 milhões de euros ao CSKA da Rússia em agosto do ano passado. O meia é objeto dos mesmos cuidados do antecessor, principalmente no aspecto emocional. Um dos destaques da pré-temporada de 2014, o meia teve atuações apagadas quando as competições iniciaram, sofreu vaias da torcida e passou a sequer ser relacionado. Com a chegada de Mancini, voltou a se destacar até brilhar na goleada sobre o Criciúma.

Montagem Vitinho e Daniel, Botafogo (Foto: Editoria de Arte)
Vitinho e Daniel têm semelhanças na 
forma de tratamento da diretoria 
botafoguense (Foto: Editoria de Arte)

- Estamos fazendo exatamente como o caso do Vitinho. Existe um cuidado para não queimá-lo e não expor o jogador a uma responsabilidade que ainda não lhe cabe. Ao mesmo tempo, precisa estar motivado e confiante para dar conta do recado quando entrar em campo. Com o Vitinho foi parecido: treinou com os profissionais, voltou para os juniores e foi preservado depois de ser efetivado no elenco principal. A capacidade de jogo e qualidade do Daniel são tão boas quanto as do Vitinho. Sua história é parecida com a de muitos jovens que sobem para os profissionais, inicialmente não vão bem mas depois se soltam - observou Sidnei Loureiro, gerente técnico do Botafogo, que como diretor da base acompanhou a escalada de Vitinho no clube.

 Existe um cuidado para não queimá-lo e não expor o jogador a uma responsabilidade que ainda não lhe cabe. Ao mesmo tempo, precisa estar motivado e confiante para dar conta do recado quando entrar em campo.
Sidnei Loureiro

Com a mesma filosofia dos dirigentes do clube, Daniel não pretende queimar etapas. O jovem diz ter a consciência de que atuações como a que ele teve na goleada sobre o Criciúma não acontecerão em todas as partidas, mas afirma que sabe lidar com oscilações.

- Fiquei um pouco chateado durante o Carioca. Passava alguns momentos do dia pensando: "Como eu conseguia fazer aquilo antes (dentro de campo) e agora não está dando certo?". Mas depois eu voltava a confiar no meu futebol. Sei da minha capacidade e sei que as boas atuações vão acontecer novamente. Sou um cara que gosta de dar passo a passo, e o próximo passo que eu quero dar é fazer um bom jogo contra o Goiás - disse o jovem meia.

Assim como Vitinho, que foi adquirido do Audax-RJ ainda nas categorias de base, Daniel foi observado quando ainda estava nos juniores do Cruzeiro. 
Insatisfeito com a falta de perspectivas de atuar nos profissionais do Cruzeiro, o meia aceitou a proposta do Botafogo e assinou um pré-contrato a seis meses do fim de seu vínculo na Toca da Raposa. O jogador foi um dos destaques da equipe campeã do Torneio Octávio Pinto Guimarães, de juniores, marcando um gol na primeira partida da final contra o Flamengo, na equipe comandada por Eduardo Hungaro.

daniel Botafogo x Criciuma (Foto: Vitor Silva / SSPress)Daniel comemora um dos gols marcados sobre o Criciúma (Foto: Vitor Silva / SSPress)

No início de 2014, Daniel foi efetivado nos profissionais depois de disputar partidas nas duas categorias. Em janeiro, o meia teve seu contrato ampliado até junho de 2017, com multa rescisória de 20 milhões de euros (cerca de R$ 64 milhões) para clubes do exterior e R$ 55 milhões para clubes brasileiros. O reconhecimento é valorizado pelo jogador, que, apesar do alta cifra, quer manter os pés no chão.

- Eu fico muito tranquilo quanto a isso, para manter meu foco no Botafogo. Apesar de as coisas não terem dado muito certo logo de cara, eu já estava preparado para ajudar o Botafogo, sabia que tinha condições. Vou continuar centrado nos treinamentos, trabalhando firme, para fazer bons jogos - afirmou Daniel.

O Botafogo tem 70% dos direitos econômicos do jovem e aposta no apoio interno para valorizar seu produto. 

- A tendência é que o Daniel ainda tenha oscilações. Mas estamos sempre conversando e os psicólogos sempre dão apoio. O jogador entende que chegou onde chegou por seus méritos e que precisa manter o foco. Tem um futuro brilhante - afirmou Sidnei Loureiro.


*Colaborou Sofia Miranda, estagiária.


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