Em entrevista exclusiva para o EE, atacante do Shakhtar Donetsk e da Seleção conta que 'sofreu' com batismo dos colegas e que ir à Copa é um sonho cada vez mais perto
E aí Bernard? Sofreu muito com as brincadeiras do pessoal?
- Sofri! Muito! Tem aquela história que o primeiro jogador tem que ser batizado, mas o problema é que o mais novo é batizado em toda a convocação. Então, nessa última eu pude descansar um pouco porque acabou indo o Marquinhos, que é dois anos mais novo que eu. Então, ele sofreu e eu fiquei rindo. Aí o pessoal falava: "Olha lá, o Bernard está rindo". Eu falei: "É lógico! vocês ficavam rindo de mim, agora eu tenho que rir dos outros" - explica ele
Bernard feliz vestindo a amarelinha
(Foto: Editoria de Arte)
Convocado por conta das excelentes atuações pelo Galo em 2013, quando conquistou o inédito título da Libertadores, Bernard passou a ser figurinha carimbada nas convocações de Felipão, e vê seu sonho de disputar uma Copa do Mundo se materializar cada vez mais. O jovem atacante imaginava que em 2018, com 25 anos, ele teria experiência suficiente para representar o Brasil na competição. Mas a vida dá voltas e o planejamento acabou antecipado em quatro anos.
- Eu pensava em 2018, planejava ter uns três anos para poder me firmar no futebol. Tenho que agradecer pelas oportunidades que eu venho tendo. Em tão pouco tempo dentro do futebol, estar com a chance incrível de disputar a Copa do Mundo dentro do meu próprio país com chances claras de título - afirmou o jogador de apenas 21 anos.
E simplesmente ir à Copa não é o bastante. O jovem Bernard sonha com a grande final que será disputada no Maracanã.
- Tem que imaginar, né. Eu acho que a gente atrai as coisas que a gente pensa. Então, eu tenho que pensar que a gente pode conseguir estar na final, conquistar esse título dentro de um palco que é o Maracanã. É o sonho de qualquer jogador jogar uma Copa do Mundo no próprio país. É algo para fazer história, e eu espero que eu possa conseguir - conta o mineiro.
Para chegar até a Copa e ser usado entre os titulares, Bernard aposta em seu estilo de jogo, com a famosa 'alegria nas pernas', sem medo dos zagueirões estrangeiros.
- Nem posso, né! Nem posso ter medo. Eu tenho que usar as minhas características para passar por cima disso. Tem que ter (alegria nas pernas). É responsabilidade dentro do jogo, mas tem que ser ousado. Tem que partir para cima dos adversários. Eu não tinha visto ainda o que ele (Felipão) tinha dito na coletiva. E aí, eu recebendo um monte de mensagem: "Alegria nas pernas, alegria nas pernas". E eu sem saber: "Que é isso? que é isso?" Foi aí que eles me falaram, e eu fui ver. No momento em que vi a reportagem, foi uma felicidade incrível - recorda o atacante.
Bernard não esquece do Galo Mineiro
(Foto: Reprodução)
Hoje na Ucrânia, o veloz jogador não esquece o Atlético Mineiro, planeja um dia voltar e fala da saudade que tem dos companheiros de clube.
- O Atlético me proporcionou muitas coisas, fato de dar uma estrutura melhor pra minha família. Pude mostrar para o Brasil e para o mundo meu futebol. Então, o Atlético, para mim, é tudo. E tenho certeza que não acabou por aqui. Eu queria deixar um até logo, porque o carinho que eu tenho por essa torcida é algo grande, e é algo que eu quero dar sequência. Eu tenho o desejo e o sonho de um dia voltar. E tenho saudade de tudo no Galo, de tudo! Ali, eu cresci e pude melhorar o que precisava e até o que eu já tinha. Tenho saudade dos funcionários, de todo mundo. Não tem exceção nenhuma. No Atlético, eu vivi momentos muito felizes, que vão ficar marcados para sempre. A saudade nunca vai acabar - afirma Bernard.
Isso não o impede de lembrar momentos difíceis que passou nas divisões de base do Galo, quando ainda muito pequenino, sofria com a desconfiança que pudesse realmente ser um jogador profissional. Ele lembra que fez tratamentos para crescer, assim como o super-craque Lionel Messi.
- Eu passei bastante dificuldade dentro da base do Atlético. Eu fui mandado embora uma vez, os diretores pediram para que eu voltasse e, no momento em que eu voltei, eu fiquei com um técnico que não gostava de jogadores pequenos. Acabei ficando um ano e seis meses na base só treinando, e, às vezes, nem treinando. Ia treinar e ficava em um cantinho sem entrar nos treinamentos. Logo no momento em que eu ia subir para outra categoria, ele acabou me mandando embora. Eu acompanhei a história do Messi, que ele teve que tomar várias injeções, mas, o meu foi à base de medicamentos, de xarope, de comprimido. Então, me ajudaram bastante, por incrível que pareça. Isso foi essencial pra que eu pudesse continuar nessa luta.
Grato por tudo que conquistou em sua breve carreira, Bernard explica como acha que deve ser a postura de um jogador de futebol profissional em relação a seus fãs.
- Eu falo que a gente que é jogador, que trabalha com imagem, mesmo que tenha problemas e dificuldades dentro de casa, acho que tem que estar sempre sorrindo. Às vezes, a pessoa te vê uma vez na vida e, se você a trata mal, ela vai ter essa imagem para o resto da vida.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2014/01/ex-cacula-bernard-levou-varios-trotes-na-selecao-e-hoje-ri-dos-novatos.html
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