campeonato paulista - 2014
Com atuação pouco inspirada e falhas coletivas, time que correu risco de cair no último Brasileiro esbarra em retranca e golaço dos donos da casa
A CRÔNICA
por
Alexandre Lozetti
Se o torcedor do São Paulo não tivesse vestido branco, tomado champanhe
e visto fogos de artifício, mal saberia que já está em outro ano. Seu
time continua o mesmo: confuso, lento, sem perspectiva de melhora. Bom
para o Bragantino, que teve a sorte de enfrentar rival tão fraco já na
primeira rodada do Paulistão. Com a fórmula repetida do eterno técnico
Marcelo Veiga, mas que sempre incomoda, a equipe do interior venceu por 2
a 0 sem muito trabalho.
Houve algumas novidades no Tricolor, é verdade. Uma carinha de Muricy com três zagueiros, um novo posicionamento para Wellington, a volta de Cañete. Mas, por enquanto, nada foi capaz de melhorar a tenebrosa versão 2013. Até os gritos das arquibancadas foram os mesmos. A torcida insistiu em pedir raça, que não é nem nunca foi o principal problema, e fez apelo a Juvenal Juvêncio: "Ô, ô, ô, queremos jogador!".
O Bragantino apresentou a proposta de jogo mais simples possível:
fechado, compacto e veloz nos contra-ataques. Foi suficiente. Com a
vantagem de 2 a 0, construída em cima das falhas defensivas do 3-5-2 e
do talento de Cesinha, o time apelou de vez às saídas em velocidade,
raríssimas no segundo tempo.
A fase do São Paulo é tão ruim que nem mesmo a insólita fórmula do Paulistão salva. Todos os times do Grupo A perderam até aqui, mas só os comandados de Muricy por uma desvantagem de dois gols. Ou seja, todos têm zero ponto na chave, mas o saldo de gols deixa o Tricolor na lanterna. Às 19h30, o Penapolense, único do grupo que ainda não estreou, enfrenta o Oeste fora de casa.
O São Paulo voltará a campo na quarta-feira, às 22h, contra o Mogi Mirim. Previsão de Morumbi às moscas. A notícia mais animadora para a torcida no início de semana poderá ser o anúncio da contratação do uruguaio Alvaro Pereira, da Inter de Milão. Os clubes e o jogador já chegaram a um acordo de empréstimo por um ano e meio. O jogador, que pode atuar como ala esquerdo ou meia pelo mesmo lado, faz parte da seleção de seu país.
Feliz ano velho!
Nos primeiros segundos de jogo, as mudanças táticas de Muricy Ramalho para 2014 já ficaram evidentes. Denilson como terceiro zagueiro, entre Rodrigo Caio e Antônio Carlos, Reinaldo e Luis Ricardo adiantados, como alas, e Wellington num posicionamento difícil de explicar: meio volante, meio ponta direita. Um desastre.
O Bragantino foi o Bragantino de sempre. Com Marcelo Veiga, que dá a
impressão de comandar a equipe há séculos, são três zagueiros, um time
alto que não se importa em cometer faltas, fechadinho e veloz no
contra-ataque. Foi o suficiente para ser mais perigoso do que o
Tricolor, dono da posse de bola, mas sem inspiração alguma.
A dificuldade de Luis Fabiano para dominar a bola foi comovente. Numa delas, saiu até um chapéu sem querer no adversário. Ganso demorou 15 minutos para ser notado. O São Paulo viveu de bons lances de Ademilson, atacante rápido que tem enorme dificuldade para concluir, seja nas finalizações ou nas assistências.
Cesinha, bom atacante, passou facilmente por Wellington e viu o caminho se abrir à sua frente, numa falha de posicionamento da zaga são-paulina. Chutou para fora. Os donos da casa começaram a sentir que podiam vencer. Robertinho, pela direita, cruzou. Nem Rodrigo Caio e nem Luis Ricardo se anteciparam aos adversários, e Léo Jaime concluiu para o gol.
A volta de Cañete e o golaço de Cesinha
Cañete, que foi reserva da Portuguesa no Brasileiro de 2013, entrou no lugar de Denilson e Muricy mudou a formação. Do 3-4-?-2 para o 4-2-3-1. Wellington deixou de ser a interrogação do esquema tático e se tornou volante ao lado de Maicon. À frente, Cañete pela direita, Ademilson na esquerda e Ganso centralizado com Luis Fabiano no pivô.
Tudo destruído por um chutaço de Cesinha. De muito longe, acertou o
ângulo de Rogério Ceni, que não tinha o que fazer além de observar.
Golaço.
O Bragantino se fechou totalmente, e o São Paulo criou. Luis Fabiano, primeiro de cabeça e depois com o pé direito, assustou. Pouco depois, o goleiro Rafael Defendi brilhou. Defendeu cabeçada de Ademilson, em que a bola ainda resvalou na trave, e chute do Fabuloso, que conseguiu ganhar dividida. O centroavante melhorou, justiça seja feita.
Aos 27 minutos do segundo tempo, o time da capital ostentava posse de bola de 70%. Fato brilhantemente definido pelo comentarista Walter Casagrande Jr., na TV Globo:
- Posse de bola de Barcelona e criatividade de São Paulo.
Um resumo perfeito para o restante da partida e confirmado no lance em que Ademilson tocou para Ganso, que tocou pra Cañete, que tocou pra Maicon... E ninguém chutou.
A bola continuou sendo maltratada pelos tricolores, e o Bragantino largou com vitória.
Houve algumas novidades no Tricolor, é verdade. Uma carinha de Muricy com três zagueiros, um novo posicionamento para Wellington, a volta de Cañete. Mas, por enquanto, nada foi capaz de melhorar a tenebrosa versão 2013. Até os gritos das arquibancadas foram os mesmos. A torcida insistiu em pedir raça, que não é nem nunca foi o principal problema, e fez apelo a Juvenal Juvêncio: "Ô, ô, ô, queremos jogador!".
Luis Fabiano, do São Paulo, disputa com
Gustavo, do Bragantino (Foto:
Léo Pinheiro / Futura Press)
A fase do São Paulo é tão ruim que nem mesmo a insólita fórmula do Paulistão salva. Todos os times do Grupo A perderam até aqui, mas só os comandados de Muricy por uma desvantagem de dois gols. Ou seja, todos têm zero ponto na chave, mas o saldo de gols deixa o Tricolor na lanterna. Às 19h30, o Penapolense, único do grupo que ainda não estreou, enfrenta o Oeste fora de casa.
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O São Paulo voltará a campo na quarta-feira, às 22h, contra o Mogi Mirim. Previsão de Morumbi às moscas. A notícia mais animadora para a torcida no início de semana poderá ser o anúncio da contratação do uruguaio Alvaro Pereira, da Inter de Milão. Os clubes e o jogador já chegaram a um acordo de empréstimo por um ano e meio. O jogador, que pode atuar como ala esquerdo ou meia pelo mesmo lado, faz parte da seleção de seu país.
Feliz ano velho!
Nos primeiros segundos de jogo, as mudanças táticas de Muricy Ramalho para 2014 já ficaram evidentes. Denilson como terceiro zagueiro, entre Rodrigo Caio e Antônio Carlos, Reinaldo e Luis Ricardo adiantados, como alas, e Wellington num posicionamento difícil de explicar: meio volante, meio ponta direita. Um desastre.
Ganso não conseguiu fugir da marcação (Foto:
Rubens Chiri / saopaulofc.net )
A dificuldade de Luis Fabiano para dominar a bola foi comovente. Numa delas, saiu até um chapéu sem querer no adversário. Ganso demorou 15 minutos para ser notado. O São Paulo viveu de bons lances de Ademilson, atacante rápido que tem enorme dificuldade para concluir, seja nas finalizações ou nas assistências.
Cesinha, bom atacante, passou facilmente por Wellington e viu o caminho se abrir à sua frente, numa falha de posicionamento da zaga são-paulina. Chutou para fora. Os donos da casa começaram a sentir que podiam vencer. Robertinho, pela direita, cruzou. Nem Rodrigo Caio e nem Luis Ricardo se anteciparam aos adversários, e Léo Jaime concluiu para o gol.
Cesinha comemora o segundo gol do Bragantino
sobre o São Paulo (Foto: Léo Pinheiro /
Ag. Estado)
Cañete, que foi reserva da Portuguesa no Brasileiro de 2013, entrou no lugar de Denilson e Muricy mudou a formação. Do 3-4-?-2 para o 4-2-3-1. Wellington deixou de ser a interrogação do esquema tático e se tornou volante ao lado de Maicon. À frente, Cañete pela direita, Ademilson na esquerda e Ganso centralizado com Luis Fabiano no pivô.
Posse de bola de Barcelona e criatividade de São Paulo"
Casagrande, comentarista da TV Globo, sobre a atuação do Tricolor
O Bragantino se fechou totalmente, e o São Paulo criou. Luis Fabiano, primeiro de cabeça e depois com o pé direito, assustou. Pouco depois, o goleiro Rafael Defendi brilhou. Defendeu cabeçada de Ademilson, em que a bola ainda resvalou na trave, e chute do Fabuloso, que conseguiu ganhar dividida. O centroavante melhorou, justiça seja feita.
Aos 27 minutos do segundo tempo, o time da capital ostentava posse de bola de 70%. Fato brilhantemente definido pelo comentarista Walter Casagrande Jr., na TV Globo:
- Posse de bola de Barcelona e criatividade de São Paulo.
Um resumo perfeito para o restante da partida e confirmado no lance em que Ademilson tocou para Ganso, que tocou pra Cañete, que tocou pra Maicon... E ninguém chutou.
A bola continuou sendo maltratada pelos tricolores, e o Bragantino largou com vitória.
Ademilson teve poucas chances de gol (Foto:
Rubens Chiri / saopaulofc.net )
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