Segundo especialista em gestão esportiva, atacante poderia faturar como garoto-propaganda de campanhas específicas: 'Pode ser um bom símbolo de nunca desistir'
Adriano tenta mais mais uma cartada para voltar a jogar futebol (Foto: Fla Imagem)
Essa é a análise de Fernando Ferreira, economista com
especialização em pesquisa de mercado e gestão e marketing esportivo, e sócio da
Pluri Consultoria, empresa que realiza pesquisas e análises do meio profissional esportivo.
Desde que foi vendido pelo Flamengo (2000) por 7 milhões de euros até o ápice no Inter de Milão, em 2006, quando, aos 24 anos, atingiu um valor de mercado de € 31 milhões, Adriano se valorizou em 343%. A partir daí, porém, o atacante entrou em fase de declínio até chegar ao marco zero.
Na passagem do atacante pelo Flamengo em 2012 - quando não atuou em nenhum jogo - o clube pagou apenas R$ 15 mil referentes aos dias em que ele treinou em agosto e se resguardou diante dos riscos. Inicialmente, o Flamengo acertou com Adriano um contrato que previa R$ 50 mil mensais - referentes a direito de imagem - e mais R$ 50 mil por cada jogo disputado, sem carteira assinada. Como Adriano saiu sem entrar em campo, nada ganhou por produção. Além disso, as advertências por indisciplina suspenderam o pagamento por direitos de imagem.
Recuo do Inter, na pauta do Palmeiras e previsão de aposentadoria
Em junho, o atacante esteve próximo de um acerto com o Internacional. Mas o clube recuou depois dos resultados dos exames médicos. O diretor médico colorado, Paulo Rabello, admitiu que o tempo parado, somado aos dois procedimentos cirúrgicos no tendão do pé esquerdo, atrapalhou o acerto. Mesmo após as cirurgias, Adriano não respeitou restrições e prejudicou sua recuperação.
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Na atual temporada, Adriano recebeu propostas da Ásia. Em março, o nome do jogador entrou na pauta do Palmeiras. Na
ocasião, o diretor executivo José Carlos Brunoro disse que foi procurado
por representantes do Imperador, que teriam manifestado o desejo dele de retomar a carreira. Em agosto, Fabiano Farah - empresário renomado no futebol que já trabalhou com Ronaldo e Roberto Carlos – traçou metas para Adriano, consultou médicos para recuperação do tendão e também para a relação com o álcool. O trabalho seria realizado no Botafogo.
O Imperador teria ficado reticente por conta da carga de trabalho e, segundo o gerente técnico do Alvinegro, Sidnei Loureiro, teria admitido pendurar as chuteiras.
- Ele disse que queria saber qual era a condição física, e disponibilizamos pessoas da nossa confiança no clube. A situação não é simples, teria que ter muito cuidado e, mesmo que tivesse a melhor dedicação, existia a chance de não ter resultado. Estipulamos mais ou menos seis meses.
O tendão dele pode não responder ao estímulo para voltar a ser de atleta, porque hoje em dia é de uma pessoa normal. Ele disse que conhece o corpo dele e sabia que algo estava errado, que não era por falta de dedicação no tratamento. Sentia que a coisa não evoluía, sabia do limite, da idade e que seis meses seriam demais sem alguma garantia. Está pensando em encerrar, mas que se mudasse de ideia voltaríamos a conversar - revelou Sidnei, na ocasião.
Marketing da superação
Imagine uma empresa que queira vender a ideia de superação? O Adriano pode ser um bom símbolo disso
Fernando Ferreira, economista
- Para o marketing tradicional, o produto não é adequado no momento, apesar do bom potencial do jogador, caso a carreira volte a engrenar. Mas algum tipo de abordagem de marketing mais específica pode fazer sentido porque é um jogador muito conhecido. Imagine uma empresa ou marca que queira vender a ideia de superação, de nunca desistir? O Adriano pode ser um bom símbolo disso - analisou Fernando Ferreira.
Desde junho de 2010, Adriano disputou apenas 16 jogos – oito pelo Roma e oito pelo Corinthians – e marcou dois gols. Nesse tempo, atuou uma única vez durante 90 minutos. Sua última partida aconteceu no dia 4 de março do ano passado.
Para
levantar a cabeça: Adriano conta com estrutura
de médico, psicólogo,
nutricionista e fisioterapeuta
no CT do Atlético-PR (Foto: Jorge William
/ Agência O Globo)
- Contamos com médico, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, CT, estádio. É só ele se dedicar.
Existe essa vontade dele. Eu falei com ele que não basta só falar e ter vontade, é preciso atitude, responsabilidade, disciplina. Ele está animado e isso nos anima, pois fortalece o Atlético-PR e o reconhecimento do clube nacional e internacionalmente - afirmou o vice-presidente do clube, Luiz Salim Emed, em entrevista à rádio Estadão.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/12/com-valor-zero-no-mercado-adriano-seria-bom-em-marketing-de-superacao.html
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