Poetinha' completaria 100 anos neste sábado. Versos também falavam de amor e mulheres, que levaram Vinicius a praticar jiu-jítsu na década de 60
O poeta tinha muitas paixões, além das mulheres, razão que o fez procurar a arte marcial.
Boêmio assumido, gostava da simplicidade e nutria uma espécie de amor platônico pelo clube do coração. Não era frequentador dos estádios e, enquanto os torcedores tradicionais apoiavam o clube com a presença nas partidas, Vinícius sequer discutia, mas declarava seu amor através de palavras.
A declaração apareceu inclusive no poema no qual justificou seu retorno ao Brasil, em 1950, após quatro anos nos Estados Unidos, como lembrou o jornalista Sérgio Augusto.
Vinícius de Moraes completaria 100 anos
neste sábado (Foto: Reprodução SporTV)
neste sábado (Foto: Reprodução SporTV)
Sérgio se refere ao "Olhe aqui, Mr. Buster', em que cita o Glorioso em um dos trechos e o prazer que tinha em torcer pelo clube, mesmo ao seu modo.
"Mas me diga uma coisa, Mr. Buster
Me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster:
O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal?
O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?"
Parceiro musical de Vinícius, Carlos Lyra lembra bem do jeito peculiar do poeta e compositor de amar o clube.
- Ele sempre falava: sou botafoguense, sou Botafogo! Fazia questão de ser Botafogo, de torcer pelo Botafogo, mas nunca vi ele num jogo de futebol pra nada, né? - recorda.
Com seu olhar diferente, Vinícius transformou os dribles de Garrincha, craque de seu time, em poesia. E assim escreveu "O anjo das pernas tortas". A seleção brasileira também mexeu com o 'poetinha', que revelou toda sus ansiedade com o desempenho da equipe na Copa de 1962 em "Canto de amor e de angústia à seleção de ouro do Brasil'.
Paixão pelas mulheres levou Vinicius ao jiu-jítsu
A paixão pela boemia e pelas mulheres levou Vinicius de Moraes a procurar o mestre Hélio Gracie para aprender jiu-jítsu. É o sobrinho de Hélio, Robson Gracie, quem relembra esta etapa da vida do poeta, que queria aprender a arte marcial para se defender, no final da década de 60.
Robson Gracie lembra que Vinícius queria
aprender jiu-jítsu (Foto: Reprodução SporTV)
aprender jiu-jítsu (Foto: Reprodução SporTV)
Robson Gracie garante que o poeta não precisou colocar o que aprendeu em prática, pelo menos não da maneira que imaginou precisar. Usou os ensinamentos de Gracie em outros momentos, um tanto divertidos, segundo a irmã de Vinicius, Laetitia de Moraes.
- Vinicius me tirou pra dançar, adorava dançar com ele, ele dançava bem. Lêta, vem dançar! Eu disse: Tá bom! Saíamos dançando, de repente, eu me vejo sendo jogada pelo ar. Tomei um susto enorme, caí em cima dos pés direitinho, eu disse: Vina, que é isso? Ele disse assim: te dei um rabo de arraia. Era um golpe do jiu-jítsu.
Laetitia de Moraes, irmã de Vinicius, lembra do gosto do poeta pela dança
(Foto: Reprodução SporTV)
- Na mesma tarde, chegou uma senhora, uma mulher dos seus 30 e tantos anos, muito alinhada, muito bem vestida, muito posuda. Vinicius disse assim: Olha que pose, hein? Pois Vinicius tirou ela para dançar e não deu o mesmo golpe nela? Ele disse que era para quebrar aquele gelo todo - relembra a irmã.
Histórias e boas recordações não faltam. Falar de Vinicius é misturar sentimentos. No dia em que ele completaria 100 anos, as lembranças felizes juntam-se à dor da saudade - o poetinha faleceu há 33 anos, em 9 de junho de 1980. É difícil não se emocionar ao lembrar que de quem tanto emocionou, com palavras e música.
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FONTE:
http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-news/noticia/2013/10/apaixonado-pelo-botafogo-vinicius-de-moraes-transformou-futebol-em-poesia.html
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