A CRÔNICA
por
Diego Rodrigues
“Vascaíno, seu destino é o Caldeirão. Rei na Colina merece casa cheia”, anunciava o site do Vasco durante a semana. Pois bem. Foi o que a torcida fez. Ao todo, 18.304 (14.712 pagantes) esriveram presentes em São Januário para assistir ao jogo contra o Criciúma, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, numa noite de sábado. Casa cheia não era problema. Faltava a presença do rei, tão aclamado. Pois bem. Juninho cobrou falta com dois minutos e fez gol no seu retorno a São Januário após passagem pelo futebol dos EUA - havia marcado também contra o Fluminense, na reestreia, no Maracanã. Também deu assistência, e o Cruz-Maltino, apesar do breve susto com um 2 a 2 no placar, venceu a equipe catarinnese por 3 a 2.
- Passei 13 jogos sem fazer gol nos EUA e não sabia mais nem como vibrar - disse o Reizinho.
Cobrar falta parece que virou moda. O zagueiro Rafael Vaz aprendeu direitinho. Fez o seu. O Criciúma diminuiu também com a bola parada, no chute de Ivo. Empatou com Wellington Paulista, mas Juninho, ele de novo, cobrou falta na medida para Edmílson decretar a vitória. Parece que o destino de Juninho é mesmo fazer a alegria dos cruz-maltinos.
- A gente conversa sempre, treina, e o Juninho confiou em mim, fiquei honrado com isso. Ele é um excelente cobrador de falta, temos muito a ganhar na bola parada - contou Rafael Vaz.
Mas as lembranças do passado não ficaram restritas aos 15 anos - completados esta semana - do lance pela semifinal da Libertadores, contra o River Plate, em 1998, o que rendeu placa para Juninho entregue pelo presidente Roberto Dinamite. Teve a estreia do "uniforme raízes", lançado no último dia 19 e que faz uma homenagem ao navegador português Vasco da Gama e suas conquistas.
O Vasco chegou a 13 pontos, agora é o sexto colocado. Na próxima quinta-feira vai ao Serra Dourada encarar o Goiás, às 21h. Em 12º, com dez pontos, o Criciúma vai a São Paulo na quarta-feira, quando pega a Portuguesa às 19h30m.
Gol de quem?
São Januário ainda reverenciava o Reizinho quando a corte ficou apreensiva: uma entrada forte de Gílson, com apenas um minuto de jogo, poderia ter tirado Juninho da partida. Não passou de um susto. Após atendimento médico fora de campo, ele voltou. E as faltas seguiram. Até que Fábio Ferreira levou o cartão amarelo. Mal girava o ponteiro do relógio e vinha outra falta, como fez Marlon em Eder Luis a meia distância.
Com Juninho refeito, seria gol de quem? Gol do Juninho. Nada monumental como o marcado contra o River Plate em 1998. Foi mais na sorte, na ajudinha do goleiro Bruno, que aceitou o chute. Pouco importa. Dias após a comemoração dos 15 anos do lance contra os argentinos, nada melhor que uma cobrança de falta para a torcida explodir: “Gol do Juninho! Monumental!”
Até metade do primeiro tempo, era um Vasco veloz, com Eder Luis puxando contra-ataque, Henrique bem no apoio, Wendel como elemento surpresa e Rafael Vaz presente nas bolas aéreas. Porém, o Criciúma acordou também com algumas faltas na entrada da área e contragolpes armados por Cassiano, que teve uma chance de ouro, livre. Mas a saída de Diogo Silva salvou o que seria empate.
Juninho e Rafael Vaz comemoram o gol do Vasco (Foto: Celso Pupo / Ag. Estado)
Não fosse a aparição do recém-contratado Guiñazu num camarote de São Januário, a volta do intervalo teria o mesmo enredo da etapa inicial. Aos dez minutos, falta para o Vasco. Desta vez Rafael Vaz foi abusado. Chamou a responsabilidade e acertou uma cobrança bem colocada.
Aí Ivo deve ter pensado: “Se eles podem, por que eu não posso?”. Em uma falta na lateral da área, mandou direto para o gol. Fábio Ferreira subiu, tentou desviar, mas foi de Ivo o lance que abriria as portas da esperança dos catarinenses.
Então Marlon resolveu cobrar lateral direito na área, com um pequeno desvio no meio do caminho. Diogo Silva, o mesmo que havia salvado o que seria o gol de Cassiano, falhou. Um tapa na bola e deixou na medida para Wellington Paulista acertar uma quase bicicleta: 2 a 2. Daniel Carvalho entrou no lugar de Amaral para dar mais ofensividade.
A torcida se calou. São Januário parou. Juninho voltou. Mais uma falta, agora mais distante. O Reizinho mandou na área, para Edmilson, sozinho, fazer explodir o estádio. O Vasco adotou um estilo mais cauteloso. Apostou em contra-ataques. Eder Luis foi fominha, a torcida reclamou. Mas o dia era de festa. Cantos para Juninho, cantos de São Januário o Caldeirão, e eufóricos gritos de "o campeão voltou".
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