sexta-feira, 12 de abril de 2013

Baixista nas folgas, Acácio dá o tom do conjunto cruzeirense na luta pelo bi


Titular na campanha campeã da Superliga na temporada passada, central tira lições da música e do banco de reservas em busca do bicampeonato nacional

Por Helena Rebello Belo Horizonte


As mesmas mãos que bloqueiam as pancadas dos rivais também dedilham com delicadeza as cordas de um contrabaixo. Apaixonado por música desde muito novo, Acácio passou a se dedicar ao aprendizado de um instrumento apenas depois dos 30 anos. Queria ocupar o tempo ocioso entre os treinos de vôlei da manhã e da tarde com algo produtivo. Além de se entreter e exercitar sua capacidade de concentração, o central do Cruzeiro também tirou lições sobre a importância do conjunto. Assim como o timbre grave de seu baixo dá a base para solos de guitarra, seu papel como reserva na atual formação celeste é um dos segredos do sucesso do time.

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Neste domingo, a Rede Globo e o SporTV transmitem a decisão da Superliga masculina entre o time mineiro e o Rio de Janeiro, ao vivo, direto do Maracanãzinho, a partir das 10h (horário de Brasília). O GLOBOESPORTE.COM também acompanha todos os lances em Tempo Real.

Mosaico Acácio vôlei (Foto: Helena Rebello)Acácio mostra sua habilidade com o contrabaixo, que toca há cerca de cinco anos (Foto: Helena Rebello)

Ninguém na família de  Acácio tem dons musicais. A ideia de aprender um instrumento surgiu quando ainda defendia o Almería, da Espanha. Comprou um trompete e um saxofone, mas se encontrou pouco depois, quando adquiriu um contrabaixo. O gosto pelo som pesado do rock tornou o casamento com o instrumento de calibre grosso perfeito. A empolgação pelas primeiras notas, aprendidas como autodidata, levaram ao consumismo. Mesmo ainda principiante, o central já acumulava quatro baixos, sendo dois acústicos, e um violão.

- Tentar tocar um instrumento está me trazendo a disciplina de fazer uma coisa diferente. Você não está exercitando seu corpo como no vôlei, que é a única coisa que eu fiz até hoje. Eu estou trabalhando minha cabeça. Esse foi o aspecto mais interessante para mim, me concentrar em fazer algo pela teoria, pela repetição, ou o que quer que seja.  É uma concentração diferente, e isso me trouxe um pouco mais de paz para dentro da quadra. Acho que me ajudou com a ansiedade que eu sentia antes.

Acacio volei cruzeiro (Foto: divulgação / 7mais7 Sports)Acácio após o título da Superliga na temporada
2011/2012 (Foto: divulgação / 7mais7 Sports)

Em sua casa em Belo Horizonte, Acácio se cercou de aparatos musicais. Além dos baixos, do violão e dos sopros, o atleta tem um piano e uma bateria, ambos eletrônicos, além de amplificadores, pedais e outros assessórios. Ainda não domina a leitura de partituras, mas está ampliando seu repertório aos poucos. Gosta de bandas como Nirvana, Pearl Jam, Rush e Deep Purple (confira no vídeo acima), mas também se abre ao Reggae, à Bossa Nova e a qualquer "música de qualidade".

É embalado por essa trilha sonora que o meio de rede busca o bicampeonato da Superliga masculina. Desta vez, no entanto, em condições diferentes da edição passada. Titular na temporada 2011/2012 e no início deste campeonato, Acácio sofreu uma lesão que o tirou das últimas rodadas do primeiro turno. Rogério assumiu o posto e vem sendo escalado como titular pelo técnico Marcelo Mendez com mais frequência. Nada que abale a confiança do mineiro. 

- Quanto mais forte e competitivo é um  grupo no esporte, as chances de tirar mais coisas positivas são maiores. É importante que você tenha alguém na reserva que seja capaz de entrar no seu lugar e fazer o que você faz. Acho que nosso time tem isso, e é uma necessidade de qualquer um que queira ser campeão. Na música vale a mesma coisa. O contrabaixo forma a base de tudo, ajuda a bateria a dar o suporte para o cantor, o guitarrista, os sopros... Uma coisa sem a outra não existe, como o jogo de vôlei não existe sem o central. Temos que pensar no coletivo sempre. Se você pensar que precisa jogar porque você é o melhor, pensar só em você, não vai para a frente. Quando se está na reserva é a hora de pensar realmente o quanto você é importante para o grupo, se a sua dedicação naquele momento vai fazer diferença no contexto geral.

É valorizando o espírito coletivo que Acácio trabalha por mais uma vitória e um título do Cruzeiro. Até hoje, Rio de Janeiro e o time celeste se enfrentaram quatro vezes, com duas vitórias para cada lado. Na Superliga 2011/2012, o time carioca estreou o confronto com triunfo no Maracanãzinho por 3 sets a 1. No returno, o grupo mineiro deu o troco sem ceder sequer um set ao rival. Na a edição atual do campeonato, os dois duelos foram decididos no tie-break. Mais uma vez, o fator casa foi determinante, e cada equipe comemorou em seus domínios.

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