Apesar de negligência, russa pode reduzir punição prevista ao mencionar problemas de saúde. Imprensa internacional aposta em gancho de aproximadamente 12 meses
Pega no doping durante o Aberto da Austrália, a russa Maria Sharapova corre o risco de ficar um bom tempo longe das quadras. Segundo o Programa Antidoping de Tênis (TADP) da Federação Internacional de Tênis (ITF), a punição máxima em casos de doping é de quatro anos por uso intencional de uma substância proibida para ganhos de desempenho. O mais provável é que a tenista, que admitiu negligência no caso, possa pegar até dois anos de gancho por utilização não intencional. Porém, ao citar problemas de saúde, a ex-número 1 do mundo pode conseguir uma pena menor - a imprensa internacional e sites especializados especulam por volta de 12 meses.
Sharapova caiu no doping por substância que
tomava há dez anos e foi proibida a partir de
janeiro de 2016 (Foto: AP)
- Se ela usa para tratamento médico, é obrigada a fazer uma intenção terapêutica, ou seja, uma notificação dizendo que, por razões médicas, ela precisa tomar aquele medicamento. A partir disso, os médicos autorizam ou não. Por outro lado, às vezes isso (histórico médico) ajuda a reduzir a pena porque é um caso em que não há intencionalidade. São tudo coisas que são discutidas no julgamento. Ela é uma atleta de alto padrão e se supõe que ela tem acesso a essa informação - comentou De Rose ao GloboEsporte.com.
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Tudo isso seria evitado se Sharapova tivesse se atentado às alterações na lista de substâncias proibidas pela Wada. A entidade havia divulgado desde setembro do ano passado que o meldonium seria considerado uma substância proibida a partir de 2016. Então, ou a russa trocava de medicamento ou ela pedia uma autorização de uso terapêutico aos órgãos que regem o tênis (em níveis diferentes, a Federação Russa, a WTA e a ITF), para manter a medicação sem ser pega no doping pelo meldonium. Nada disso aconteceu. A tenista contou que recebeu em dezembro uma carta da Wada listando todas as substâncias que passariam a ser proibidas neste ano, mas admitiu que não leu o documento. Justamente por essa negligência é que a atual número 7 do mundo não deve escapar de uma punição.
Wada informou em setembro de 2015 que
meldonium seria proibido a partir de 2016
(Foto: infoesporte)
Em 2015, a Wada incluiu o meldonium na lista de observação para determinar os efeitos na performance e o quantitativo de atletas que faziam uso. Com a característica de aumentar a contração muscular do coração, ele entrou na lista de substâncias proibidas em 2016 como um "modulador metabólico", devido “ao uso de atletas para aumentar a performance”, segundo a Wada. De forma geral, o meldonium é usado para tratar doenças como isquemia, que decorre da falta de circulação de sangue no corpo.
Organizadora dos Grand Slams, a ITF explicou o caso em
comunicado oficial. A amostra pelo qual Sharapova foi pega no doping foi
coletada no dia 26 de janeiro. A tenista foi notificada no dia 2 de
março e admitiu a presença da substância proibida. A entidade anunciou
que a russa será suspensa provisoriamente no dia 12 de março até a
definição do caso.
tenista perde patrocínios e jornal ironiza
Nesta terça-feira, a Nike anunciou o rompimento do contrato de patrocínio com Maria Sharapova. A empresa informou que se sentiu “surpresa e triste” com a notícia de que a tenista usou um medicamento não permitido pela Wada. O contrato está suspenso até que a investigação seja concluída. Outros patrocinadores que também suspenderam o contrato com a atleta foram a marca de relógios suíços Tag Heuer, que apoiava a russa desde 2004 e tinha contrato até 31 de dezembro, e a montadora de veículos Porsche, que suspendeu o contrato com Sharapova por tempo indeterminado.
- Nos surpreende e nos entristece as notícias sobre Maria Sharapova. Decidimos suspender nossa relação com Maria até que a investigação aconteça. Vamos continuar monitorando a situação - disse a Nike em comunicado.
Capa do jornal Metro desta terça ironizou
o doping de Maria Sharapova
(Foto: Reprodução)
- Eu estou extremamente irritada e despontada. Eu tive que perder a minha carreira e nunca escolhi trapacear não importasse o motivo. Eu tive que jogar a toalha e sofrer. Eu não tinha um time caro de médicos para achar um jeito para eu trapacear e burlar o sistema esperando a ciência solucionar - postou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2016/03/com-historico-medico-sharapova-pode-se-afastar-de-pena-de-dois-anos.html
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