"Infelizmente, me chamaram de macaco", afirma Brinner. Fotógrafo presente no Estádio Nabizão mostra imagem dos possíveis agressores. Ato vai para a súmula
Logo após o final da partida, Brinner concedeu uma entrevista lamentando o caso e torcendo para que os torcedores fossem encontrados.
Fotógrafo registrou momento em que torcedor gesticulava em direção ao zagueiro do Macaé (Foto: Reprodução)
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Infelizmente, a gente sabe que nos dias de hoje é complicado. O que
aconteceu ali é lamentável no futebol, já não é a primeira vez que
acontece comigo, e agora acontece de novo. Acho que está na hora de dar
um basta nisso no futebol brasileiro. Isso que está acontecendo não está
afetando só a mim, mas com certeza está afetando minha família que está
em casa assistindo ao jogo. Acho que isso não pode deixar passar
impune. A gente sabe quem é, ele deve estar infiltrado no meio dos
torcedores, tenho certeza que vão achar. Acho que não pode deixar isso
passar - acusou Brinner, que ainda completou:- Infelizmente, ele me chamou de macaco. E não foi só uma vez, ele repetiu várias vezes, tenho a prova dos meus companheiros que estavam comigo. É uma coisa... sei lá. Como eu frisei, é lamentável no futebol. Nos dias de hoje não tem mais espaço para isso, mas infelizmente, fazer o quê? Agora é esperar para que possa achar ele, e ele possa pagar pelo ato que ele fez.
Brinner também afirmou que vai até levar o caso adiante e registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia.
- Vou, vou fazer (B.O.), porque não pode deixar isso passar. Se eu deixar passar, vão ter outros que vão deixar passar, então eu vou fazer.
A arbitragem foi informada do ocorrido e confirmou que tudo será registrado na súmula da partida, o que pode acarretar em multa e até perda de mando de campo ao Bragantino, mandante da partida.
Policiais foram até a arquibancada depois da
acusação de Brinner procurar pelos
agressores (Foto: Reprodução)
Fagner Alves, um fotógrafo que trabalhava na partida realizada em Bragança Paulista, registrou a confusão com suas lentes e diz ter flagrado os possíveis agressores. Ele mostrou a imagem de dois torcedores que, segundo ele, gesticulavam muito em direção a Brinner.
- Não cheguei a ouvir exatamente ele xingando o racismo, mas vi ele gesticulando bastante. Só não posso afirmar se ele estava realmente xingando, gesticulando em termos de racismo - disse Fagner.
Busca da polícia
Assim que Brinner relatou a ofensa, um grupo de cerca de cinco policiais foi até a arquibancada tentar capturar os agressores, mas ninguém havia sido detido até o final da partida. O tenente da Polícia Militar Antônio Araújo foi o responsável pela operação e conta que a imagem feita pelo fotógrafo será fundamental nas buscas.
- O agente da federação nos acionou e, ao tentar abordá-lo, ele aproveitou e fugiu pro baixo das arquibancadas, se misturando com os demais torcedores da arquibancada contrária. Estamos unindo esforços para tentar localizá-lo com as imagens que nos foi passada pelo fotógrafo - explicou o policial.
Segundo ele, Brinner será encaminhado imediatamente à delegacia para que possa prestar o Boletim de Ocorrência.
- Nós estamos com 21 policiais militares. A chegada até ele (torcedor) demorou por quê? Porque, quando ele percebeu que o jogador iria apontá-lo, ele aproveitou e já saiu correndo pela arquibancada, se misturando com os demais torcedores do lado oposto. Os demais torcedores não informaram quem era, e a gente está tentando, no portão de saída, localizar esse infrator. Vamos aproveitar e levar o Brinner ao DP para ele registrar o Boletim de Ocorrência.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/futebol/brasileirao-serie-b/noticia/2015/09/zagueiro-do-macae-acusa-torcedores-do-bragantino-de-injuria-racial-em-sp.html
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