Entre 2005 e 2015, brasileiro ganha dez títulos, se torna artilheiro da Champions, e quer cereja no bolo: "Para ficar tudo perfeito, falta terminar a Copa América vencendo"
A cena de Neymar correndo pelo Estádio Olímpico de Berlim, com a taça da final da Champions em seus braços, é emblemática, e representa o final feliz de um ciclo de exatamente dez anos. O atacante escalou, degrau a degrau, os obstáculos de sua carreira, e finalmente alcançou o patamar que se esperava dele, quando apareceu para o mundo do futebol pela primeira vez, ainda menino.
Em 2005, Neymar driblava os adversários com facilidade em um campeonato de futsal local, levando enrolada em sua cabeça uma faixa com a frase "100% Jesus". Não foi à toa que ele decidiu reaparecer com a mesma faixa na noite de sábado, ainda na festa do título no gramado. O menino venceu, virou homem: é um jogador maduro, e pai de um adorável Davi Lucca, que também levou para o campo. De promessa incerta ele se tornou campeão do Espanhol, da Copa do Rei e da Champions - levando também a artilharia dos dois últimos.
Beijinho na taça: Neymar concretiza desejo
manifestado na véspera da final (Foto:
AP Photo/Michael Sohn)
- Estou feliz com o título, melhor dia da minha vida. Para ficar perfeito só falta terminar a Copa América vencendo - disse, na saída do estádio.
O atacante se apresenta à Seleção Brasileira na segunda-feira, onde
ainda tem alguns pontos frustrantes a vencer, ao contrário de sua carreira por
Santos e Barcelona. Além da Copa América a disputar, Neymar perdeu uma final de
Olimpíadas, em Londres, e saiu da última Copa do Mundo lesionado, sem conseguir
ajudar o time na eliminação humilhante contra a Alemanha.
Em seu clube, o momento é perfeito. O ano de Neymar o credencia a
disputar uma Bola de Ouro. Embora ele ache que o dono do título já é Messi,
acredita que pode brigar por um segundo ou terceiro lugar. Tudo isso
conquistado graças à parceria com o argentino e o amigo uruguaio Luis Suárez. O
tridente alcançou 122 gols na temporada, e parece não ter limites.
- A gente não quer parar, não. Queremos continuar fazendo gols,
continuar nos dando bem e ganhando títulos, que é o mais importante.
A principal conexão entre os elos do tridente é a de Messi e Neymar, que
jogam juntos há dois anos, e, depois de uma chegada intimidante do brasileiro,
se tornaram grandes amigos dentro e fora de campo. Agora o camisa 11 e o camisa
10 brigam por artilharias, mas em uma disputa sadia e serena.
- Hoje a gente empatou na Champions, ele ganhou de mim no Espanhol e eu
ganhei na Copa do Rei. Ele pra mim é um ídolo, é um espelho que tenho todos os
dias. Jogar com ele é uma honra muito grande.
Declaração bem diferente da que Neymar deu na final do Mundial de
Clubes, quando enfrentou Messi pelo Santos, perdeu, e disse que viu em campo
uma aula de futebol. Um ponto de derrota, mas importante em sua trajetória
vencedora. São dez anos, desde a primeira aparição, e 15 títulos. Nota dez
para o camisa 10 da Seleção, que, como aquele menino que começou no futsal em
Santos, não vê a hora de encarar, e conquistar, o próximo desafio.
Década dourada: Neymar foi campeão da
Libertadores, em 2011, e da Champions,
em 2015 (Montagem sobre foto da AP
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