sexta-feira, 3 de abril de 2015

Potente nos ataques, cubana é arma do Osasco para reta final da Superliga

Segunda melhor atacante da temporada, Carcaces mira bom resultado na semifinal contra o Sesi-SP e defender Cuba nas Olimpíadas de 2016


Por
São Paulo

 
Carcaces é um dos destaques do Osasco na Superliga (Foto: João Pires/Fotojump)Carcaces é um dos destaques do Osasco na Superliga (Foto: João Pires/Fotojump)


Se Carcaces vai ao saque ou faz um ponto em fortes golpes, a torcida do Osasco entoa uma canção especialmente para a cubana. Em sua primeira temporada na equipe, a ponteira rapidamente cativou torcedores e mostrou potência em seus ataques. Segunda melhor atacante da Superliga 2014/15 - atrás apenas de Gabi, do Rio de Janeiro -, a cubana se tornou uma peça importante para o Osasco na temporada e uma aposta para conseguir superar o rival Sesi-SP na série semifinal que começa neste sábado, às 11h30, no ginásio da Vila Leopoldina, com transmissão ao vivo do SporTV.

- Muitos treinadores já me disseram que tenho que olhar as estatísticas, mas sempre sou surpreendida quando me falam essas coisas. Eu vou jogando as partidas durante a temporada e se no final ganho algum prêmio individual sempre fico surpresa porque não tenho o hábito de acompanhar essas informações. Fico feliz de ser a segunda, mas gostaria de ser a primeira - disse Carcaces.


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Com passagens pelo vôlei da Suíça e do Japão, a cubana diz que está crescendo em todos os aspectos em seu primeiro ano à frente do Osasco. Em entrevista ao GloboEsporte.com, ela abre o jogo sobre a reta final da Superliga, a rivalidade histórica entre Brasil e Cuba no vôlei e o desejo de disputar as Olimpíadas do Rio de Janeiro.


Confira a entrevista

GloboEsporte.com: Brasil e Cuba têm uma rivalidade antiga no vôlei. Sentiu essa rivalidade quando chegou? Como foi recebida pelas meninas do Osasco?Kenia Carcaces: Na década de 90 havia uma rivalidade dentro de quadra. Eu já havia enfrentado equipes brasileiras e conhecido algumas jogadoras antes de vir jogar no Brasil. Acho que isso ficou no passado, e para mim não importa a nacionalidade, mas sim a pessoa. Fui muito bem recebida pelas meninas. Cheguei um pouco depois do início da temporada, e todas estavam esperando por mim com muita alegria. Eu também estava ansiosa para me juntar ao time. Sempre sonhei em jogar no Brasil, não só pela Superliga, mas também pelas pessoas. O Osasco me abriu as portas e estou muito feliz e agradecida.


Carcaces é um dos destaques do Osasco na Superliga (Foto: João Pires/Fotojump)Torcida canta para Carcaces sempre que a cubana vai ao saque (Foto: João Pires/Fotojump)


O idioma chegou a atrapalhar no começo dentro e fora de quadra? Passou por algum sufoco nas ruas?No início foi mais difícil essa questão do idioma. Não falo português, mas agora entendo um pouco mais. Quando você é estrangeiro e não fala a língua local acaba passando por algumas dificuldades. Muitas vezes a pessoa se sente perdida porque os outros pensam que você não sabe e não entendem o que estão falando. São situações normais que um atleta estrangeiro passa quando vai jogar fora de seu país. É um processo natural.


A torcida tem até música para você. Esperava tamanho carinho já na primeira temporada?
Eu já havia assistido a alguns jogos da Superliga na temporada passada, quando ainda estava na Suíça, e sabia que no Brasil há torcedores bem fanáticos pelo vôlei. Sinceramente me surpreendi e fiquei feliz com a canção que fizeram para mim. Gostei muito da música e me dá bastante energia para sacar e jogar meu melhor.


Ser a segunda melhor atacante da Superliga é algo que você esperava? Como avalia essa temporada à frente do Osasco?Muitos treinadores já me disseram que tenho que olhar as estatísticas, mas sempre sou surpreendida quando me falam essas coisas. Eu vou jogando as partidas durante a temporada e se no final ganho algum prêmio individual sempre fico surpresa porque não tenho o hábito de acompanhar essas informações. Fico feliz de ser segunda, mas gostaria de ser a primeira.
 A experiência no Brasil certamente pode me ajudar na seleção cubana. Tenho muita vontade de jogar as Olimpíadas de 2016
Carcaces


 Em que pontos você acredita que a experiência da Superliga está sendo positiva para você?
Em todos os aspectos. Tanto na vida profissional quanto na pessoal. É a minha primeira temporada Brasil, e não é fácil jogar aqui, porque o nível técnico é bem alto. Já estou bem adaptada e acredito que melhorei como jogadora, principalmente no ataque, já que aqui tem que ser inteligente e pensar bastante no melhor ataque a ser efetuado porque as centrais são muito boas no bloqueio. A cada dia vou crescendo um pouco mais e superando as dificuldades.


Como lida com a responsabilidade de ser a principal arma de ataque, especialmente nesta reta final?Nos meus últimos anos jogando pela seleção cubana tive essa responsabilidade, porque algumas jogadoras mais experientes deixaram o time. No início fiquei um pouco nervosa, mas conversei com o treinador e passei a trabalhar ainda mais para assumir essa responsabilidade. Aqui no Brasil não me considero a principal atacante do Osasco. Eu me considero uma jogadora importante, assim como as outras, e que está sempre empenhada em dar seu melhor. Contribuindo com um bom desempenho no ataque estou ajudando a equipe e isso é o mais importante. Temos atacantes muito boas na equipe.


Acha que vai ser mais marcada pelo Sesi? O que espera do confronto?
Acredito que sim. Sempre vou ser estar marcada, então tenho que me preparar bem psicologicamente. Tenho que estar forte porque sempre terei um bloqueio duplo pela frente. Dificilmente farei um ataque com apenas uma jogadora me marcando. Estou preparada e tenho que superar essa dificuldade. Com relação ao confronto, acho que serão jogos com bastante rivalidade. Saíra com a vitória quem jogar mais concentrado, ponto a ponto, tiver a melhor tomada de decisão e fizer 100% o que tem de ser feito. Estamos bem preparadas e estou confiante em um bom resultado.


O que gosta de fazer quando não está em quadra? Qual seu lugar favorito em São Paulo e Osasco?Gosto muito de ver filmes, séries e sair para ir a restaurantes. A rotina de atleta é muito puxada, então nem sempre temos muito tempo. Aqui no Brasil fico muito feliz quando me convidam para um churrasco.


Kenia Carcaces Cuba jogo Brasil (Foto: FIVB)
Carcaces já encarou o Brasil à frente da 
seleção cubana (Foto: FIVB)



Você já está há muito tempo longe de Cuba. De que mais sente saudades de Cuba?
Brasil e Cuba tem muitas coisas em comum, como por exemplo as pessoas, que são muito alegres e receptivas. De Cuba sinto saudades da minha família e dos amigos. Mas estou feliz no Brasil e minha vontade é ficar por mais tempo.


Você acha que sua experiência no Brasil pode ajudar a seleção cubana? Acredita que pode jogar nas Olimpíadas de 2016?A experiência no Brasil certamente pode me ajudar na seleção cubana. Tenho muita vontade de jogar as Olimpíadas de 2016. Já tive a chance de participar dos Jogos de Pequim, em2008, quando perdemos para o Estados Unidos na semifinal, e fiquei triste por não ganhar uma medalha. Gostaria de jogar novamente por Cuba, mas se não acontecer tenho vontade de ao menos assistir às minhas amigas de time (Thaísa, Dani Lins, Adenízia e Camila Brait) jogando pelo Brasil. Seria uma experiência maravilhosa.


FONTE:
http://glo.bo/1BYkw4z

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