Veterano de 40 anos briga por vaga nos Jogos de 2016 ao lado do atual parceiro, mas admite que pretende encerrar carreira em dupla com Pedro, de apenas 18 anos
Ricardo, bem jovem, com Pedro no colo
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)
O atleta se diz orgulhoso pelo fato de o jovem ter seguido seu caminho. Mas ele lembra que nem sempre o garoto se interessou pela modalidade. Na verdade, Pedro não gostava do vôlei de praia por conta das inúmeras viagens e compromissos que tiravam o pai de casa.
- Em nenhum momento falei para ele ser jogador, foi opção dele. Acho que por uma defesa de criança, não gostava. Fazia outros esportes e não queria saber do vôlei. Foi depois do Pan de 2007. Levei ele e a Giulia (a irmã de 12 anos). Os dois vivenciaram e aquilo deu um clique nele. O Pedro começou a jogar naquele ano e, como vinha demonstrando a vontade de querer treinar, eu falei: "Vou parar de jogar atuando com você no Circuito" - revelou Ricardo, que é casado com Luciana e, além de Pedro e Giulia, ainda tem outro filho, Nicolas, de apenas quatro anos.
Pedro, de 18 anos, ao lado do pai Ricardo, de 40 (Foto: Arquivo pessoal)
Ricardo se sente um privilegiado.
Afinal, muitos atletas sonham que seus filhos sigam o vôlei de praia, mas
poucos têm a chance de jogar com eles. Na realidade, o baiano já atua ao lado
do filho nos treinamentos. Pedro é vice-campeão brasileiro sub-19 e, em breve, jogará na
categoria sub-21. Para o pai, o garoto ainda tem muito a melhorar para disputar
com atletas de alto nível da elite do Circuito Brasileiro, por exemplo, mas já
está acima de seu nível quando o veterano começou, aos 19.
-
A maioria dos atletas pensa em ter filho com mais de 30, tornando isso
difícil. Fui prematuro (risos). Será muito marcante. Vejo a dedicação
dele e me alegra muito. Precisa amadurecer, mas, tecnicamente,
é muito bom nos fundamentos. A experiência de jogo vem das competições.
Pode
ser um grande atleta, só não pode ter pressa das coisas acontecerem.
Será no momento certo. Ele é muito emocional, perde, soca, acha que não
vai
dar, mas é muito novo. Se ele tiver que ser um atleta profissional, vai
ser.
Apesar do
planejamento de atuar ao lado de seu filho, Ricardo ainda não sabe quando isso
irá ocorrer ou quando vai se aposentar das areias. Enquanto estiver jogando “em alto nível”,
pretende seguir adiante. O foco agora é o trabalho com Emanuel rumo a 2016,
comandado pela técnica Leticia Pessoa, no Rio de Janeiro.
Pedro na conquista do Torneio de Verão sub-19
ao lado de George (Foto: Arquivo pessoal)
Pedro também se considera privilegiado por treinar com o pai. O jovem diz que Ricardo
passa muito conhecimento e, quando os treinos ficam duros e os erros
aparecem, dá conselhos para ajudar a melhorar seu jogo. Apesar de se dizer
ansioso com a promessa de integrar a dupla familiar, como fã, prefere
que Ricardo adie a aposentadoria.
- Como todo jogador mais experiente, é meio que um técnico dentro de
quadra, ele chega, fala como é, como tem de fazer, qual é jeito certo, consegue
me guiar. (Jogar com ele) é uma coisa que fica na minha cabeça. Acho que, como
qualquer torcedor, quero que ele continue jogando por muitos anos. É um show
vê-lo dentro de quadra. Todo mundo concorda que ele é um craque. Espero que adie a aposentadoria por uns cinco anos – concluiu.
Ricardo
retomou parceria com Emanuel
em agosto de 2014 e já conquistou título
do Circuito Brasileiro. Ele chegou a
seis, e o parceiro, a nove
conquistas
(Foto: Paulo Frank / CBV)
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