Febre mundial toma conta do estádio com diversos autorretratos antes, durante e depois das partidas. Tem quem goste, mas também quem questione os registros
A bola rola, os times se enfrentam, a torcida grita, bola na
rede, grito de gol. De costas para o campo, telefone celular com câmera em
punho, a dupla de torcedoras faz uma selfie. Longe da retina, mas gravado na
memória do aparelho. As selfies dominam o mundo, no futebol não poderia ser
diferente. No Maracanã, o fenômeno foi impulsionado por alguns fatores. A
reforma, mudança em parte do perfil dos torcedores, maior presença de famílias
e mulheres e o plus por ter sido o palco da final da Copa do Mundo entre
Alemanha e Argentina.
O grito de gol e o tradicional “uhhhh” nos lances de perigo são pontuados com frases: "essa vai para o Face", "vou postar no Insta", "vai bombar de likes", entre outras.
- Qual a graça de estar no Maracanã e não fazer uma selfie?! Não acompanho todos os jogos, mas sempre que venho faço muitas selfies. E posto nas redes sociais. Muita gente curte, os amigos que torcem para outros times brincam, mas o que vale é que a foto está lá para quem quiser ver - disse Talita Soares, torcedora do Botafogo, que espalha os registros em diversas redes sociais.
Mas selfie no estádio também incomoda. Tem quem reclame que o jogo acaba sendo apenas pano de fundo para os registros fotográficos, que muitas vezes atrapalha quem quer apenas assistir à partida.
De costas para o campo, mais uma selfie para a coleção (Foto: André Durão)
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O grito de gol e o tradicional “uhhhh” nos lances de perigo são pontuados com frases: "essa vai para o Face", "vou postar no Insta", "vai bombar de likes", entre outras.
- Qual a graça de estar no Maracanã e não fazer uma selfie?! Não acompanho todos os jogos, mas sempre que venho faço muitas selfies. E posto nas redes sociais. Muita gente curte, os amigos que torcem para outros times brincam, mas o que vale é que a foto está lá para quem quiser ver - disse Talita Soares, torcedora do Botafogo, que espalha os registros em diversas redes sociais.
Torcedoras alvinegras registram momento c
om selfie (Foto: André Durão)
Mas selfie no estádio também incomoda. Tem quem reclame que o jogo acaba sendo apenas pano de fundo para os registros fotográficos, que muitas vezes atrapalha quem quer apenas assistir à partida.
- No estádio, seja você um torcedor fanático ou não, o que
normalmente chama a atenção é o jogo, claro, ou a beleza da torcida. Para o
fazedor de selfie, não: se tem um pênalti, ele faz a pose para se enquadrar na
hora do chute; se a torcida desfralda bandeiras, lá vai ele de novo.
Se o
jogo está morno, ele está em pé, preparando uma foto fazendo bico, atrapalhando
os arquibaldos; se o time está mal, perdendo, ele está lá, feliz, fazendo pose
com o "V" da Vitória; se é mulher, fica ajeitando o cabelo e a
maquiagem para o próximo clique; se é homem, ressalta o ângulo com braço
contraído... E por aí vai – reclamou
Dyocil Menezes, 37 anos, torcedor do Flamengo que frequenta o estádio desde
criança, quando selfie ainda era conhecida como autorretrato.
De costas para o campo, mais uma selfie para a coleção (Foto: André Durão)
Em
todos os jogos no Maracanã a cena se repete milhares de vezes, seja o
jogo que for. os flashes que pipocam parecem efeito especial nas
cadeiras do Maracanã. A organização do estádio também estimula as
selfies: algumas fotos que foram postadas com determinada hastag
anunciada com antecedência são exibidas no telão nos intervalos dos
jogos.
Neste domingo, aniversário de 450 anos do Rio,
o Maracanã teve público de 44.329 pagantes,e uma penca de selfies em
todos os momentos da partida. Crianças, mulheres, casais, amigos. Foi um
Maraca de selfies. Mas, no fim, com a vitória por 1 a 0, quem saiu bem
na foto foi o Botafo
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