Carioca busca o bi na Rússia para continuar com identificação vermelha, exclusiva de campeões do mundo, mas também sonha com a dourada, de campeões olímpicos
Back number de Rafaela Silva, atual campeã mundial do peso-leve feminino (Foto: Reprodução/Twitter)
- O back number de campeão olímpico você mantém por quatro anos. O de campeão mundial é só até o próximo mundial. Minha meta é conquistar o ouro na Rússia para manter o back number vermelho. Pelo menos esse ano, aí ano que vem me manter também para em 2016 mudar para o dourado.
Estou com o vermelho, mas o objetivo é o dourado - revelou Rafaela, que se tornou, no Rio, em 2013, a primeira judoca brasileira a conquistar um ouro em mundiais.
Rafaela e Sarah posam com seus back
numbers vermelho e dourado
(Foto: Reprodução/Facebook)
Campeã mundial júnior em 2008 e dona de uma medalha de prata no mundial adulto, em Paris 2011, a atleta do Instituto Reação sabe do peso de defender um título, mas acredita que o status de campeã e toda a cerimônia que envolve a apresentação dos atletas momentos antes das lutas pode contribuir para um maior respeito das rivais:
(O adversário) Ele tem um respeito maior porque está vendo o seu back number ali nas costas. Então ele sabe que vai ser uma luta dura e vai te respeitar"
Rafaela Silva
Ao contrário do ano passado, quando Rafaela chegou na ponta dos cascos para o Mundial do Rio, esse ano a atleta teve problemas durante sua preparação. Ainda na Europa, lesionou a mão esquerda, mas teve o aval da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para competir no Grand Slam de Tyumen, quando perdeu logo na primeira luta. Durante o treinamento de campo, na Alemanha, Rafaela não colocou o quimono e iniciou o trabalho de recuperação, já que não havia sido liberada pelos médicos para treinar.
Faltando apenas três semanas para o Mundial de Chelyabinsk, a campeã do mundo voltou a treinar, sempre com o monitoramento dos médicos da Confederação. Ela afirma que, com um curativo na mão, consegue treinar sem sentir dores:
- Eu já estava machucada na Alemanha. A Confederação ia me cortar do Grand Slam de Tyumen, antes do treinamento na Alemanha. Mas eu falei que precisava competir porque se eu fosse competir e no meio da competição tivesse uma lesão, eu queria ver como iria reagir. Deus me livre, mas se eu me machuco nas Olimpíadas, vou querer tentar continuar mesmo lesionada. Na Alemanha, eu não coloquei o quimono nem um dia. O médico não tinha me liberado para treinar, pediu ressonância. Fui liberada para treinar só agora. Estou com duas grandes inflamações no ligamento da mão esquerda, que me limitam de fazer alguns movimentos sem dor. Estou fazendo fisioterapia duas vezes por semana. Faço uma bandagem e estou conseguindo treinar sem dor.
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Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ, e Rosicléia Campos, técnica da seleção feminina, garantem que Rafaela "zerou a lesão" e treina sem dores às vésperas do Mundial. Ele aposta que a carioca tem chances de lutar pelo título, apesar de a preparação não ter sido a ideal por conta da lesão.
- A Rafaela zerou a lesão, está sem dor alguma. Foram feitas reavaliações de imagem para o médico fazer uma melhor avaliação. E uma atleta como a Rafaela, que tem um lastro fisiológico, lastro técnico como chamamos, tem essa bagagem. Eu acredito que ela teve muita pouca perda, se é que teve alguma. A Rafaela suporta bem a dor. A única coisa que a gente não quer é colocar a integridade física dela em risco. Hoje ela está sem dor, pelo menos é o que ela relata, mas não descarto a possibilidade dela sentir dor durante a competição, já que o ritmo é mais puxado que nos treinos. Se isso acontecer, acho que ela tem a cabeça boa para suportar desde que não comprometa a condição de saúde dela. Ela se transforma em competição, é uma diversão para ela. É uma atleta diferenciada, pode fazer um bom Mundial - avaliou Ney.
- Ela está zerada, feliz, treinando sem dor e confiante. Acompanhei um pouco o treinamento dela nessa última semana. A Rafaela gosta e é movida a desafios. Tem o desafio de conquistar o bicampeonato. E eu vejo isso com ótimos olhos. A gente tem uma responsabilidade grande pelo ano passado. Acho que vem mais de uma medalha de ouro por aí - aposta Rosicléia.
O SporTV transmite o Mundial da Rússia, que começa dia 25 e vai até o dia 31 de agosto. O GloboEsporte.com acompanha as finais com brasileiros em ação em Tempo Real. As eliminatórias serão às 2h (de Brasília), enquanto as finais iniciam às 8h (de Brasília). Rafaela luta pelo bi no terceiro dia de disputas, 27 de agosto.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/judo/noticia/2014/08/para-poucas-rafaela-tenta-manter-o-back-number-de-campea-mundial.html
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