sábado, 7 de junho de 2014

Brasil é atropelado pelo Irã e sofre o seu quarto revés em seis jogos na Liga

Derrotada pelo país asiático pela primeira vez, seleção brasileira masculina comete muitos erros e vai tentar se recuperar na competição em seis partidas no exterior


Por São Paulo

A vida não anda nada fácil para o vôlei masculino brasileiro. Responsável por tantas glórias para o esporte nacional, ele vive o seu pior início de temporada desde que se tornou uma grande potência do esporte, conquistando todos os títulos possíveis. A decepção da vez foi a derrota deste sábado para o Irã por 3 sets a 0 (25/18, 25/21 e 25/22), no Ibirapuera, em São Paulo. Foi nada menos do que o quarto revés dos comandados do técnico Bernardinho em seis partidas na edição de 2014 da Liga Mundial, competição disputada anualmente em que o Brasil é o recordista de conquistas, com nada menos do que nove canecos.


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  •  Saiba como foi o jogo, lance a lanceA seleção brasileira jamais havia sido derrotada na história pelo Irã, que vive o seu melhor momento. Antes do resultado negativo deste sábado, a equipe nacional vinha de um triunfo suado sobre os asiáticos, na sexta-feira, de duas derrotas para a Itália, em Jaraguá do Sul, e de uma vitória e uma derrota para a Polônia, em Maringá. 
- O Irã mostrou qualidade e o Brasil não mostrou qualidade hoje (sábado). O nosso sistema defensivo não funcionou, o saque foi irregular. É difícil jogar a Liga sem sacar forte. O grande responsável sou eu, eu estava com a crença de que iríamos fazer melhor, mas não tivemos consistência. Agora, é correr atrás e reverter isso lá fora. Talvez, a gente consiga reencontrar o nosso jogo. Eu peço desculpas para as pessoas que vieram nos ver, é frustrante jogarmos tão mal - comentou Bernardinho, logo após a partida, ainda na quadra.

Brasil x Irã Liga mundial (Foto: Divulgação/FIVB)
Iranianos vibram com ponto durante a 
vitória inédita sobre o Brasil ]
(Foto: Divulgação/FIVB)

Depois dos dois jogos em São Paulo, a seleção, segunda colocada no Grupo A, apenas por ter feito mais jogos, já viaja na madrugada desta segunda-feira ao exterior para encarar, na casa dos rivais, o próprio Irã, a Polônia e a Itália, nos próximos finais de semana. Serão seis partidas e a chance de se recuperar na Liga Mundial. Os dois primeiros de cada grupo avançam. Atualmente, o Brasil é o terceiro colocado do Grupo A, atrás de Itália e Polônia. Como sediará a fase final, em Florença, entre 16 e 20 de julho, os italianos já estão garantidos, portanto, se eles ficarem em primeiro ou segundo, a chave classificará também o terceiro lugar.


O jogo
O Brasil começou a partida com uma formação diferente da que iniciou o jogo de sexta-feira contra o Irã. O levantador Rapha ganhou a posição de Bruninho e Leandro Vissotto, que fez seis pontos no tie-break, deixou Wallace no banco de reservas. Assim, Bernardinho escalou Rapha, Maurício, Lucarelli, Sidão, Lucão e Vissotto, além Mário Jr., o líbero. Assim como aconteceu no dia anterior, o Irã mostrou logo nos primeiros minutos que lutaria bastante. Os asiáticos abriram o placar com Mahmoudi, maior pontuador do primeiro jogo, e ficaram à frente pelos primeiros nove minutos de bola rolando. Eis que Lucarelli foi para o saque e forçou muito bem o serviço. Com a dificuldade adversária na recepção, Brasil acertou três contra-ataques e empatou o marcador em 9 a 9. Mas logo os visitantes voltaram a liderar, contando com ataques eficazes de Mahmoudi  e Mirzajanpour.

Quando viravam a bola, os brasileiros acabavam cedendo pontos em saques na rede, situação que tirava Bernardinho do sério.  Outro motivo de irritação do treinador eram as constantes falhas de recepção e passe do líbero Mário Jr., que levou uma sonora bronca do técnico durante um tempo técnico. Enquanto isso, os iranianos iam pontuando e ficando perto de vencer o set inicial. Eles chegaram a abrir 24 a 17, após erros de Maurício e Lucarelli. Pouco depois, o primeiro torceu o tornozelo, caiu na quadra e não pôde mais voltar para a partida, sendo substituído pelo experiente Murilo. Enquanto os brasileiros estavam preocupados com a lesão, Mahmoudi, sempre ele, fez o 25º ponto iraniano, fechando o primeiro set em 25/18 para o Irã, após 27 minutos de ação.

Brasil x Irã Liga mundial (Foto: Divulgação/FIVB)
Falhas do líbero Mário Jr. no passe 
contribuíram para a derrota brasileira 
(Foto: Divulgação/FIVB)

O segundo set começou com os visitantes novamente abrindo o placar e se mostra mais eficaz. O Brasil continuava tendo dificuldade no passe. Como a bola chegava mascada nas mãos de Rapha, ele não conseguia alimentar com qualidade o ataque brasileiro, facilitando a defesa rival, que vivia bom momento.  O jeito era se entregar mais em quadra para superar as adversidades. Foi isso que começou a fazer o sexteto da casa, empurrado pela torcida que compareceu em grande número ao Ibirapuera. Com raça e mais dedicação, o time da casa empatou o placar em 11 a 11 e deu pintas de que poderia finalmente assumir a dianteira. Mas aí os erros voltaram a atrapalhar a vida dos comandados de Bernardinho. Lucarelli sacou na rede, Sidão mandou a bola para fora Vissotto foi bloqueado.

Os 14 a 11 do Irã irritaram Bernardinho, que pediu tempo e deu mais uma bronca nos jogadores.  Pouco depois, como já era previsto, ele colocou Wallace e Bruninho em quadra, nos lugares de Vissotto e Rapha, respectivamente. A equipe nacional ficou mais energizada e virou algumas bolas boas. Porém, a cada ponto do time de amarelo, o time de vermelho respondia logo em sequência, impedindo que a seleção brasileira seque encostasse mais no marcador. Mesmo assim, a lutava continuava. O Irã chegou a abrir 24 a 17, o Brasil reagiu e fez quatro pontos em sequência. Mas Sidão sacou na rede e os iranianos venceram a segunda parcial por 25/21, em 27 minutos de set.

O terceiro set começou com uma novidade. Ao sair na frente, com Wallace, o Brasil ficou à frente no placar pela primeira vez na partida. E foi assim que o terceiro set ia caminhando. Além da entrega brasileira, o Irã passou a errar muito mais do que nas outras parciais, facilitando a reação dos mandantes.

Outro fato que fundamental foi o crescimento do oposto Wallace, que começou a pontuar mais. Só que os iranianos aos poucos foram recuperando o bom desempenho e empataram em 13 a 13, com um bonito bloqueio. Mas lá estava Lucão para não deixar que eles passassem à frente.Isso durou pouco tempo, pois o Irã se desgarrou do placar. E, apesar de o Brasil ter feito alguns pontos em sequência, a melhor qualidade iraniana neste sábado fez com que o país asiático tivesse três match points para fechar o jogo. O Brasil salvou um, mas no seguinte, Lucão errou e o Irã fechou o terceiro set e o jogo, vencendo pela primeira vez na história a poderosa seleção brasileira


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