Que venham muitos: bem jogado, 1º Gre-Nal de 2014 termina empatado

Inter abre o placar com Fabrício, mas Barcos deixa tudo igual em pênalti de Paulão. Jogo é aberto, cheio de opções e repleto de candidatos a heróis - fica para próxima

Por GloboEsporte.comPorto Alegre

O Gre-Nal da Arena ainda procura o seu vencedor. Neste domingo, no segundo clássico na nova casa azul, o primeiro embate de 2014, Grêmio e Inter novamente empataram em 1 a 1. Mas não faltaram, ao longo dos tensos e até bem jogados 90 minutos, candidatos a herói. Poderia ter sido Muriel ou Marcelo Grohe, dupla de defesas incríveis. Quem sabe a novidade de última hora Luan, de algum destaque na etapa inicial. Fabrício sentiu o gosto da proeza ao calar seus críticos e abrir o placar, sem falar da atuação consistente. Isso até Paulão cometer pênalti - que gerou muita reclamação dos colorados - aos 32 minutos do segundo tempo. E Barcos, possível vilão por perder chances claras, esbanjou categoria para finalizar o clássico 399 em 1 a 1, pela sétima rodada do Gauchão.

Um Gre-Nal de começo de temporada, sem reflexos na tabela do estadual, mas que serviu para tisnar a campanha antes impecável no Inter. O Colorado perdera os 100% de aproveitamento, havia vencido os outros seis jogos. Mesmo assim, segue líder do Grupo A, com 19 pontos. Em situação tranquila também está o Grêmio no Grupo B, ponteiro com 12 pontos. O mesmo não se pode afirmar de Enderson Moreira. Um Gre-Nal de começo de temporada, mas que, para o novato técnico, serviu para sentir a pressão da torcida. Fora, diante de 24.572 almas, vaiado ao sacar Zé Roberto próximos aos acréscimos

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Agora, o Grêmio dá um tempo no Gauchão e parte para seu maior desafio na temporada. Na quinta-feira, no Parque Central, em Montevidéu, estreia na Libertadores diante do Nacional-URU - viaja após o treino da manhã de terça. Já o Colorado tem uma semana cheia para avaliar esse empate - o 125º dos Gre-Nais, com 149 vitórias vermelhas e 125 triunfos tricolores. No sábado, possivelmente no novo Beira-Rio, encara o Cruzeiro-RS, pela oitava rodada do Gauchão. O Grêmio visita o Esportivo no domingo.

 

Alex ficou devendo, mas jovem Wendell foi bem 

no Gre-Nal 399 (Foto: Wesley 

Santos/Agência PressDigital)

Enderson muda, Abel dá de ombros

Numa Porto Alegre envolvida por um calor histórico, diante de uma interminável greve de rodoviários, era esperado que a Arena não estivesse lotada. Assim como era previsível o time que o Inter colocaria em campo, sem mistérios. Enderson escondeu até o último momento. E surpreendeu. Jean Deretti era o mais cotado, mas o substituto de Kleber, lesionado, foi Luan. Além dele, Riveros desbancou Maxi Rodríguez. Surpreendeu? Nem a todos.

Aos 61 anos e rumo ao 15º Gre-Nal, Abel jamais se mostrou surpreso com as novas cartas de Enderson, 42 anos, novato na área, à exceção de um clássico pelo Inter B em 2011. E tratou de cumprimentar o amigo dos tempos de Fluminense, lascando uma curiosa frase:

- Se não tivesse Gre-Nal, seria uma maravilha para a gente trabalhar aqui.

E se não houvesse Muriel… Abel teria desmanchado seu sorriso mais cedo. Porque foi por causa do goleiro, às vezes criticado pela torcida, substituto do titular machucado Dida, que o Grêmio não abrira o placar. Partiu do time de Enderson, o mandante, as melhores chances do Gre-Nal. O que não deixa de ser previsível. 

 

Muriel defende o chute de Edinho do Grêmio no 

Gre-Nal 399 (Foto: Diego 

Guichard/GloboEsporte.com)

 

Barcos perdeu as melhores oportunidades. Aos 11, não alcançou cruzamento de Zé Roberto. Logo depois, aos 15, após bela finta sobre a zaga, viu o gol se descortinar. Até Muriel sair do gol e, com as pernas, aninhar a bola e salvar o Inter. Dois minutos antes, Fabrício, o sempre candidato antecipado a vilão para os colorados, puxara Pará na área, mas Leandro Vuaden mandara seguir.

A novidade Luan estava à vontade, como se ainda vestisse o manto do time B de Marcelo Mabília. Arriscou seus chutes, emendou arrancadas e providenciou cruzamentos precisos. 
Enquanto isso, D’Alessandro, pouco a pouco, começava a se tornar proprietário do meio-campo. E quem esperaria o contrário? Afinal, o argentino faz seu 20º Gre-Nal, no qual marcou sete gols. Conhece o clássico como se estivesse no primeiro dos embates, em 1909.

Fabrício, do quase pênalti ao gol

Fabricio comemora gol no primeiro tempo
(Foto: Wesley Santos / Pressdigital)

 

Quem quase marcou, no entanto, foi Edinho. Justamente o volante, um ex-colorado que ganhou o mundo de vermelho, arriscou de fora da área aos 33 minutos. A bola ainda roçou em Juan. Só para dificultar o milagre de Muriel. Voo certo, espalmou a bola. Salvador mais uma vez. Um herói improvável surgia, numa noite em que se avolumavam certezas.

E o que dizer de Fabrício? Pegue as doses de incertezas e apuros sofridos por Muriel no ano passado, multiplique algumas vezes e… chegará à dura relação entre torcida e lateral. Que, quem sabe, possa ganhar um novo capítulo, de trégua ou até reconciliação. A parte de Fabrício foi feita. Aos 42 minutos, recebeu livre na área passe de Willians, que procurava Jorge Henrique, mas este, marcado por Pará, acabou deixando passar. Da canhota do lateral-esquerdo, um foguete que resvalou em Grohe: 1 a 0.

- Acreditei no passe do Willians. Fui feliz de fazer o gol. Agora é voltar melhor para o segundo tempo, tomamos um sufoco - avaliou Fabrício, tão consciente quanto no momento de deslocar o goleiro azul.

Paulão vacila. Barcos... não

Barcos vibra com empate suado quase no fim
(Foto: Wesley Santos / Pressdigital)

 

E o intervalo não amansou o ímpeto de "acerto de contas" do Inter. A um minuto, Aranguíz cruzou para Rafael Moura. O cabeceio pingou no canto, e Grohe praticou defesa gigante, do tamanho da Arena. He-Man... o mesmo a travar duelo particular com a torcida no domingo passado, ao marcar e ser vaiado, diante do Cruzeiro-RS. Foi por pouco. Já a supremacia colorada no segundo tempo se mostrou larga, contundente. Elétrico na etapa inicial, o gremista Luan sumiu, assim como Zé Roberto. Quem estava mal, seguiu mal. Casos de Ramiro e Pará.

Aos 12, a Arena rugiu. Por substituições. Enderson chamou Jean Deretti e Maxi Rodríguez, inicialmente cotados pela imprensa para começarem como titulares. Saíram Ramiro e Luan. O time até melhorou, mas insuficiente para converter em chances claras. Assim, o jogo seguia nas mãos do Inter. Até os 32 minutos, quando a bola caiu no braço de Paulão após confusão aérea na área colorada. Pênalti. D'Alessandro, como de costume, se enervou. Levou amarelo. Dois minutos depois, Barcos, calmo como sempre, converteu. Como fizera no Gre-Nal de 4 de agosto passado, o primeiro da Arena. Lá, abrira o placar. Desta vez, encerrou. E o Gre-Nal da Arena ainda procura o seu vencedor.

grêmio 1 x 1 inter

Marcelo Grohe; Pará, Rhodolfo, Werley, Wendell; Edinho, Riveros, Ramiro (Jean Deretti), Zé Roberto (Alán Ruiz); Luan (Maxi Rodríguez), Barcos

Muriel; Gilberto, Paulão, Juan, Fabrício; Willians, Aránguiz, Alex (Alan Patrick); D'Alessandro, Jorge Henrique (Otávio); Rafael Moura (Wellington Paulista)

Técnico: Enderson Moreira

Técnico: Abel Braga

Gols: Fabrício (I), aos 42 minutos do primeiro tempo. Barcos (G), aos 34 do segundo

Cartões:  Luan, Ramiro (G). Gilberto, Fabrício, Paulão, D'Alessandro e Rafael Moura (I).

Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/campeonato-gaucho/noticia/2014/02/que-venham-muitos-bem-jogado-1-gre-nal-de-2014-termina-empatado.html