Após ver Cristiano Ronaldo 'sobrar' mesmo sem títulos em 2013, argentino inicia ano descansado. Se mantiver ascensão, brasileiro tem chances reais em eleição da Fifa
A história não pode ser contrariada. Em ano de Copa do Mundo, as chances de um jogador ser eleito o melhor jogador do mundo crescem exponencialmente se estiverem atreladas ao sucesso especialmente entre junho e julho. Para Lionel Messi e Neymar, superados por Cristiano Ronaldo na votação de 2013 da Bola de Ouro, o Mundial soa como um poderosíssimo aliado na rota do prêmio individual mais cobiçado - até que se prove o contrário...
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Não
que Cristiano Ronaldo também não tenha chances. Quando conta com o
melhor atleta do planeta, Portugal torna-se um adversário perigoso - a
Suécia de Ibrahimovic que o diga. Mas não favorita. É aí que o craque do
Real Madrid se difere do argentino e do brasileiro na Copa do Mundo -
até que se prove o contrário...Há um contundente argumento para acreditar num 2014 glorioso para Messi. Ele está descansado. Em sua estreia no ano, precisou de poucos minutos para marcar duas vezes, contra o Getafe, pela Copa do Rei. Por ainda estar recuperando o ritmo após dois meses de ausência graças a uma nova lesão muscular na coxa esquerda, o camisa 10 do Barcelona ficou no banco de reservas diante do vice-líder Atlético de Madrid no fim de semana. Jogou pouco e não conseguiu decidir e furar a melhor defesa do Campeonato Espanhol.
Neymar e Messi dão show juntos pelo
Barcelona, mas só um deles poderá
vencer a Copa do Mundo
(Foto: Getty Images)
Descansar é preciso
As lesões perseguiram Messi em 2013. Foi o seu pior ano em relação ao aproveitamento de jogos desde que engrenou uma sequência como titular do Barça. Ser um desfalque na reta final da Liga dos Campeões acabou sendo fundamental para o "tetracampeão" adiar o sonho do "penta".
Ainda assim, manteve ótima média de gols (0,95, com 45 gols em 47 partidas) e só perdeu para Cristiano Ronaldo por 160 pontos.
Messi sequer marcou um gol na
Copa de 2010, mas levou a Bola
de Ouro (Foto: Getty Images)
Luciano Garzo, jornalista argentino do portal "Goal.com", vê a redução de partidas como um fator importante dentro das metas de Messi.
- Acho muito importante que Messi não tenha jogado tantas partidas nas últimas semanas e também considero que o feito de jogar contra o Manchester City na Champions pode significar a eliminação do Barça. Isso teria dois aspectos positivos: Messi ficaria muito irritado e isso pode "obrigá-lo" a jogar muito melhor na Copa, e também, logicamente, só jogaria Copa do Rei e as partidas da Liga, então descansaria muito.
Messi é o responsável por ser o único a contrariar a lógica das premiações da Bola de Ouro. Em 2010, ele foi eliminado com a Argentina ainda nas quartas de final da Copa do Mundo, mas venceu a concorrência com os companheiros Xavi Hernández e Andrés Iniesta, campeões com a Espanha na África do Sul. Antes, Fabio Cannavaro, Ronaldo, Zidane e Romário uniram as duas glórias. De 1990 para trás, quando existia apenas a premiação da "France Football", Lothar Matthäus, Paolo Rossi e Bobby Charlton foram outro agraciados.
- A comparação entre Messi e Diego Maradona poderia chegar ao seu final se a Argentina ganhasse o Mundial no Brasil. No México, em 1986, quatro anos depois de uma guerra, Maradona ganhou quase sozinho um jogo contra a Inglaterra que significou uma vitória histórica para os argentinos. O mesmo seria se Leo ganhasse a Copa no Brasil. Acho que depois isso, ele ficará para sempre no Olímpo dos futebolistas mundiais e não se poderá dizer nada mais dele - opinou Luciano.
Messi e a esposa Antonella: craque admitiu que
ficou 'muito tempo fora' em 2013 (Foto: AFP)
De 13º para quinto. E agora?
Neymar vive outra realidade. Ainda com 21 anos (cinco a menos que Messi), o brasileiro procura se desvencilhar da sombra do argentino no Barcelona para desabrochar como o grande craque que todos anseiam. A Copa das Confederações já foi um grande aviso, com letras garrafais: ele está pronto para brilhar em alto nível.
A ascensão é notória e foi culminada com a sua melhor colocação na Bola de Ouro. Em 2011, foi o 10º, com 1,12% dos votos depois de ter vencido a Taça Libertadores pelo Santos. Em 2012, ainda no Peixe, ficou em 13º, com 0,61%, num ano fraco coletivamente - marcado pela decepção nas Olimpíadas de Londres. O quinto lugar em 2013 veio após atuações de gala na Copa das Confederações e primeiros meses positivos no Barcelona.
- Sem dúvida nenhuma, quando você consegue vitórias coletivas, as individuais vêm em seguida. Se a Seleção for bem coletivamente, crescem as chances de você concorrer por algum título individual. Com a vinda dele para o Barcelona, há chances. Ele compete pela seleção mais vitoriosa de todos os tempos, e isso aumenta a visibilidade que ele tem. Hoje ele compete contra os melhores - afirmou o lateral-direito Daniel Alves, companheiro de Neymar no Barça e na Seleção.
No que depender do seu discurso, no entanto, a Bola de Ouro não passa pela cabeça de Neymar num ano recheado de tantos desafios coletivos.
- A minha preocupação não é a Bola de Ouro, não. A minha preocupação é ajudar o Barcelona e a Seleção na Copa - encerrou, com sua peculiar humildade. Até que se prove o contrário...
Show contra a Espanha e título da Copa das
Confederações impulsionaram Neymar para
a quinta colocação (Reuters)
Confira os vencedores da Bola de Ouro em anos de Copa
*A Fifa iniciou sua premiação a partir de 1991. A unificação com a "France Football" aconteceu em 2010
1958 - Raymond Kopa (França/Real Madrid)
1962 - Josef Masopust (República Tcheca/Dukla Praga)
1966 - Bobby Charlton (Inglaterra/Manchester United)
1970 - Gerd Müller (Alemanha/Bayern de Munique)
1974 - Johan Cruyff (Holanda/Barcelona)
1978 - Kevin Keegan (Inglaterra/Hamburgo)
1982 - Paolo Rossi (Itália/Juventus)
1986 - Igor Belanov (URSS/Dínamo de Kiev)
1990 - Lothar Matthäus (Alemanha/Inter de Milão)
1994 - Hristo Stoichkov (Bulgária/Barcelona) / Romário (Brasil/Barcelona) pela Fifa
1998 - Zinedine Zidane (França/Juventus)
2002 - Ronaldo (Brasil/Real Madrid)
2006 - Fabio Cannavaro (Itália/Juventus)
2010 - Lionel Messi (Argentina/Barcelona)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2014/01/messi-e-neymar-precisam-de-copa-como-aliada-em-rota-da-bola-de-ouro.html
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