Promoção de evento em Newark fica escondida em meio à expectativa do futebol americano, mas povo nas ruas repara e apoia legalização do MMA
Todavia, a exposição e propaganda do UFC 169 está sendo engolida pela megalomania do Super Bowl, grande final da NFL (liga profissional de futebol americano). Pelos outdoors e telões de Nova York, pouco se vê de Renan Barão, Urijah Faber, José Aldo ou Ricardo Lamas. As ruas estão tomadas por sets de filmagem montados especialmente para transmissões ao vivo de emissoras americanas, todas tratando do futebol americano. A Times Square, centro de comércio e entretenimento, virou a "Super Bowl Boulevard", onde acontecem sessões de perguntas com astros do esporte, discursos de autoridades da liga, oportunidades de foto com o Troféu Vince Lombardi e shows musicais. Até no hotel que recebe os lutadores do Ultimate, há uma loja com itens de colecionador do Super Bowl e diversos sinais dando as boas-vindas aos fãs de futebol americano.
O UFC vai ganhando seu espaço aos poucos, pelas beiradas. Na terça-feira, realizou coletiva de imprensa na capital do estado, Albany, para lançar uma campanha pela legalização do MMA em Nova York. No mesmo dia, Ricardo Lamas, desafiante ao cinturão dos pesos-penas, participou do "Media Day" do Super Bowl, no Prudential Center - sede do UFC de sábado - e interagiu com jogadores e celebridades do país. Na quarta, Urijah Faber, Frank Mir e até Chris Weidman, campeão dos pesos-médios, participaram de programas de TV e rádio em Nova York.
(Fotos: Adriano Albuquerque)
O Combate.com foi às ruas de Nova York para pesquisar o que a população pensa a respeito do assunto. A maioria dos entrevistados se colocou a favor da legalização, enquanto uma minoria disse estar indecisa, o que sinaliza uma virada na opinião pública. (Veja no vídeo acima). Pesquisa realizada em novembro de 2013 pelo instituto Global Strategies Group apontou que 45% dos eleitores do estado apoiam a legalização do esporte, contra 28% que se opõem, e 27% que não têm opinião formada.
Nos últimos três anos, projetos para legalizar o MMA passaram por comissões da Assembleia Legislativa do estado, mas não chegaram à votação no plenário. A legalização ainda encontra oposição tanto no Partido Democrata quanto no Partido Republicano, e a direção do UFC insiste que membros da Culinary Union, sindicato que representa trabalhadores em hotéis e cassinos em Las Vegas, financiam essa frente como retaliação aos irmãos Fertitta, proprietários do evento, que não empregam funcionários sindicalizados em seus cassinos na cidade.
Será difícil manter essa oposição com a máquina por trás da campanha pela legalização. Além do apoio de uma grande emissora americana, que exibe o Super Bowl neste domingo, o UFC conta com o líder da bancada majoritária da Assembleia, o senador Joseph D. Morelle, e apresenta números altos, como a promessa de uma receita de US$ 135 milhões anuais por todo o estado em atividades geradas por eventos de MMA. Se essa frente tiver sucesso, quem sabe, em alguns anos, o Ultimate possa competir de igual para igual com o Super Bowl na "Grande Maçã".
Lutadores do UFC 169 vestem camisas dos
times participantes do Super Bowl
(Foto: Adriano Albuquerque)
UFC 169
1º de fevereiro de 2014, em Newark (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-galo: Renan Barão x Urijah Faber
Peso-pena: José Aldo x Ricardo Lamas
Peso-pesado: Frank Mir x Alistair Overeem
Peso-mosca: John Lineker x Ali Bagautinov
Peso-leve: Jamie Varner x Abel Trujillo
CARD PRELIMINAR
Peso-leve: John Makdessi x Alan Nuguette
Peso-mosca: Chris Cariaso x Danny Martinez
Peso-médio: Nick Catone x Tom Watson
Peso-leve: Al Iaquinta x Kevin Lee
Peso-médio: Clint Hester x Andy Enz
Peso-leve: Tony Martin x Rashid Magomedov
Peso-meio-médio: Neil Magny x Gasan Umalatov
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