sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Atacante é dispensado e despejado do Brinco; cartola vê 'ato político'

Manoel tenta passar a noite no estádio do Guarani, mas seguranças do clube o tiram do local. Presidente Álvaro Negrão acusa vice Horley Senna de tumultuar ambiente

Por Campinas, SP

Manoel reforço Guarani (Foto: Warley Meneses/Guarani FC) 
Manoel: dispensado pelo Bugre (Foto: Warley
Meneses / Guarani FC)
 
Manoel está literalmente fora do Guarani. Dispensado pelo clube na semana passada, por deficiência técnica, o atacante de 21 anos ainda permanecia nos alojamentos do Brinco de Ouro até esta quinta-feira, mas acabou sendo despejado por ordem do clube. 

O jogador alega que tem contrato a cumprir e, por não ser de Campinas, não tem para onde ir. Já a diretoria diz que deu um prazo ao jovem para encontrar um novo lugar para viver e não pode ter um ex-funcionário morando nos alojamentos do estádio. 

Em meio a esse imbróglio estão dois vice-presidentes (Horley Senna e Palmeron Mendes Filho), acusados por Álvaro Negrão, mandatário do Bugre, de influenciar o garoto com o intuito de tumultuarem o ambiente. O Guarani passa por processo eleitoral em março, e Senna deve ser o adversário de Negrão nas urnas.

Fui pego de surpresa. Peguei minhas coisas e tive de sair do estádio"
Manoel, atacante desalojado
 
A polêmica entre Guarani e Manoel ganhou grande repercussão por causa dos fatos desta quinta. O atacante estava no Brinco de Ouro nesta tarde e foi comunicado por um segurança de que teria de ir embora imediatamente. Indignado, o atacante deixou os quartos com duas malas e reclamou do tratamento do clube. Ele recebe R$ 2 mil em carteira.

– Fui pego de surpresa. Peguei minhas coisas e tive de sair do estádio. Tinha um ano de contrato, foi feita a proposta de acerto. Só que eu programei minha vida em cima desse ano. Noivei agora no Natal. Não tem como, de maneira nenhuma, pegar e sair com os dias trabalhados e achar que está tudo bem, sem ter para onde ir – afirmou o atleta, em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas.

Manoel pegou um táxi, deixou o Brinco de Ouro e partiu para um hotel. O atacante diz que terá ajuda de empresários para ficar na cidade até encontrar um novo clube ou entrar em acordo com o Guarani. 

– Meu empresário vai me mandar uma quantia para eu me virar aqui por enquanto. Não tenho nada contra o Álvaro, nem os dirigentes, nem nada contra a instituição, mas temos de resolver essa situação. Queria sair da melhor maneira possível, porque o mundo da bola dá voltas – disse o atacante, que tinha contrato com o Bugre até 11 de dezembro deste ano.

Briga política
Fizemos a mesma coisa com cinco atletas e não tivemos trabalho. O Manoel não aceitou o acordo, foi intransigente, mal orientado e tem segundas intenções, ligado ao grupo que é dissidente"
Álvaro Negrão, presidente do Guarani
 
A diretoria do Guarani divulgou uma versão diferente do fato. Segundo o clube, Manoel foi informado da dispensa por deficiência técnica na última quarta-feira e ganhou um prazo de uma semana para deixar o Brinco de Ouro. Como o prazo dado pelo Bugre acabou, os dirigentes ordenaram que ele não entrasse mais no clube. 

Irritado com a repercussão, o presidente Álvaro Negrão acusou Horley Senna, primeiro vice e provável candidato da oposição nas eleições de março, de influenciar o jogador.

– Infelizmente, começou a política no Guarani. O Manoel foi comunicado pelo Simplício (coordenador de futebol) e pelo Giardini (diretor) que não ficaria por deficiência técnica. Tinha data limite para sair. O acordo não foi aceito, ele queria receber os 12 meses de contrato. Já se passaram nove dias e ele foi aconselhado a ficar, pelo grupo do Palmeron e também do Horley. 

Fizemos a mesma coisa com cinco atletas e não tivemos trabalho. O Manoel não aceitou o acordo, foi intransigente, mal orientado e tem segundas intenções, ligado ao grupo que é dissidente – reclamou o presidente.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times
/guarani/noticia/2014/01/atacante-e-
dispensado-e-despejado-do-brinco-cartola
-ve-ato-politico.html

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