domingo, 22 de dezembro de 2013

Preparado, Spider garante não mudar jeito de lutar: 'Não vou estar feliz'

Com revanche contra Chris Weidman marcada para o dia 28, Anderson se diz mais amadurecido e preparado, fala dos erros e dos acertos, e se coloca em outro patamar

Por Los Angeles, Estados Unidos

A 'Luta do século'. É o que alguns fãs de MMA dizem por aí sobre a revanche de Anderson Silva contra Chris Weidman, no dia 28 de dezembro, em Los Angeles. No dia 6 de julho, após seis anos e nove meses de invencibilidade, o brasileiro perdeu o cinturão dos médios do UFC para o americano. Da derrota, Anderson tirou algumas lições. Em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, direto de Los Angeles, Spider mostrou confiança e respeito com o adversário, mas muita determinação para vencer. Até perder o cinturão, o lutador acumulou 17 vitórias seguidas e 10 defesas de título consecutivas, obtendo, assim, a maior sequência de vitórias e de títulos de defesa na história do UFC. Por isso, ele é considerado o melhor lutador de artes marcias mistas, o MMA. Abaixo, leia a entrevista na íntegra, ou assista ao vídeo acima.

 VAI MANTER O ESTILO PROVOCATIVO NA SUA LUTA?
- Claro, caro, não posso mudar meu jeito de lutar senão não vou estar feliz. Vou continuar lutando do mesmo jeito que sempre lutei. Acredito que ele pode esperar muita emoção, acredito que vou poder dar uma alegria legal, um presente de Natal para o povo brasileiro, para todos os meus fãs, é bem bacana.

 

A REVANCHE É UM RECOMEÇO?
- Você está sempre se reinventando. As palavras imortalizadas em filmes são perfeitas (revanche), mas a vida bate muito mais forte. Depois da minha derrota eu percebi isso, a gente cai para levantar. Tenho que agradecer a todos os meus amigos e às pessoas que acreditaram que eu poderia dar a volta por cima. Vou trabalhar forte, como a gente já tem feito, para ir lá e vencer.

NOVO ANDERSON SILVA?
- Será um Anderson com a cabeça no lugar, acho que tudo que acontece na vida da gente é para melhorar, em todos os sentidos. Se aprende com os erros, com as derrotas, e  isso me fez mais forte, me fez mais sábio e mais maduro também. Vai ser um Anderson totalmente diferente de todas as outras lutas. Porque vou estar mais concentrado, vou estar mais atento a algumas coisas, tanto fora quanto dentro do octógono. Isso vai ser fundamental para que a gente vença.


Karin Duarte entrevistou Anderson Silva em Los Angeles (Foto: Reprodução TV GLOBO) 
Karin Duarte entrevistou Anderson Silva em Los
Angeles (Foto: Reprodução TV GLOBO)

O QUE MUDOU?
- Agora eu me conheço melhor. Consigo me controlar melhor, acho que precisei deste tempo todo que estou treinando. Essa derrota que tive serviu para reavaliar o que eu tinha que mudar, o que eu não tinha que mudar e serviu para me tornar uma pessoa melhor, um atleta melhor e mais preparado. Todas as coisas que aconteceram serviram para que eu amadurecesse bastante.


ESTÁ MAIS FORTE PSICOLOGICAMENTE?
- Ah, você sempre está mais forte depois que passa por uma tempestade, ou uma situação em que você precisa se reinventar.  Isso acaba te deixando mais experiente e, consequentemente, mais forte.


CRÍTICAS
- Crítica é sempre bom quando você tem a cabeça aberta como um paraquedas. É sempre bom porque você consegue separar, colocar a cabeça no lugar e aceitar a crítica como uma coisa construtiva.


ADVERSÁRIO
- Ele é um grande campeão e fez bem o trabalho dele. Vamos fazer uma nova luta e agradeço por ele ter me dado esta oportunidade de lutar de novo contra ele.


O CINTURÃO É O MAIOR OBJETIVO?
- Sempre digo que o cinturão é um símbolo de um dos maiores eventos de MMA na atualidade, senão o melhor, mas não é tão importante quanto ir até lá e conseguir fazer o seu trabalho da forma que você se preparou e se dedicou para fazer, para ter o resultado que você necessita. Não estou pensando no cinturão, mas sim em ter o resultado positivo que a gente vem buscando durante todos esses anos, durante toda a trajetória da minha carreira. Não estou preocupado com cinturão, estou preocupado em levar a vitória para o Brasil. Cinturão é consequência.

 
APOIO E AMIGOS
- Nesses quatro meses que passei  treinando, percebi as quem são as pessoas que realmente que estão do meu lado, as que não estão, e quem são meus amigos de verdade.

ISOLAMENTO DA MÍDIA
- Eu preferi me manter longe da mídia, longe da TV, longe de todo tipo de contato com mídia para que eu pudesse me concentrar melhor, resgatar as energias que eu estava precisando e isso foi importante. Queria ate pedir desculpas para as pessoas, pois acabei me isolando e dizendo alguns “nãos”. Queria que as pessoas entendessem, esse é momento muito importante para mim, para toda a minha equipe e acho que para os brasileiros também.
 
Anderson Silva x Chris Weidman UFC 162 (Foto: Getty Images) 
Anderson Silva contra Chris Weidman no 
UFC 162 (Foto: Getty Images)
 
COMO ESTÁ SE SENTINDO ANTES DA LUTA?
- Estou super animado, confiante, acho que vai dar tudo certo como sempre deu, o que aconteceu na última luta era para ter acontecido por algum motivo, mas eu estou bem preparado, estou com minha cabeça boa, estou feliz com minha família junto comigo.

O QUE VAI REPRESENTAR UMA SEGUNDA DERROTA?
- Não muda muita coisa. A vida continua, o que eu fiz pelo esporte não vai mudar, as pessoas não vão poder apagar, então é continuar e bola para frente, não é? Do outro lado vai ter um adversário que é o atual campeão, e que vai vir bem preparado, como todo mundo já viu da última vez. Deste lado vai ter um brasileiro focado e outro atleta determinado a vencer.

 
O QUE VOCÊ NÃO FARIA DE NOVO?
- O que eu não faria de novo? Acho que manter os pés paralelos, como no momento em que eu fui nocauteado, o resto eu faria tudo igual.


LUTA DO SÉCULO?
- Já teve lutas que foram a "luta do século", mas que na verdade não foram. Acho que a "luta do século" seria eu contra o meu clone. Esta luta seria a "luta do século".
 
CONTRA CHRIS WEIDMAN NÃO SERÁ A LUTA DO SÉCULO?
- Não, vai ser mais uma luta como outra qualquer. Para mim é como se fosse final de Copa do Mundo, tipo um Brasil x Argentina.

 

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