Com os ingressos esgotados para a grande final do Mundial em Belgrado, seleção quer escrever de dourado o último capítulo de uma trajetória que já ficou na memória
Goleadoras, Lekic e Alexandra travam duelo
particular na decisão do Mundial de handebol
(Foto: arte esporte)
- Eu espero ganhar. Vai ser talvez o jogo mais complicado da nossa vida. Nós nunca jogamos uma final de Mundial. Nunca jogamos em um ginásio com 20 mil pessoas contra você. E não é só torcendo contra, é raiva, eles odeiam você. A cultura aqui é diferente quando se vai para um espetáculo de esporte. Não vamos jogar só contra a Sérvia. Vamos jogar contra mais 20 mil gritando. E essa pressão que eles vão fazer... Portanto, temos que definir como vamos levar isso. São dois lados. Elas vão entrar em um ginásio torcendo por elas. Deve ser muito gostoso jogar assim. Mas, ao mesmo tempo, é o Brasil como rival, não é a Dinamarca, não é Montenegro. Então, isso pode pressioná-las. A obrigação é delas. Temos que ser fiéis e disciplinados com o que deu certo para a nossa equipe - disse dinamarquês e técnico brasileiro Morten Soubak.
De um lado, Andrea Lekic comanda as sérvias. Quarta melhor jogadora do mundo em 2011, ela jogou no time da brasileira Duda, o Gyor Eto Kc, da Hungria, e tem 42 gols no Mundial. Cérebro da Sérvia, da sua mão também sai grande parte das jogadas tramadas pelas anfitriãs. Amada pela torcida, Lekic se lesionou contra a Polônia, deixou o ginásio mancando, mas enfrenta o Brasil. Do lado da seleção brasileira, Alexandra Nascimento é dona das bolas de confiança. Melhor do mundo em 2012, ela cobra os sete metros e preocupa a marcação rival sempre que se posiciona na ponta direita.
seleção cascuda
Brasil terá que superar ginásio lotado por 20 mil pessoas e
também a rival Sérvia (Foto: Cinara Piccolo/Photo&Grafia)
- Vai ser um jogão. Bem parecido com o jogo contra a Hungria. Elas estão em casa, o público vai ajudar. Não vai ser fácil. Elas não vão querer errar, perder de novo para a gente. Vão vir com tudo e estamos preparadas para vencer de novo. Eu acredito que temos que ter o mesmo pensamento dos outros jogos. Não jogamos contra o público, e sim contra as jogadoras. Quando se está concentrada em quadra e sem pensar na torcida, se ganha a partida. Demonstramos isso na primeira fase e podemos fazer de novo - frisou Mayssa, que não deve começar jogando, mas contra as mesmas sérvias, na primeira fase, teve sua melhor atuação no Mundial.
Dani Piedade, aos 33 anos, confessa que nunca esperava viver esse dia, ainda mais depois de sobreviver a um AVC no ano passado. Talvez por ter sentido na pele a sensação de impotência por algumas semanas durante seu tratamento, a pivô rechaça qualquer possibilidade de satisfação apenas com a medalha de prata, por mais histórica que seja.
Dani Piedade agradece a Deus a chance de jogar uma
final de Mundial depois do AVC (Foto:
Cinara Piccolo/Photo&Grafia)
- Meu coração não cabe no meu peito. Eu estou muito feliz. Nunca pensei que fôssemos chegar a um momento tão grandioso. Esperei tanto por isso que nem sei o que dizer. Eu só posso agradecer a Deus por estar aqui de novo. E jogando ao lado desse grupo maravilhoso. Só agradeço a Deus por essa chance, e por isso nós vamos com tudo. Viemos com a raça brasileira e não vamos deixar para trás. Vamos para ganhar. Já que estamos aqui, vamos acabar com elas. Esse é o clima - prometeu Dani.
confiança sérvia
- Claro que somos nós. Olhe para o meu sorriso? Tenho as melhores meninas e eliminamos a Noruega. O que vou dizer? Além disso, teremos um ginásio lotado do nosso lado. O favoritismo é nosso. Sei que o Brasil tem grandes jogadoras, a Duda Amorim, por exemplo, que jogou com a nossa capitã, a Lekic. Ela está em um grande momento, e mesmo com a torcida, os torcedores não podem defender as bolas. Quem faz isso é a nossa goleira. E eles também não fazem gols. Então, temos que ser fortes nessa partida - gabou-se Sasa.
Elogiada pelo técnico rival, Duda é certeza de defesa forte
contra a Sérvia (Foto: Cinara Piccolo/Photo&Grafia)
Essa empolgação sérvia, inclusive, é a maior preocupação de Morten Soubak. Ele teme que o clima também chegue aos árbitros. Craque rival, a capitã Andrea Lekic deixou o jogo contra a Polônia mancando e chorando. Morten não tem dúvida que ela joga.
- O desafio vai ser a pressão que vamos ter dos torcedores e da arbitragem. Então, temos que pensar muito nos momentos ruins do jogo. O que fazer e como tratar isso? Vimos a Polônia ser atropelada por um caminhão sérvio. Elas não entraram no jogo. Esse é o nosso desafio. Não deixar isso acontecer. Vai ser difícil e é um dos desafios - concluiu o comandante brasileiro.
campanha do brasil
Primeira fase:
Brasil 36 x 20 Argélia
Brasil 34 x 21 China
Brasil 25 x 23 Sérvia
Brasil 24 x 20 Japão
Brasil 23 x 18 Dinamarca
Oitavas: Brasil 29 x 23 Holanda
Quartas: Brasil 33 x 31 Hungria
Semifinal: Brasil 27 x 21 Dinamarca
Final: Brasil x Sérvia
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/handebol/noticia/2013/12/em-domingo-historico-brasil-encara-o-orgulho-de-20-mil-servios-na-decisao.html
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