A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
Maracanã e Hernane têm uma relação muito íntima. É como uma atração
incontrolável. A bola parece ter um ímã que a faz procurar a chuteira do
atacante. E, mesmo que ela pare na perna que não é a boa, que o chute
saia mascado, ou mesmo venha pelo alto, não tem jeito: a rede balança.
Com o pé esquerdo e de cabeça, o Brocador fez três gols - ainda sofreu o
pênalti convertido por Léo Moura - na vitória por 4 a 0 do Flamengo
sobre o Botafogo na noite desta quarta-feira.
Em uma das comemorações, o atacante fez um sinal como se jogasse o coração para a torcida. Os rubro-negros, que formaram a grande maioria no estádio, agradecem: o time está classificado para a semifinal da Copa do Brasil. Como a partida de ida terminou 1 a 1, qualquer vitória garantiria a vaga neste que foi o primeiro encontro dos rivais na competição nacional.
- Eu conversei com o Léo. Os meninos pediram para eu bater, mas peguei a bola para dar de presente para ele. Para quem não acreditava no Hernane, graças a Deus estou dando alegria para essa torcida. Vou trabalhar para ser sempre decisivo. Meu sentimento, não sei explicar. Sei que minha mãe está muito feliz, porque liguei para ela, e falou para ter calma, que eu seria decisivo. Passei minha meta, que era de 30 gols no ano - afirmou Hernane, autor de 31 gols em 2013, maior número do futebol brasileiro, empatado com Magno Alves, do Ceará.
Os alvinegros, na saída de campo, tentavam explicar a derrota.
- Ninguém esperava esse placar elástico, não fizemos um jogo para tomar de 4 a 0. Vínhamos jogando bem, mas depois do primeiro gol o time não se encontrou. Foi contra-ataque em cima de contra-ataque, e eles aproveitaram as oportunidades - disse Jefferson.
O Fla fará em casa o jogo de volta da semifinal, contra o time que se classificar do confronto entre Vasco e Goiás (que será às 21h desta quinta-feira, no Maracanã). O primeiro jogo foi 2 a 1 para os goianos. Antes de voltar a pensar na Copa do Brasil, porém, o time encara a Portuguesa, no domingo, às 16h, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro. Agora concentrado somente no nacional, o Botafogo recebe o Atlético-MG, sábado, às 18h30m, no Maracanã.
O caminho é pela esquerda
Quis Jayme de Almeida que Paulinho caísse mais pelo lado esquerdo. Quis também que Luiz Antonio atuasse mais por aquele lado para ajudar na marcação quando André Santos fosse ao ataque. Deu certo. E deu errado para Gilberto. Substituto do suspenso Edilson, o lateral-direito sofreu. Paulinho costumava voltar até o meio de campo para buscar a bola e quando atacava se garantia no drible ou na velocidade. Já havia ele próprio driblado dois adversários antes de chutar para a defesa de Jefferson.
Mas o atacante recompensado com gol seria outro. No Maracanã parece que há um decreto: no estádio, gol do Flamengo é com o Hernane. É tão impressionante essa simbiose com o estádio, que, mesmo em uma jogada que parece perdida, ela para nos pés do Brocador. Marcelo Mattos tentou afastar a bola, acertou Rafael Marques, e Hernane fez. Já no segundo gol a jogada foi toda de Paulinho, até o goleiro adversário espalmar para o meio. Aí não importa se o chute não é com o pé bom, se a bola toca na grama antes. Na sobra, Hernane marcou.
O Botafogo, atordoado, encontrava dificuldade para criar chances. O 4-2-3-1 dessa vez não funcionou. Rafael Marques, único atacante, voltava. E, quanto voltava, geralmente um dos três meias (Seedorf, Gegê e Lodeiro) se posicionava na frente. A falta de uma referência pesou.
Artilheiro do Maracanã quer mais
Oswaldo de Oliveira viu que havia um problema sério para segurar a bola no campo ofensivo. Trocou o volante Marcelo Mattos pelo atacante Sassá para dar mais volume na frente. Surtiu efeito. O time começou a ameaçar mais. Atrás, porém, nada parecia mudar. Gilberto não desgrudava de Paulinho. André Santos não estava nem aí para o embate. Avançou pela esquerda, cruzou, e a bola procurou: gol de cabeça de Hernane, o sexto na Copa do Brasil e o 14º no Maracanã - é o artilheiro da competição e do estádio desde a sua reabertura.
O nervosismo tomou conta dos alvinegros. Na arquibancada alguns torcedores começaram a deixar o estádio. E os que ficaram ouviam um sonoro “olé” vindo do lado rubro-negro.
Taticamente dava sinais de desorganização. Existia um buraco, bem aproveitado quando Carlos Eduardo tocou na frente para Hernane. Tinha tudo para ser o seu quarto gol, mas Dória o empurrou na área, cometeu o pênalti e foi expulso. De presente, o Brocador entregou a bola para Leonardo Moura cobrar e fazer o quarto.
Os botafoguenses que antes acreditavam começaram a ir embora com 27 minutos. O som vindo do outro lado era cada vez mais provocador. Sem muito o que fazer, o time alvinegro passou a esperar o Flamengo para ter a posse no momento certo, pois a inferioridade numérica e ausência de um zagueiro (e com apenas um volante) pediam cautela. Enquanto isso, os rubro-negros pediam: “mais um, mais um”. O gol não saiu, mas a noite estava completa para eles. Teve até parabéns para Léo Moura quando o árbitro apitou o fim da partida.
Em uma das comemorações, o atacante fez um sinal como se jogasse o coração para a torcida. Os rubro-negros, que formaram a grande maioria no estádio, agradecem: o time está classificado para a semifinal da Copa do Brasil. Como a partida de ida terminou 1 a 1, qualquer vitória garantiria a vaga neste que foi o primeiro encontro dos rivais na competição nacional.
saiba mais
O Flamengo foi superior e soube explorar bem as jogadas pelo lado
esquerdo de seu ataque, principalmente com Paulinho. Contou com a sorte
no primeiro gol, é verdade, mas taticamente foi melhor diante de 50.505
pagantes (59.848 presentes). O último gol coube a Léo Moura,
aniversariante do dia (35 anos).- Eu conversei com o Léo. Os meninos pediram para eu bater, mas peguei a bola para dar de presente para ele. Para quem não acreditava no Hernane, graças a Deus estou dando alegria para essa torcida. Vou trabalhar para ser sempre decisivo. Meu sentimento, não sei explicar. Sei que minha mãe está muito feliz, porque liguei para ela, e falou para ter calma, que eu seria decisivo. Passei minha meta, que era de 30 gols no ano - afirmou Hernane, autor de 31 gols em 2013, maior número do futebol brasileiro, empatado com Magno Alves, do Ceará.
Os alvinegros, na saída de campo, tentavam explicar a derrota.
- Ninguém esperava esse placar elástico, não fizemos um jogo para tomar de 4 a 0. Vínhamos jogando bem, mas depois do primeiro gol o time não se encontrou. Foi contra-ataque em cima de contra-ataque, e eles aproveitaram as oportunidades - disse Jefferson.
O Fla fará em casa o jogo de volta da semifinal, contra o time que se classificar do confronto entre Vasco e Goiás (que será às 21h desta quinta-feira, no Maracanã). O primeiro jogo foi 2 a 1 para os goianos. Antes de voltar a pensar na Copa do Brasil, porém, o time encara a Portuguesa, no domingo, às 16h, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro. Agora concentrado somente no nacional, o Botafogo recebe o Atlético-MG, sábado, às 18h30m, no Maracanã.
Hernane indica o placar depois de fazer os três primeiros gols
(Foto: Alexandre Cassiano / Ag. O Globo)
Quis Jayme de Almeida que Paulinho caísse mais pelo lado esquerdo. Quis também que Luiz Antonio atuasse mais por aquele lado para ajudar na marcação quando André Santos fosse ao ataque. Deu certo. E deu errado para Gilberto. Substituto do suspenso Edilson, o lateral-direito sofreu. Paulinho costumava voltar até o meio de campo para buscar a bola e quando atacava se garantia no drible ou na velocidade. Já havia ele próprio driblado dois adversários antes de chutar para a defesa de Jefferson.
Mas o atacante recompensado com gol seria outro. No Maracanã parece que há um decreto: no estádio, gol do Flamengo é com o Hernane. É tão impressionante essa simbiose com o estádio, que, mesmo em uma jogada que parece perdida, ela para nos pés do Brocador. Marcelo Mattos tentou afastar a bola, acertou Rafael Marques, e Hernane fez. Já no segundo gol a jogada foi toda de Paulinho, até o goleiro adversário espalmar para o meio. Aí não importa se o chute não é com o pé bom, se a bola toca na grama antes. Na sobra, Hernane marcou.
O Botafogo, atordoado, encontrava dificuldade para criar chances. O 4-2-3-1 dessa vez não funcionou. Rafael Marques, único atacante, voltava. E, quanto voltava, geralmente um dos três meias (Seedorf, Gegê e Lodeiro) se posicionava na frente. A falta de uma referência pesou.
Hernane sofre pênalti e deixa Leonardo Moura cobrar
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Oswaldo de Oliveira viu que havia um problema sério para segurar a bola no campo ofensivo. Trocou o volante Marcelo Mattos pelo atacante Sassá para dar mais volume na frente. Surtiu efeito. O time começou a ameaçar mais. Atrás, porém, nada parecia mudar. Gilberto não desgrudava de Paulinho. André Santos não estava nem aí para o embate. Avançou pela esquerda, cruzou, e a bola procurou: gol de cabeça de Hernane, o sexto na Copa do Brasil e o 14º no Maracanã - é o artilheiro da competição e do estádio desde a sua reabertura.
O nervosismo tomou conta dos alvinegros. Na arquibancada alguns torcedores começaram a deixar o estádio. E os que ficaram ouviam um sonoro “olé” vindo do lado rubro-negro.
Taticamente dava sinais de desorganização. Existia um buraco, bem aproveitado quando Carlos Eduardo tocou na frente para Hernane. Tinha tudo para ser o seu quarto gol, mas Dória o empurrou na área, cometeu o pênalti e foi expulso. De presente, o Brocador entregou a bola para Leonardo Moura cobrar e fazer o quarto.
Os botafoguenses que antes acreditavam começaram a ir embora com 27 minutos. O som vindo do outro lado era cada vez mais provocador. Sem muito o que fazer, o time alvinegro passou a esperar o Flamengo para ter a posse no momento certo, pois a inferioridade numérica e ausência de um zagueiro (e com apenas um volante) pediam cautela. Enquanto isso, os rubro-negros pediam: “mais um, mais um”. O gol não saiu, mas a noite estava completa para eles. Teve até parabéns para Léo Moura quando o árbitro apitou o fim da partida.
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