Imensa maioria dos 59.848 presentes, rubro-negros cantam, empurram o time, provocam rivais, dão parabéns a Léo Moura e ovacionam Hernane
Apesar da divisão do estádio prever dois setores mistos, um mar vermelho e preto tomou conta de três quartos do Maracanã. Na parte destinada ao Botafogo, era possível perceber pequenos clarões em amarelo e azul - cores das cadeiras -, o que minutos antes do apito inicial foi suficiente para provocações rubro-negras com "Cadê você? Cadê você?". Esta foi apenas mais uma canção de um extenso repertório que ultrapassou, e muito, a barreira dos 90 minutos de uma partida de futebol.
Festa de aniversário
Se em campo esperava-se um clássico equilibrado e até com certa vantagem para o Botafogo, pela campanha no Brasileirão, na arquibancada a previsão já era de supremacia rubro-negra. Desde segunda-feira os bilhetes para o setor Norte já estavam esgotados, enquanto os alvinegros não compraram todos seus bilhetes, do setor Sul, até a hora do jogo. E a festa em vermelho e preto começou a ganhar muito volume no anúncio da equipe titular, quando Léo Moura, Elias e Jayme foram os mais aplaudidos. Já Carlos Eduardo, em um prenúncio do que aconteceria depois, recebeu vaias.
Já com os times em campo, foi a vez dos torcedores gritarem os nomes dos titulares um por um. Léo Moura, aniversariante do dia, recebeu um "Parabéns a você". Outra novidade foi o grito de "Vai, Paulinho! Vai, Paulinho" para o camisa 26. E o atacante foi, com uma atuação memorável pela ponta esquerda. Com bola rolando, a ordem foi de "vai pra cima deles, Mengo!".
torcida Flamengo no Maracanã jogo Botafogo
(Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Melhor em campo, o Flamengo até esperava um pouco o Botafogo e era mortal nos contragolpes. E foi justamente em um desses lances que surgiu o primeiro grande foco de irritação. Paulinho deixou Gilberto na saudade, avançou e rolou para Carlos Eduardo na marca do pênalti. O camisa 20 chutou mal e ouviu vaias, que aumentaram o volume minutos depois por um passe errado no meio de campo. O gol de Hernane aos 19, por sua vez, trouxe o clima de festa de volta ao Maracanã.
O grito de "Uh, terror, o Hernane é Brocador" deu início a uma série de canções que seguia quase ininterrupta até o fim do jogo. E o repertório era vasto. Em determinado momento, o Maracanã virou Marquês de Sapucaí e os rubro-negros emendavam sambas-enredo, como os da Estácio de Sá, do ano do centenário, 1995, e da União da Ilha do Governador de 1989. Temas recentes como "Raça, amor e paixão" e "Mengão do meu coração" também foram muito cantados no primeiro tempo. No fim dos 45 minutos, o placar já apontava 2 a 0, e dava a senha que somente os jogadores descansassem no intervalo.
Ainda antes do jogo, flamenguistas já ironizavam o rival
(Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Na volta para o segundo tempo, um jogador recebeu uma ovação especial: Paulinho. Destaque do primeiro tempo ao lado de Hernane, teve seu nome gritado. Na noite de quarta-feira, a tradicional canção de Neguinho da Beija-Flor também foi entoada: "Domingo, eu vou ao Maracanã...". Com o placar ainda 2 a 0, entretanto, mais um momento de irritação, e novamente com Carlos Eduardo. O camisa 20 errou passe no campo defensivo e permitiu boa chance para o Botafogo. A turma da mureta ficou louca e quase debruçou no banco de reservas para pedir a Jayme sua substituição.
O lindo cruzamento de André Santos para o gol de cabeça de Hernane - o terceiro na noite -, por sua vez, colocou as coisas novamente no lugar. A partir daí, já com uma goleada, o foco voltou a ser ofensas ao Botafogo. Relembrando o tri estadual sobre o rival, em 2007/2008/2009, sucessos do passado voltaram a ser hits: "E ninguém cala esse chororô, chora o presidente, chora o time todo, chora o torcedor", além de novamente o "Cadê você? Cadê você?".
Já quase sozinhos no Maracanã, os rubro-negros elogiaram a si mesmos com "que torcida é essa" e encheram o peito para cantar: "Festa na favela". O grito foi uma resposta aos botafoguenses, que após a vitória por 2 a 1 pelo Brasileirão pediram "silêncio na favela". A vaga garantida na semifinal remeteu à proximidade de um retorno a Libertadores também: "Ihhhh, Libertadores qualquer dia 'tamo ai'". Até o "Poeira", de Ivete Sangalo, sucesso em 2004, foi relembrado.
Por fim, Jayme de Almeida prestou uma homenagem a Paulinho e Léo Moura. A dupla foi substituída por Bruninho e Rafinha, e saiu ovacionada - Cadu também deu lugar a Adryan, mas recebeu vaias. Foi o penúltimo ato de uma noite encarrada com "O Maraca é nosso, aha, uhu". E disso, pelo menos nesta quarta-feira, ninguém tem dúvida. Seja dentro ou fora de campo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2013/10/festa-na-favela-torcida-do-fla-da-show-e-tambem-goleia-no-maraca.html
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