terça-feira, 6 de agosto de 2013

Tri, Cielo revela alívio após Mundial e festeja: 'Mais especial da minha vida'

Depois da frustração em Londres e de um início complicado na temporada, nadador festeja retorno ao topo nos 50m livre: 'Diferente de todas as outras'

Por João Gabriel Rodrigues Guarulhos, SP

O olhar cansado se mostrou compensado pelas doses de alívio. Em seu retorno ao Brasil depois do Mundial, Cesar Cielo desembarcou em São Paulo nesta terça-feira com a certeza de que provou mais uma vez para si mesmo que tem totais condições de voltar ao topo. Com o inédito tricampeonato mundial em Barcelona nos 50m livre, além do bi nos 50m borboleta, o nadador brasileiro supera a lembrança amarga dos Jogos de Londres, quando ficou apenas com o bronze na prova. E garante que o terceiro ouro foi  o mais importante de sua trajetória em Mundiais.

- Foi, com certeza, diferente de todas as outras. Cada medalha tem um sentimento diferente. Essa foi a mais especial da minha vida. Desde Londres, tudo o que precisei superar... Foi muito emocionante. Estou muito contente, muito cansado do voo também, não vou negar. Agora vou descansar uma, duas semanas e voltar para as piscinas - disse o nadador, muito aplaudido no saguão de desembarque.

Cesar Cielo desembarque Mundial (Foto: João Gabriel Rodrigues) 
Cesar Cielo desembarca após Mundial aliviado(Foto: João Gabriel Rodrigues)
 
No retorno, Cielo admitiu ter nadado a prova com o resultado de Londres na cabeça. Desde os Jogos, o tricampeão mundial tinha a certeza de que poderia ter ido além. A conquista em Barcelona dá forças para manter o ritmo de treinos rumo a 2016.

- Pior que nadar mal é nadar mal sabendo que poderia ter sido melhor. Essa prova foi dizendo que poderia ter sido melhor Londres. Agora, é treinar para repetir a cena em 2016.


Cesar Cielo desembarque Mundial (Foto: João Gabriel Rodrigues) 
Cielo diz que nadou com a lembrança do resultado em Londres (Foto: João Gabriel Rodrigues)
 
Mas, no caminho para o tri, Cielo enfrentou uma série de dificuldades. Passou por cirurgias nos dois joelhos e se viu sem clube no início de um novo ciclo olímpico. O nadador, no entanto, garante que em nenhum momento se viu sem confiança.

- Eu vou sempre otimista, confiante de que vai dar certo. Vou torcendo correr bem, preparado para qualquer adversidade. Fui para ganhar as duas provas, mas sabia que seria muito difícil. Vi luz no fim do túnel com os 50m borboleta. Na semifinal dos 50m livre, levei um balde de água fria ao ver o (Florent) Manaudou mais rápido. Estava tentando fazer o meu melhor, independentemente de tudo. Graças a Deus consegui as duas medalhas. Sem dúvida, é um dos melhores anos da minha vida.

Thiago diz que medalhas não mudam rumo para 2016

Outro medalhista em Barcelona, Thiago Pereira também desembarcou em Guarulhos com a sensação de dever cumprido. Bronze nos 200m e nos 400m medley, o nadador do Sesi festejou as conquistas dez anos depois de sua estreia em Mundiais, justamente na cidade espanhola. Mas garante que o caminho para 2016 ainda é longo.

- Sei que estou no caminho certo. Fiquei bastante satisfeito com o meu desempenho em Barcelona, dez anos depois da minha estreia em Mundiais, voltando com duas medalhas. Mas sei que há muita coisa para fazer até 2016. Nenhuma dessas medalhas vai garantir uma medalha nos Jogos. Vou ter de batalhar novamente, da mesma maneira que eu venho fazendo. O que me deixou mais satisfeito pelo ano que foi. A lesão no quadril, ter ficado sem clube por um tempo, e, independentemente de tudo, ter voltado com as duas medalhas que faltavam no meu currículo.

Thiago Pereira desembarque Mundial (Foto: João Gabriel Rodrigues) 
Thiago Pereira festeja medalhas no Mundial (Foto: João Gabriel Rodrigues)
 
Com dez pódios no total e a oitava colocação no quadro de classificação, o Brasil volta de Barcelona com seu melhor desempenho em Mundiais, em quantidade de medalhas. Thiago acredita que os resultados dão força para o caminho até 2016, mas volta a afirmar que ainda há muito a ser feito.

- Eu acredito que, sim. Foi nosso melhor Mundial, não só da natação, mas dos esportes aquáticos, que fizeram bonito. É uma coisa que temos três anos para evoluir até lá. Mas também não diz nada. O que garante é que o caminho está certo, mas Olimpíadas são Olimpíadas. O mundo inteiro vai estar melhor preparado.

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