quinta-feira, 23 de maio de 2013

Soares joga Roland Garros em alta, mas almeja Wimbledon: 'É especial'


Na busca pelo top 10 e mais três metas, mineiro disputa o Grand Slam francês no melhor momento da carreira, mas também sonha com título em Londres

Por Matheus Tibúrcio Rio de Janeiro

Desde que começou a temporada, Bruno Soares estipulou quatro metas: chegar ao Top 10, vencer um Masters 1.000, conquistar um Grand Slam e se classificar para o ATP Finals. Quase cinco meses depois de iniciado o ano, ele chegou perto de cumprir os dois primeiros, mostrou condições de futuramente levar o terceiro e está bem cotado para completar o quarto. Atual número 13 do mundo nas duplas e integrante da segunda melhor parceria (junto com o austríaco Alexander Peya) de 2013 até o momento, o brasileiro chega para a disputa do Grand Slam de Roland Garros, entre 26 de maio e 9 de junho, no melhor momento da carreira. Porém, mesmo com o saibro francês pela frente, os olhos do tenista também estão voltados para a grama sagrada de Wimbledon, em Londres.

- A gente vem jogando muito bem no saibro, mas na grama, no caso de Wimbledon também, vamos entrar, lutar e ter chances. Se eu tivesse que escolher um Grand Slam, seria Wimbledon. Para mim, lá é o lugar mais tradicional, é o templo do nosso esporte, foi onde tudo começou. É um torneio bastante especial - destacou Soares.

Montagem Tenis Bruno Soares 2013 (Foto: Editoria de Arte)Bruno Soares e os troféus de campeão em 2013: Auckland, Brasil e Barcelona (Foto: Editoria de Arte)

Se Wimbledon ainda está um pouco distante - de 24 de junho a 7 de julho - Bruno Soares tenta cumprir as metas já a partir de Roland Garros. O melhor posto dele no ranking de duplas da ATP foi o 11º lugar, alcançado após o vice-campeonato no Masters 1.000 de Madri, no dia 12 de maio. Apesar da eliminação na estreia no Masters 1.000 de Roma, na última semana, o brasileiro tem um saldo mais do que positivo na temporada, com os títulos do ATP 250 de Auckland (com o britânico Colin Fleeming), do Aberto do Brasil e do ATP 500 de Barcelona.

- Com certeza vão ter algumas derrotas precoces. O mais importante é a forma como você administra isso, o balanço geral. Se os resultados no geral continuarem bons, vai ser uma questão de tempo (cumprir os quatro objetivos). Tem que ter paciência.

Sem se deixar abalar pela eliminação em Roma, Bruno Soares revela o que pensou após o vice em Madri, onde perdeu a decisão para os irmãos americanos Bob e Mike Bryan, dupla que lidera o ranking. O tenista mineiro, que disputará as duplas mistas em Roland Garros, mas não ao lado da russa Ekaterina Makarova (com quem foi campeão do US Open em 2012), também aponta o que ele e Peya podem melhorar para alcançar as quatro metas. Confira a entrevista abaixo:

bruno soares alexander peya tenis duplas (Foto: Getty Images)Peya e Soares ocupam atualmente o posto de
segunda melhor dupla do ano (Foto: Getty Images)

GLOBOESPORTE.COM: O que aconteceu na derrota para Marrero e Verdasco em Roma?
Bruno Soares: Em Roma a gente pegou um jogo duro. Quem acompanha tênis sabe a qualidade dos dois (Marrero e Verdasco). Eles vieram de três semifinais seguidas – pararam nas quartas em Roma – e só torneio grande. Essa época do ano só tem torneio difícil e todo mundo passa dificuldade. Vínhamos de grandes resultados, mas no meio do tênis é normal. A gente joga toda semana, são quase trinta torneios por ano, então é muito difícil manter o alto nível o tempo inteiro.
 Com certeza vão ter algumas derrotas precoces. O mais importante é a forma como você administra isso, o balanço geral. Os próprios (Bob e Mike) Bryan, que estão tendo um ano intocável, tiveram algumas derrotas precoces. Faz parte. Tem que saber lidar com isso e não deixar abalar a confiança.

Você estipulou como uma das metas da temporada conquistar um Grand Slam e está chegando a um no melhor momento da carreira. Roland Garros é o torneio mais próximo de você atingir esse objetivo?
Acho que sim. A gente vem jogando muito bem no saibro, começando no nosso primeiro evento no piso, o Aberto do Brasil. O que eu acho legal da nossa dupla é que a gente se adapta bem a todos os pisos. Acho bacana que a gente tem a possibilidade de entrar para ganhar todo torneio que joga. Com certeza jogamos bem no saibro, mas na grama, no caso de Wimbledon também, vamos entrar, lutar e ter chances. Isso é importante, ter essa confiança de que podemos jogar bem em qualquer piso, em qualquer situação, e ter chance de ganhar.


Bruno Soares e Ekaterina Makarova US Open vitória (Foto: Reuters)Soares e Makarova não estarão juntos em Roland
Garros neste ano (Foto: Reuters)

Você já ganhou um Grand Slam, mas nas duplas mistas (US Open de 2012). Se tivesse que escolher um como o primeiro nas duplas masculinas, qual seria o Grand Slam dos sonhos? Por quê?
Se eu tivesse que escolher um Grand Slam, seria Wimbledon. Para mim, lá é o lugar mais tradicional, é o templo do nosso esporte, foi onde tudo começou. Apesar de não ser meu Grand Slam predileto para jogar - meu jogo rende melhor em outras superfícies - acho que Wimbledon é um torneio bastante especial. Seria o meu título preferido.


Depois de chegar ao posto de número 11 do mundo no ranking de duplas, passou pela sua cabeça algum torneio vindouro que com certeza lhe daria a entrada no Top 10?
Passa algo parecido, mas não dessa forma. O Top 10 é um grande objetivo meu, mas também é um grande sonho. Então a cabeça pesa um pouco mais. Eu só penso: “estou perto, se continuar nesse ritmo vai dar tudo certo”. Quando joguei a final de Madri, se tivesse sido campeão eu iria para 6º do mundo. É o tipo de coisa que você fica às vezes pensando: “fiquei a um joguinho do número 6 do ranking”. Mas são coisas que a gente tenta filtrar e esquecer, porque acaba só complicando algo que já é complicado, como jogar uma final. Não tenho nenhuma meta de torneio. Se os resultados no geral continuarem bons, vai ser uma questão de tempo. Tem que ter paciência. Se for depois do dia 9, ou depois de um mês ou de um ano, o importante é alcançar esse objetivo.


Bruno Soares e Alexander Peya contra irmãos Bryan Masters 1000 de Madri (Foto: EFE)Soares e Peya chegaram perto do título em Madri, mas perderam a final para os irmãos Bryan (Foto: EFE)

São quatro metas que você tem nesta temporada: chegar ao Top 10, vencer um Masters 1000, conquistar um Grand Slam e se classificar para o ATP Finals. Qual está mais próxima de se tornar realidade e qual está mais difícil de ser cumprida?
As quatro são alcançáveis, mas com certeza o Top 10 e o Masters estão mais próximos. O Finals, mesmo que a gente esteja matematicamente classificado por volta de julho ou agosto, só vamos saber no final da temporada. O Top 10 é menos difícil porque é uma combinação de resultados. Ganhar um Grand Slam ou um Masters é um objetivo que não tem margem para erro. Quando começa o torneio, só um sai campeão. Então é uma coisa mais difícil, mas, no nível que estamos jogando, temos condições de ganhar esses torneios.


O que você e o Peya ainda precisam melhorar como dupla para ganhar um Masters ou um Grand Slam?
Temos várias coisas individuais que precisamos melhorar. Estamos procurando evoluir nosso saque para deixar uma arma nossa. A grande força da nossa dupla é que somos sólidos em todos os aspectos dentro da quadra. Como a gente fala, não tem buraco. Jogamos bem no fundo, na rede, sacamos bem, devolvemos bem, vamos bem em todos os pisos. Também jogamos de modo agressivo, é uma grande arma nossa. Temos que cada vez mais melhorar essas armas, deixá-las mais potentes. Nossa movimentação na rede tem também que ser mais agressiva e fechar mais ângulo. São coisas técnicas que sempre a gente pode evoluir


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2013/05/soares-joga-roland-garros-em-alta-mas-almeja-wimbledon-especial.html

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